Do ano 2020 que está prestes a terminar
Dizia eu (que gosto de números redondinhos e pares) há cerca de um ano, que estava confiante no novo ano que vinha a caminho.
Achava, sinceramente, que 2020 iria ser um bom ano, cheio de coisas positivas.
Pois que, apesar de estar redondamente enganada, 2020 acabou por ser um ano que ficará, sem dúvida, para a história. Um ano do qual ninguém se esquecerá, por bons e maus motivos.
Foi um ano de receios, de incertezas, de desconfiança, por conta de uma pandemia que nunca pensámos algum dia viver, e que só conhecíamos dos filmes, e da História de outros tempos.
Foi um ano que nos pôs à prova.
Que nos levou a acreditar que a natureza sairia beneficiada, até percebermos que não. Que nos deu esperança que o ser humano mudasse para melhor, mas que se veio a verificar ser sol de pouca dura.
Como aquele raio de sol, que fura uma tempestade para nos enganar e acharmos que está tudo bem, para logo em seguida se esconder e o temporal vir ainda com mais força.
Foi um ano que testou os nossos limites, a nossa capacidade de adaptação e sobrevivência, a nossa resiliência.
Foi um ano de perdas para muitos, mas de reinvenção para outros.
No meu caso, posso dizer que foi um ano bom, apesar de tudo.
Não fui directamente afectada pela pandemia, quer em termos de saúde, quer em termos financeiros. Aliás, foi um ano em que consegui, finalmente, poupar alguns euros.
Não me dei prioridade muitas vezes, como tinha desejado mas, ainda assim, foi um ano em que me pus em primeiro lugar mais vezes, do que nos anteriores.
Continuo a ter a minha família bem, e perto de mim.
Quase terminei o ano solteira, mas o vento mudou de direcção, e acabou por não nos separar.
Foi um ano que me fez estar mais certa daquilo que quero para a minha vida e, sobretudo, daquilo que não quero. Que me deu coragem, clareza.
Foi, decididamente, um ano de Netflix, tantas foram as séries e filmes que vi nesta plataforma!
Foi um ano de passeios pela natureza.
Foi um ano de compras online. De experimentar lojas digitais que não conhecia. E que bom é poder evitar as enchentes dos shoppings!
Foi o primeiro ano sem praia, mas o primeiro também com férias para descansar.
2020 foi um ano que passou ainda mais rapidamente que os anteriores, e quase nem demos por ele.
Mas, ainda assim, marcou.
E marcou-nos a todos.
Um ano que está prestes a despedir-se.
E que, apesar de tudo, irá deixar saudades.