Por onde anda o romantismo?
Não anda!
Quando, para além do trabalho fora de casa, passo cada dia:
- a limpar as leiteiras das gatas 5 ou 6 vezes ao dia
- a controlar a ração das bichanas, dar atenção, brincar com elas
- cozinhar
- fazer camas que mais parece que andou por ali um furacão, de tão desarrumadas que estão
- a lavar camiões de loiça que se foram acumulando ao longo do dia, porque não há tempo para o fazer antes
- a arrumar tudo o que ficou desarrumado
- a ter que estender ou apanhar roupa, para não acumular no fim de semana
- a despejar vários sacos de lixo que vão ficando por ali à espera do uns minutos disponíveis para tal
A ter que fazer isto tudo sozinha, porque o marido tem dois trabalhos e só vai a casa comer qualquer coisa e dormir umas horas, e a filha está ocupada com a vida escolar
E repeti-lo dia após dia, ao longo de toda a semana...
... não é fácil ter boa disposição quando a noite ou o fim de semana chegam, e estar em modo romance.
Por norma, estou cansada, desejosa de acabar tudo e deitar-me para ver se descanso e durmo.
Algumas vezes, fico mesmo de mau humor porque queria chegar a casa e poder relaxar, mas não posso. Porque pensava que naquele dia não haveria tanto por fazer, mas afinal tenho o mesmo, ou mais ainda.
Deve ser por isso que o romantismo, averso a estas más energias, foi passar férias prolongadas para outro lado. Ou então, tirou licença por tempo indeterminado.
E não é fácil fazê-lo voltar, apenas por meia dúzia de horas, no meio do caos.