Somos parte da Natureza...
(e agimos como ela)
Porque é que não está sempre sol?
Porque a chuva também faz falta.
Sem sol, não haveria chuva. E, sem chuva, não haveria sol.
Porque é que não nos sentimos sempre felizes?
Porque a tristeza também faz falta.
Sem felicidade, não haveria tristeza. E, sem tristeza, não haveria felicidade.
Podemos viver vários momentos felizes mas a verdade é que as outras emoções, tal como as gotas que se evaporam e formam as nuvens, também se vão acumulando e, quando percebemos, é necessário descarregá-las, tal como a chuva que cai.
Um céu não está permanentemente coberto de nuvens, sem que o sol volte a espreitar. Da mesma forma, também não nos sentimos sempre tristes, em baixo, deprimidos, sem que a alegria nos volte a contagiar, e levar a melhor.
Um vulcão pode estar inactivo durante anos e anos. No entanto, volta e meia, ele entra em erupção. Da mesma forma que nós podemos manter a nossa calma e tranquilidade mas, um dia, podemos explodir.
Tal como o vento, mais suave, ou mais furioso, também nós, por vezes, nos mostramos mais ou menos agitados e, uma vez ou outra, levamos tudo à nossa frente. Ou somos levados.
Por vezes, tal como os trovões, levantamos a voz, discutimos, e as nossas palavras podem cair como raios, nos outros, ou as dos outros, em nós.
Mas, com a mesma rapidez com que acontece, também passa.
Não sem, claro, deixar a marca da sua passagem, do seu efeito.
Umas, mais vincadas e profundas que outras.
Também nós, à semelhança de um terramoto, estremecemos, trememos, abanamos o nosso mundo e o dos outros, por vezes, abrindo fendas que poderão não voltar a fechar.
Ou, tal como um tsunami, quantas vezes sentimos que nos vamos afundar naquela imensidade e força da água, contra a qual parecemos impotentes?
Mas, se sobrevivermos, cada um de nós aprende a reconstruir-se.
Podemos estar mais murchos em determinadas alturas, sem ânimo, sem "vida", como as plantas que secam. Mas, noutras, algo nos faz ganhar de novo a vivacidade, arrebitar, voltar a dar e mostrar o melhor de nós.
No fundo, somos parte da Natureza.
E, por isso, agimos como ela.