Sobre o Achas que Sabes Dançar...
...que também poderia ser, tendo em conta a selecção dos candidatos até aqui e a primeira gala, o Achas que Sabes Apresentar, o Achas que Sabes Avaliar ou o Achas que Sabes Escolher!
Gosto do programa. É bom termos programas destes que tentam descobrir os talentos escondidos e mal aproveitados de muitos portugueses embora, na prática, se contem pelos dedos os que sairam destes mesmos programas com várias portas abertas para a construção e consolidação de uma carreira.
Parece-me que, em alguns momentos, os jurados foram um pouco injustos, pouco tolerantes com uns, e demasiado benevolentes com outros.
Não simpatizo muito com o Joaquín Cortez - pode ser um excelente bailarino e coreógrafo e, como tal, ter competências para avaliar, mas não estou a gostar muito de o ver.
A Rita Blanco não é especialista na matéria, mas até se safa nos comentários, e tem algum humor.
Mas é com este senhor que eu me farto de rir todas as semanas! O Marco da Silva, além de bailarino e coreógrafo, é genuíno. Acho piada aos "ei", aos "uh", aos "wow", aos saltos e gestos que ele faz durante as actuações dos concorrentes, ao sotaque, à simplicidade, ao gosto que demonstra por aquilo que faz.
A apresentadora, Diana Chaves, não sei se por ser a primeira gala em directo, não esteve mal, mas também não esteve bem. Esperemos que, com o tempo, melhore.
Quanto à polémica votação e eliminação da primeira gala, é verdade que, da forma como é feita a votação, os últimos a dançar são claramente prejudicados. Isto se as pessoas em casa, de facto, votarem pela actuação no programa. Porque apesar de as linhas abrirem ao ao mesmo tempo, sem mostrarem pelo menos, um excerto do ensaio geral, a única coisa em que podemos votar é na amizade, na família, na cara bonita ou no corpo trabalhado, ou seja, em nada do que é suposto avaliar. Minutos após o último par dançar, as votações encerram. Mas também é verdade que, por exemplo, a Joana e o Tiago foram dos primeiros a actuar e, ainda assim, dos menos votados.
Houve concorrentes que dançaram menos bem e foram salvos, outros que tiveram uma melhor exibição e foram nomeados, as coreografias, por vezes, não dão espaço para mostrar muito, e outras vezes, mostra-se tudo e, ainda assim, o público não fica satisfeito.
Apurados os seis menos votados, coube aos jurados decidirem quem salvavam e quem mandavam para casa, após uma última "dança pela vida". E é aqui que a incoerência, ou não, se faz sentir. Quanto à Cristina, não houve grandes dúvidas. Sempre a consideraram a mais fraca do grupo. Quanto ao Tiago, que tanto elogiaram ao longo da gala, que frisaram uma vez e outra que fazia falta no programa, e cuja nomeação gerou tanta indignação aos mesmos, perguntamo-nos porque razão, nesse caso, o mandaram embora?
As explicações coerentes que vejo são só duas: ou a produção deixou que repetentes participassem mas, em caso de nomeação, seriam os primeiros a sair (e aí os jurados não puderam fazer nada), ou os jurados consideraram que apesar de excelente bailarino, não mostrou aquilo que valia (ou não tem mais para mostrar) e, uma vez repetente, há que dar lugar a outros.
As explicações incoerentes poderão ter sido fazer a vontade ao público, como castigo "nomearam, agora aguentem com as consequências", ou acharem que, como profissional, não faz sentido estar ali a tirar a vez a outros. Mas, para isso, nem sequer o tinham levado tão longe. E profissionais, estão lá mais. Não é desculpa.
Seja como for, o sonho da dança não termina com a eliminação do concurso. Prova disso é o Tiago, a Rita Spider, e outros concorrentes da primeira edição, que continuaram a fazer da dança a sua vida.
Covém não esquecer que isto é um concurso. Os concursos deste género, raramente são justos. E, como disse alguém, e muito bem, eles são 20, só um pode ganhar e os restantes 19 terão que sair!