Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Segredos", de Lesley Pearse

500x.jpg 

 

Como se pode perdoar uma mãe que, desde o primeiro dia, rejeita a sua filha?

Que, desde o primeiro dia, a negligencia?

Que, desde o nascimento da irmã, a discrimina, como inferior, e não a considera merecedora do que quer que seja?

 

Como se pode perdoar uma mãe que insulta a filha?

Que afirma que mais valia ter morrido ela, que a outra filha?

 

Como se perdoa uma mãe que tenta matar a própria filha?

Ainda que, aparentemente, esteja louca?

 

Adele foi uma vítima do sistema.

Das atitudes inconsequentes da mãe.

Do desprezo do padrasto.

Dos abusos do responsável do lar de acolhimento.

 

Nos dias de hoje, Adele seria, certamente, uma criança sinalizada. Não que adiantasse de muito.

Naquele tempo, isso não era moda.

Safou-se como pôde. 

E encontrou a paz com uma avó que nem sabia da sua existência.

 

Rose foi uma má filha.

Abandonou os pais no momento em que mais precisavam dela, sem lhes dizer nada, e levando com ela o dinheiro que possuiam.

E foi um má mãe para Adele.

Nunca sentiu mais do que raiva, rancor e ódio pela filha mais velha, a quem sempre culpou pelas suas desgraças e vida actual, ao lado de um homem que não ama.

Quando Rose perde a sua filha mais nova, Pamela, fica ainda pior, e acaba internada num hospício, depois de tentar matar Adele e o marido.

 

Honour considera que foi uma boa mãe, e que Rose, sua filha, foi uma ingrata.

Agora, tenta ser uma boa avó para Adele.

Mas será que, lá bem no fundo, as coisas são como ela diz?

 

A determinado momento, a verdade terá que vir ao de cima e, não justificando, talvez se compreendam melhor determinadas atitudes. 

Poderão Honour, Rose e Adele resolver as suas diferenças, perdoar-se, e reatar os laços familiares?

 

Confesso que, tendo em conta as notícias que nos vão chegando a cada dia, da triste realidade de crianças negligenciadas, maltratadas e, muitas vezes, assassinadas, pelos próprios pais, só consigo olhar para o final desta história como pura ficção.

Não sei se as pessoas como Rose serão capazes de mudar tanto. Se se poderão tornar tão diferentes, que voltem a merecer confiança, e a ter uma nova oportunidade. Custa-me acreditar.

 

Relações familiares, a guerra e os seus efeitos devastadores, diferença de classes e estatutos, amor verdadeiro e segredos, que podem mudar a vida de todos, são os ingredientes desta história, que porá à prova cada uma das personagens e terá, para cada uma delas, um destino guardado.

 

 

2 comentários

Comentar post