Escrever à mão é obsoleto?
Pessoalmente, gosto muito de escrever à mão.
Sejam lista de compras, ideias para textos do blog, cartas, rascunhos, resumos ou fichas de trabalho para a minha filha.
Quando estudava, a melhor forma de saber a matéria era copiar as ideias essenciais do manual para uma folha. Enquanto ia escrevendo, ia memorizando.
E é tão bonito ver como a nossa caligrafia vai mudando ao longo dos tempos, como se vai aperfeiçoando (ou não)... É a nossa marca, algo só nosso...
É uma forma de não nos esquecerrmos como se escrevem determinadas palavras, e de nos apercebermos dos erros de escrita.
E tínhamos sempre uma colecção de canetas de diferentes cores, modelos e feitios, ou perfumadas, e lápis a cheirar a novos, ou já pequenos demais para segurar na mão.
No entanto, escrever à mão, seja cartas, relatórios ou mesmo trabalhos da escola, está cada vez mais em desuso.
Os trabalhos de grupo escolares, antes escritos à mão, com desenhos da nossa autoria e feitos em cartolinas, são hoje escritos no computador, onde vamos também buscar as imagens que precisamos, e impressos.
O Ministério da Educação finlandês, por exemplo, anunciou no início deste mês o objetivo de substituir os cadernos e os lápis das escolas primárias do país, por teclados, computadores e sistemas digitais, com o intuito de adaptar o ensino aos novos tempos e às necessidades educativas atuais, em que o teclado e o computador se tornaram essenciais.
Para tentar justificar a decisão, a conselheira da Secretaria Nacional de Educação da Finlândia, Minna Harmanen, usou o argumento de que, hoje em dia, ter uma digitação fluente é uma habilidade cívica importante e global.
Concordo!
Mas não poderão as duas habilidades caminhar juntas, em vez de uma anular a outra?
Porque não podem coexistir, no mesmo sistema de ensino, a escrita manual, e a escrita adaptada aos tempos modernos?
Será que escrever à mão é mesmo obsoleto?