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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

1 Foto, 1 Texto #26

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Se tivesse chovido tudo aquilo que prometia, talvez tudo fosse diferente.

Ou não...

Há muito que o céu se veste de cinzento, e que as nuvens ameaçam o dilúvio.

No entanto, ainda não tinha caído nenhuma gota.

 

Seria apenas uma ameaça?

Umas nuvens mais negras que por ali pairavam mas que, em breve, dispersariam?

Ou a chuva viria, mais cedo ou mais tarde?

 

Certo é que acabaram mesmo por cair algumas pingas.

Não tantas quanto se esperaria. Pelo menos, para já.

Até poderia ter chovido bastante, se o céu assim o permitisse, ou desejasse. 

Como quem abre as comportas de uma barragem, para deixar passar toda a água contida durante anos.

Mas, quem sabe, a água já não fosse assim tanta, e a barragem estivesse mais seca do que se pensaria.

 

Certo é que o céu, que durante tanto tempo se mostrou ameaçador, de repente, voltou a ficar azul.

E das poucas pingas, que caíram por breves instantes, pouco ou nada resta.

Por quanto tempo, ninguém sabe...

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto

Histórias Soltas #26: Emoções desvairadas

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Lidar com uma emoção de cada vez é uma coisa.

Dá tempo para assimilar.

Para tentar compreender.

Para "digerir".

Para contornar, combater ou eliminar.

Com tempo...

 

Lidar com todas ao mesmo tempo, é bem diferente.

Sem que nada o faça prever, elas chegam.

Desvairadas.

Descontroladas.

Desembestadas.

 

Chegam como uma avalanche.

Que arrebata.

Que engole.

Que desnorteia.

 

Num momento, uma euforia que surge, sabe-se lá de onde.

Capaz de fazer pairar. Quase voar.

Acreditar que ainda não é tarde. 

Que tudo pode mudar. 

Que tudo é possível.

Uma leveza, bem estar e paz, carregada de esperança.

Uma euforia que não é habitual. E que se estranha.

Mas sabe bem.

 

No momento seguinte,  uma tristeza sem motivo.

Sem razão.

Aquele aperto no peito.

Aquele nó na garganta.

Lágrimas que caem fora de horas.

Que não fazem sentido.

 

E, quando a montanha russa de emoções para, depois de várias voltas e loopings, tudo volta ao ponto de onde partiu.

A realidade do costume.

O "voltar à Terra".

O corpo a dar sinal de que não se deu bem com toda esta loucura. 

A pedir descanso, para recuperar.

 

E, depois, é como se nada tivesse acontecido.

Nenhuma emoção estranha.

Nada de anormal.

Tudo está no lugar de sempre.

Que, muitas vezes, não é lugar nenhum...