Séries curtas vs. séries longas (paixão vs. amor)
Uma das coisas que nos influencia, no momento de escolher uma série para acompanhar, para além do tema, da história, do idioma, e dos protagonistas, é a sua duração.
Eu sou, por norma, uma pessoa impaciente no que respeita a séries.
Quando selecciono uma série, e percebo que a mesma tem cerca de 50 a 100 episódios, é meio caminho andado para desistir, e escolher outra.
Uma série curta significa que se vê em pouco tempo.
É mais fácil de acompanhar e chegar ao fim, sem ficar pelo caminho.
Significa que, à partida, os episódios vão ser corridos e empolgantes, sem tempo para estar ali a preenche-los com “palha” que não interessa muito, nem serve para nada.
É quase como uma paixão forte que, assim como chega depressa e a vivemos intensamente, também se acaba num instante.
Como um vento que, mal nos atingiu, já passou e foi para outro lado.
Mas, apesar de tudo, não nos envolve.
As séries longas têm a desvantagem de, à partida, nos fazer torcer o nariz, quando olhamos para a quantidade de episódios que têm.
Nem sempre há essa disponibilidade. Nem sempre há paciência.
Muitas vezes, os episódios pouco adiantam. Quase como as novelas, até começam bem, perdem-se pelo meio, empatam e, quando chegam ao fim, é tudo a correr.
Mas, se realmente nos interessar a história, acabamos por entrar nela mais a fundo, embrenharmo-nos mais, conhecer melhor cada uma das personagens, rir e chorar com elas, torcer por elas, sofrer por e com elas, e ficar felizes com a sua felicidade.
E se, no início, queríamos muito chegar ao fim, quando este se começa a aproximar, não queremos que acabe já, porque já nos habituámos aquelas personagens, àquele ambiente, àquela vida que nos foi dada a conhecer durante tanto tempo.
É como um amor, que se foi construindo aos poucos, e custa quando chega ao fim, tornando mais difícil a despedida.