Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Histórias soltas #12

chuva-de-lagrimas-9350633-180620172025.jpg

 

"Já todos partiram.
Estamos sós, tu e eu.
Não me quis aproximar quando estavam aqui todos, porque não saberia que lugar ocupar, o que dizer, explicar quem sou, ou como nos conhecemos.
Por isso, mantive-me à distância.
Não o suficiente para me impedir de ver o teu corpo ser baixado, e de correrem lágrimas sem fim pela minha face, nesta despedida que nunca esperei que acontecesse novamente sem termos, pelo menos desta vez, esclarecido tudo entre nós, e te ter revelado os meus verdadeiros sentimentos.
Se ao menos uma destas lágrimas te trouxesse de volta à vida… Mas não… Tu estás cada vez mais longe, não podes voltar. Ou não queres voltar… Não te condeno…
Quem me dera que tudo isto não passasse de um pesadelo. Como nos filmes, em que nos levam a ver como será o nosso futuro, se não mudarmos as nossas ações no presente, e nos dão uma nova oportunidade para mudar o curso da história, e sermos felizes.
Mas isto não é uma história, não é um filme. É a vida real. E nada poderá fazer-me voltar atrás no tempo, e dizer-te tudo o que queria ter dito há muitos anos atrás, e até mesmo agora, que te tinha reencontrado.
Posso dizer-te, mas já não estarás cá para me ouvir. E de nada adiantará, para nenhum de nós. A não ser para tentar aliviar a dor que sinto dentro do peito, por ter perdido a única pessoa que amei em toda a minha vida, sem que ela nunca tivesse sabido disso.
O que será de mim agora? O que ainda sobra de mim? São tantos os pedaços quebrados em que me transformei, que não sei se algum dia poderão voltar a ser colados.
Deixei que tudo aquilo que tínhamos construído fosse morrendo dia após dia, mês após mês, ano após ano, sem nunca fazer o que quer que fosse para o salvar. Agora é tarde demais…
Hoje é véspera de Natal… E este, o presente que me foi destinado…"
 
 
Mais um excerto que será incluído no livro "Nas Tuas Mãos"

5 comentários

Comentar post