La Casa de Papel: o fim
Estreou, este mês, a última parte de La Casa de Papel.
Confesso que as primeiras temporadas me agradaram.
Mas, depois, começou a parecer-me tudo muito forçado, tudo muito mais à base de violência, e menos de cérebro.
Um bando de ladrões, que não tinha nada a perder (ou será que tinham?), e que participou nestes assaltos ambiciosos, planeados até ao mais ínfimo pormenor, sabendo que poderia não correr tudo como previsto, mas com uma confiança e entrega nas mãos, e cabeça, do Professor, sem grandes dúvidas ou hesitações.
Na parte anterior, no entanto, as coisas ficaram um pouco (muito) descontroladas.
Duas das personagens mais fortes da série, e queridas do público, foram sacrificadas. A juntar aos outros que já tinham perdido a vida.
Portanto, ainda que tudo esteja bem, quando acaba bem, poder-se-á dizer que foi uma vitória?
E, caso tudo descambe de vez, e ninguém se salve, será uma derrota?
Há séries que, com o tempo, com o intervalo entre uma parte e outra, com o esforço para espremer ao máximo, e ver se ainda deita sumo, perdem o interesse.
E, confesso, 10 episódios pareceram-me muito.
Por isso, sem cerimónias, passei directamente para o último e, mal comecei a ver, pensei: ainda estão nisto?
Ou seja, posso ter perdido as explicações, as recordações do passado, o que eles sofreram até ali mas, verdade seja dita, o principal, ainda estava por acontecer: saber se se safavam, se iam presos, ou se morriam em combate!
Foi bonito, sim senhor.
Foi emotivo.
Foi um final.
Mas, lamento, não teve, em mim, aquele impacto que, provavelmente, esperavam do público.
Acho que, se pudesse, ter-me-ia ficado pelo final do primeiro assalto, e pela vida tranquila que tinham nessa altura, antes da Tóquio deitar tudo a perder.
Mais alguém por aí desiludido? Ou pelo contrário?