Sobre o livro O Jogo de Ripper
Depois de ter lido um livro que me prendeu da primeira à última página, foi difícil conseguir entusiasmar-me com este.
A minha filha perguntava-me: "estás a gostar do livro?"
E eu respondia "tem muita conversa e pouca acção!" ou "tem muita palha".
Até mais de metade do livro (lida em vários dias), não deu para aquecer. Estava mesmo a ficar desiludida com esta aquisição.
Mas, quando desaparece a personagem Indiana, então tudo começa a mudar. E, daí em diante, foi ler o que restava durante umas horas, para saber o que ia acontecer, e surpreender-me com o final.
Fez-me lembrar um pouco a generalidade das telenovelas - passam a maior parte do tempo a empatar, e nos episódios finais despejam tudo de uma vez.
Não conheço outros livros da autora mas, neste, Isabel Allende pecou nesse aspecto. E noutros, também.
Sendo este livro a sua estreia no universo policial, os crimes deveriam ter tido maior destaque ao longo do livro. Assim, parece que se cometeu um crime, mas que esse é algo terciário para a história, e que o importante são as características das personagens, e as relações entre elas.
E, por falar em relações, mais um aspecto que falha. Ou que talvez até retrate uma realidade, mas que não devia existir: nenhum agente policial ou investigador partilha informações, provas e ficheiros com a família, ou com qualquer outra pessoa que não intervenha na investigação.
Por outro lado, os participantes do Jogo de Ripper, também deveriam ter tido um papel mais activo. E houve episódios que não faziam falta e que eram desnecessários.
Por tudo isto, posso dizer que a forma como a história se começou a desenvolver a partir do desaparecimento de Indiana, e o final, foram os únicos motivos para não dar como desperdiçado o meu dinheiro na compra do livro.
Numa escala de 1 a 5, talvez um 3 seja a classificação mais justa.