Dos tombos que vamos dando na vida
e das marcas que nos levam a ser mais prudentes
Quando somos novos, parece que nada nos afecta, nem deixa marca.
Caímos, e logo levantamos.
Partimos a cabeça, mas dali a pouco está pronta para outra.
Esfolamos um joelho, mas voltamos à brincadeira.
Damos um tombo, fracturamos algum osso, mas logo recupera.
Torcemos um pé, mas depressa esquecemos isso.
Nódoas negras? Faz parte!
Cicatrizes? São “marcas de guerra”!
Água gelada no mar? Para quem?!
Queremos é estar lá dentro!
Noitadas, e poucas horas de sono? Que se lixe!
Queremos é aproveitar.
O nosso corpo regenera rapidamente, e é como se nunca tivesse acontecido nada.
Mas, no fundo, o nosso corpo não esquece.
E, à medida que vamos envelhecendo, ele vai dando sinais disso mesmo.
Começamos a sentir um incómodo que desconhecíamos existir.
Começamos a querer fazer as coisas de outra forma.
Começamos a sentir as dores de tudo o que o corpo foi acumulando, e a ficar mais prudentes.
Começamos a não querer cometer os mesmos erros ou disparates de outrora.
Começamos a sentir o nosso corpo dizer "Basta. Já está na hora de te deixares disso.".
Vamos tendo cada vez menos vontade de fazer algo que nos possa lesionar, porque cada vez as marcas serão mais acentuadas, e a recuperação mais lenta e dolorosa.
E não há necessidade disso, se podemos viver de outra forma, mais tranquila, e saudável.
Chega o momento em que temos que pensar no que é, realmente, melhor para nós, antes que os estragos se tornem difíceis, ou mesmo impossíveis, de superar.