Sentir a "dor" dos filhos
Dizem que as mães sentem as dores dos filhos.
Seja ainda dentro da barriga, se algo não está bem.
Seja cá fora.
Ora pelas cólicas, ou pelos dentes a nascer, quando são bebés.
Ou quando apanham aquelas doenças típicas da infância, e ficam murchinhos.
Ou quando temos que os deixar na escola, entregues a estranhos, e os vemos pedir para não os deixarmos.
Seja quando têm dificuldades, ou quando se chateiam com os amigos.
Ou quando querem concretizar um sonho, e não conseguem.
Estamos sempre lá, e sofremos com eles.
Da mesma forma que ficamos felizes quando estão felizes, ficamos tristes quando estão tristes.
Até ontem, estava feliz, porque a minha filha também o estava.
Mas a felicidade depressa escapa por entre os dedos.
A dela, foi-se.
O que era para ser uma surpresa boa, tornou-se um pesadelo.
E, ontem, experimentei um outro tipo de dor que, até aqui, desconhecia: a dor dos desgostos de amor dos filhos.
Não é nada comigo, mas sinto-o como se fosse. Ou ainda mais.
Ela chora. E eu choro com ela.
Ela está triste. E eu, também, por ela.
Não posso fazer nada para mudar o desfecho, e trazer-lhe de volta os momentos felizes.
Só posso estar ao lado dela, como sempre, e apoiá-la.
Sim, este é o primeiro namorado.
E ela é nova.
Ainda há-de viver outros romances.
Mas este amor era o primeiro.
E estavam tão felizes...