Sobre o aborto - a utopia da legalização
Não sei por que se pensou que, legalizando o aborto, este diminuiria.
A legalização só veio permitir que as mulheres façam "às claras", com maior segurança e a custo zero, aquilo que já antes faziam, às escondidas, sem condições e com custos elevados.
E a tendência para o número de abortos aumentar justifica-se - se antes muitas mulheres hesitavam e preferiam não abortar por medo das consequências (tanto físicas como legais) ou por não ter condições financeiras, com a legalização, esses medos e obstáculos desapareceram.
Quanto às consultas de aconselhamento e planeamento familiar para evitar recorrer ao aborto, é compreensível que não sejam frequentadas: a informação já a temos toda, já a sabemos "de cor e salteado", e os contraceptivos estão disponíveis mesmo sem se ir fisicamente à consulta.
No entanto, apesar de tudo isso, continua a haver gravidezes não planeadas e indesejadas. Principalmente em tempos de crise. E é muito mais prático e económico abortar que ter um filho. É a pura verdade.
Partindo deste princípio, e tendo em conta que o aborto é, para muitas mulheres uma espécie de método contraceptivo em última instância é normal que, cada vez mais, se corra o risco de o aborto se tornar um procedimento corriqueiro.
Eu sou uma defensora do aborto, mas não como algo que se faça por sistema. Mas, a minha opinião e experiência, podem lê-la AQUI