Sou uma "desmancha-surpresas"!
Para o bem, e para o mal!
É mais forte que eu.
Até posso gostar de ser surpreendida, mas detesto ser apanhada de surpresa!
E, quando me cheira a surpresa a caminho, não consigo evitar esmiuçar tudo, até descobrir.
Depois, também me é difícil fingir que não sei de nada, e reagir bem.
Na semana passada o meu marido veio com uma conversa que me deixou logo as antenas em alerta:
"Ah e tal, amanhã temos que ir a um sitio a hora de almoço... Ou então um pouco antes de almoço."
Muito vago, muito evasivo.
Perguntei onde tínhamos que ir. Respondeu apenas o nome da localidade.
Perguntei o que íamos fazer. Respondeu que íamos buscar uma coisa.
Não satisfeita, perguntei se a coisa não tinha nome. E se o sítio não tinha nome.
Arranjou uma desculpa que era para ir para ir buscar um disco para o pc, para aumentar a memória. Para eu não desconfiar, mencionou o nome de uma loja de lá.
Não resultou muito, porque tudo aquilo me soava estranho.
A loja fechava antes da hora a que, supostamente, ele tinha combinado lá ir.
Depois, para conseguir mais memória para o pc, o normal seria comprar um cartão de memória. Podia comprá-lo cá.
Ainda que, eventualmente, fosse possível instalar um disco qualquer num portátil, não deveria ser feito na hora.
Fiquei a matutar naquilo.
Mais tarde, para acabar com as dúvidas, disse-lhe que era melhor almoçarmos primeiro, antes de irmos, não fosse aquilo demorar.
Se ele dissesse que tudo bem, dava-me por vencida.
Mas se ele dissesse que não era preciso, então confirmavam-se as minhas suspeitas de que aquilo era tanga.
Como eu esperava, ele respondeu que não era preciso almoçar antes.
E eu atirei "Pois não, porque não vais buscar coisa nenhuma. É para irmos almoçar fora!"
E pronto, lá estraguei a surpresa, que acabou por não acontecer porque eu disse que, se fosse para ir, íamos os 3, e a minha filha só estava connosco no domingo.
Só que, ao domingo, o restaurante está fechado.
Por isso, ficou o almoço adiado.
E a surpresa arruinada!