Depressão Bárbara: em tão pouco tempo, já fez tanto estrago
Ainda estava eu na cama, de madrugada, e já se ouvia o vento lá fora.
D. Bárbara a caminho, e os pagens à frente a anunciar a chegada.
Mas o céu estava relativamente limpo e, não custava tentar. Por isso, estendi algumas peças de roupa mais pequenas, deixando o resto para secar mais tarde na máquina.
Se não chovesse até ao almoço, já ficava com aquela enxuta, e poupava na eletricidade.
A meio da manhã, vejo o tempo a ficar escuro.
D. Bárbara deve ter apanhado a via rápida, a autoestrada, ou um qualquer atalho, e estava a chegar mais cedo que o previsto.
Ia enviar mensagem para a minha filha me apanhar a roupa mas, no telemóvel, tinha uma outra, do meu marido, a avisar que o estendal tinha caído, mas que a roupa estava sã e salva, em casa.
Bendito pai que foi despejar o lixo, viu o estendal caído e, com a ajuda da vizinha, me apanhou tudo.
Ou quase tudo...
Quando cheguei a casa, deparei-me com os elásticos do cabelo, o casaco da minha filha e um pano da loiça espalhados pelo chão. E lá foram para lavar de novo.
Antes disso, pelo caminho, tive a imensa sorte de um autocarro passar ao meu lado, e me dar um banho!
Já em casa, andava a minha filha de espanador e esfregona na mão, porque a chuva tinha entrado no quarto dela e o chão estava todo alagado.
Mas como estava na hora de ir para as aulas, e a chuva não parava, achei por bem chamar um táxi para a levar à escola. Não convém apanhar molhas e ficar doente em casa. Logo agora que está em semanas de testes.
Só que, não havia táxis!
O que eu costumo chamar, não estava por cá, nem o pai. E avisou-me logo que já várias pessoas tinham tentado ligar para a praça de táxis, e ninguém atendia, porque andava tudo a fazer serviços.
Boa! E agora?
Lá andei a pesquisar e liguei para um número de telemóvel que me desenrascou. Menos uma preocupação.
Com a casa de volta a uma relativa ordem, pus-me a caminho do trabalho. Nestes dias, costumo ir por uma rua em que tenho prédios com telheiro, onde dá para proteger um pouco mais mas, hoje, com a Depressão Bárbara ao comando, posso dizer que, em 41 anos, nem isso me valeu, e apanhei a maior molha de sempre.
Até ver...
Porque dizem que o pior ainda está por vir amanhã!
Alguém que invente aí a aplicação "Stayaway Bárbara", e a mande embora depressa?
É que, em tão pouco tempo, já fez muitos estragos na minha vidinha.
Juro que, se algum dia vier a ter outra filha, Bárbara é daqueles nomes que estão automaticamente fora de questão!