"Eu Sou Todas Elas", na Netflix
Este é um filme, inspirado em factos reais, sobre o tráfico humano na África do Sul.
Seis meninas foram sequestradas e nunca mais ninguém soube delas. Cinco delas, foram traficadas e levadas para outros países. Uma, ficou, e tornou-se escrava sexual.
Vários anos mais tarde, Jodie, uma investigadora policial, continua nas suas lutas para acabar com o tráfico humano mas, a determinado momento, é chamada para acompanhar alguns assassinatos que estão a ocorrer e que, aparentemente, estão relacionados com as tais seis raparigas desaparecidas.
Jodie é aquela investigadora que, na ânsia de conseguir desmantelar as redes de tráfico, acaba por pôr toda a operação em risco, e não conseguir nada.
Na verdade, atrevo-me a dizer que ela só atrapalha. Não só não faz nada de jeito, como não ajuda os outros a fazê-lo.
Mais eficaz, certeira e implacável, é o assassino que anda a matar pedófilos, assinando, em cada um deles, as iniciais de cada uma das meninas desaparecidas.
A pessoa que fornece pistas fundamentais, ainda que mal aproveitadas, para apanhar todos os que, de alguma forma, estão envolvidos nessa rede de tráfico.
Ela é Ntombizonke Bapai.
Ela é a sexta miúda desaparecida. A que ficou. A que sobreviveu. A que se tornou policial em horário de serviço, e justiceira, nas horas vagas.
Ela é todas elas!
A única que sabe o que faz mas que, por conta de quem não tem noção do que deve fazer, ou como agir, está sozinha nessa luta.
O filme não é mau, mas peca por não criar suspense.
Chegamos ali aos 30 minutos, e podemos dizer que está visto. Já sabemos quem é o assassino do capuz, o que está a fazer, que pessoas vai matar.
O que resta do filme, é para perceber se tudo vai correr como previsto.
E a verdade é que, nem tudo, sai como esperado.
No fim, há os que têm o merecido castigo, e os que escapam impunes.
Há os que lutam, e morrem. E os que nada fazem, e vivem.
Há frustração.
Mas também uma ténue esperança de que determinadas pessoas tenham aprendido a lição, e façam o trabalho bem feito, da próxima vez.