Danças com gatos!
E canto lírico!
Ontem houve espectáculo gratuito no meu quintal, com um dueto (ou seria duelo) de peso: dois gatos (ou gatas) enormes e gordos, num verdadeiro despique, sem vencedor nem vencido.
Não sei bem há quanto tempo tinha começado, mas quando o som nos chegou e chamou a atenção, fui à sala e espreitei pela janela. Foi quando os vi.
Dois gatos, de frente um para o outro, como se estivessem num corriqueiro tête-a tête, miando à vez, ora um, ora outro ou, por vezes, os dois ao mesmo tempo. Primeiro, quietos como estátuas, cada um no seu lugar, a uns centímetros de distância entre eles. Depois, encostaram as cabeças um do outro e assim ficaram uns minutos, sem interromper os miados. Em seguida, recuaram para a posição anterior, durante uns intantes. Um dos gatos, vira-se então de costas para o outro, e sai de cena em câmara lenta (literalmente). Por fim, o outro vai embora, noutra direcção, como se tivesse terminado a actuação e tivesse mais que fazer.
Como plateia, à janela da sala, eu, a minha filha e a nossa gata!
Claro que a Tica era a mais atenta das três! Mas eu fiquei surpreendida. Tinha esperado encontrar dois gatos à luta, a bufarem, a morderem ou arranharem um ao outro, mas não aquilo. Foi algo, realmente, fascinante!