Surpresa, expectativa, obrigação, aversão, mudança...
Quando fazemos algo bom, por nossa vontade, uma ou outra vez, sem que a outra pessoa esteja a contar, acabamos por supreendê-la pela positiva.
E como o objectivo de surpreender até foi conseguido, por vezes, atrevemo-nos a fazê-lo mais vezes, mas...
Às tantas, do outro lado, gera-se uma expectativa. A outra pessoa começa a habituar-se a esperar uma acção nossa.
E isso leva-nos, de certa forma, a sentir uma "obrigação" de continuar, mesmo que já não seja supresa nenhuma, apenas para não defraudar as expectativas das pessoas.
Inevitavelmente, chegaremos a um ponto em que a nossa vontade é não fazer nada, porque criámos aversão àquele tipo de acções. Como se estivessemos numa espécie de "prisão".
No entanto, se por algum motivo, se gerar uma mudança que altere essa dinâmica, e nos devolva a liberdade, é provável que se volte a ganhar o gosto pela surpresa.
Mas com cuidado, não vá o ciclo voltar a repetir-se, e cairmos no mesmo erro.