Ninguém nos pode "confundir" se estivermos certos daquilo que queremos
Em conversa com o meu marido, no outro dia, dizia-me ele que ter dúvidas é bom, e é sinal de inteligência.
Concordo que, em algumas situações, quando estamos na dúvida, é preciso ponderar, reflectir, não nos precipitarmos.
Mas também é verdade que, noutras, ter a certeza daquilo que queremos também é uma vantagem, evita perdas de tempo (e por vezes dinheiro) desnecessárias, sem que isso se possa considerar precipitação, ou acto irreflectido.
Mas uma coisa é certa: ninguém nos pode confundir, se estivermos certos daquilo que queremos.
Muitas vezes se diz "ah e tal, eu tinha uma ideia mas agora que falei contigo...".
Não! Não podemos "culpar" os outros pelas nossas indecisões.
Se estamos na dúvida, indecisos, é por mérito e culpa exclusivamente nossa.
Porque, se eu souber que quero água, podem oferecer-me sumo, verveja, vinho, que eu vou continuar a dizer que quero água.
Mas, se eu não tiver bem a certeza, posso-me deixar influenciar facilmente, e até optar pelo sumo.
É normal, quando temos dúvidas sobre algo, conversar com os que nos são próximos (ou não) sobre essas dúvidas e, como é óbvio, cada um vai dar a sua opinião, que pode ser igual ou diferente da que tínhamos ou, simplesmente, não nos ajudar em nada a dissipar as dúvidas.
Por isso, a melhor forma de decidir, é guardar as dúvidas para nós, e fazer esse trabalho internamente.
Se não o conseguirmos, podemos até partilhar, mas nunca deixar que as opiniões dos outros nos confundam, nos façam decidir algo com base nessas opiniões, quando nós próprios não temos a certeza.
Eu costumo dizer que não importa se se escolhe o caminho A, o B ou o C. Interessa é que se escolha um, e se avance pelo escolhido. Ainda que, a meio desse caminho, estejamos sempre a tempo de voltar para trás.
O que não podemos é escolher um caminho e, ainda antes de o iniciarmos, mudar para outro porque alguém achou que era melhor e, mais uma vez, antes de dar início a esse outro, voltar a mudar porque afinal alguém nos mostrou que nenhum desses servia.
Acabamos por passar a vida a dançar à beira dos caminhos, com o tempo a passar, e sem nunca percorrer nenhum.
O mais importante, não é o que os outros dizem, pensam ou querem. É aquilo que nós pensamos, e queremos.
Podemos ter dúvidas, sim. Mas chega o momento em que temos que tomar as nossas decisões, segui-las e manter o foco.
Nenhum caminho será percorrido na totalidade, se nos deixarmos constantemente distrair pelas vozes que nos rodeiam, e que nos fazem olhar para mil e um atalhos tentadores.
Podemos até ter em conta, ao tomar a nossa decisão, as opiniões ouvidas. Se soubermos filtrar aquilo que, realmente, nos ajudará a decidir, consoante o objectivo que tínhamos em mente, e sem esquecer aquilo que, no fundo, queremos para nós.
Porque, lá bem no fundo, nós temos a resposta. Só temos, muitas vezes, medo de encará-la de frente!