"Remar contra a maré"
Durante vários dias de viagem:
- O barco tem um furo.
- Tapamo-lo. Não há-de causar grande estrago.
- Está demasiado vento. Vai desviar o barco.
- Juntos talvez consigamos contornar.
- O remo partiu-se. Assim nunca mais lá chegamos.
- Remamos com o que temos. Demora mais, mas havemos de lá chegar.
- Com esta tempestade é impossível seguir em frente.
- Ficar no meio dela também não é solução.
- As provisões estão a acabar. Qualquer dia não temos o que comer ou beber.
- Economizamos. Poupamos até chegar ao destino.
- Já não remas com tanta força como antes. À velocidade a que vamos, o mais certo é o barco ir ao fundo antes da chegada.
- Sim, é verdade. estou mais cansada. Mas nem por isso paro.
- Assim não dá, o barco está a deixar entrar água por todo o lado. Não vale a pena consertar de um lado, se se estraga do outro. Vai acabar por afundar.
- Tens razão. Desisto. É melhor deixar o barco afundar!
Alguns minutos depois:
- Não era isso que eu queria dizer. Não quero que o barco afunde.
- Pois, mas de tanto o dizeres, começo a concordar contigo. Não vale a pena "remar contra a maré".