Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Histórias Soltas #25: Cansaço...

Sem Título.jpg

 

É isso que sinto.

Não propriamente aquele cansaço físico.

Embora o corpo se ressinta.

 

É um cansaço de quem se sente sem forças. 

Sem ânimo.

Sem disposição.

 

É um cansaço de quem precisa de respirar fundo.

 

É um cansaço de quem já não tem paciência.

De quem prefere calar, a ter que fazer um esforço para argumentar.

Porque, no fim, não sai conversa alguma.

Nada de útil.

Nada de prazeroso.

 

Até mesmo os fins de semana são encarados com outros olhos.

Deixaram de ser dias para recarregar baterias, para ser dias em que a pouca energia que resta é sugada.

Dias que não rendem.

Dias que não se aproveitam.

 

Cansaço...

De quem se sente preso, com os movimentos condicionados.

De quem só quer um pouco de paz.

 

 

 

 

Quando a meta se aproxima...

Pintar e Colorir Desenhos: Meta desenhos para colorir

 

Falta uma semana!

Uma semana para acabar o ano lectivo.

O último dos 12.

 

Os testes estão feitos.

Os trabalhos, apresentados.

O que tinha de ser feito, foi. E já não há volta a dar.

Fica só a faltar o exame nacional mas, oficialmente, as férias estão aí à porta.

 

Então, e como correu este último período?

A mim pareceu-me que, depois de dois anos de malabarismos por conta da pandemia, este último ano acabou por ser um pouco mais normal mas, neste terceiro período, senti que a maior parte dos estudantes, incluindo a minha filha, já estavam demasiado desmotivados para aquele derradeiro esforço.

 

Há quem, com o aproximar da meta, ganhe um novo ânimo e acelere na recta final, com entusiasmo, para chegar lá o mais rapidamente possível e acabar a prova bem classificado.

E há quem, ao vê-la, sinta todo o cansaço acumulado a abater-se sobre si, e perca as poucas forças que ainda lhe sobram, fazendo aqueles últimos metros quase a arrastar-se, já pouco querendo saber se chega em primeiro, quinto ou décimo, mas apenas que chegue, que corte a meta, e consiga o desejado apuramento.

 

O da minha filha, mal ou bem, está garantido.

A missão foi cumprida. 

O percurso foi concluído no tempo regulamentar.

E está de parabéns!

 

 

 

 

Será algum vírus primaveril?

images.jpg

 

A primavera costuma trazer consigo a alegria, a boa disposição, a serenidade e um novo ânimo, a quem acaba de sair de um inverno que não deixa saudades.

A natureza muda, as flores renascem, os pássaros voltam, o sol aquece e a sua luz ilumina o cenário.

Mas nem sempre as coisas funcionam assim. Nem sempre o nosso estado de espírito acompanha esta transformação. Por vezes, dá-se o inverso.

Há dias assim, é verdade. E, nesta semana, os dias têm sido assim: falta de energia, falta de motivação, inércia e apatia, por um lado, e irritabilidade, impaciência e stress em exagero, por outro.

Dias em que tanto pareço um vulcão em inactividade, extinto há vários anos, como uma bomba prestes a rebentar. Porquê? Não faço ideia!

Ontem, por exemplo, enervei-me por causa de uma sopa! Porque tive que correr Mafra inteira à procura de uma sopa que me agradasse (o café onde costumo comprar estava encerrado) e, quando o meu marido encontra a dita cuja, estivemos quase 15 minutos à espera dela! Sim, estavam duas pessoas na cozinha sem fazer nada e um funcionário cá fora a pedir licença a um pé para mexer o outro. E só ao fim desse tempo se dignaram colocar então uma sopa, caríssima por sinal, dentro de uma caixa para nos dar! 

Também não ajuda o regresso da minha filha às aulas, o voltar a acordar ainda mais cedo, a correria ao almoço e as jornadas de estudo que vêm a caminho.

Mas não consigo apontar um motivo concreto para este estado de espírito que me atingiu. O que é certo é que ando cada vez mais a "ferver em pouca água", a reclamar, a enervar-me, e a sentir-me cansada, exausta e sem forças. Noto que nem aquelas coisas que antes me davam motivação parecem produzir o mesmo efeito.   

E parece que andam por aí mais pessoas com sintomas parecidos. Será algum vírus primaveril? 

 

 

Sem ânimo para celebrações...

 

transferir.jpg

 

Já lá vai o tempo em que contava os dias que faltavam para o meu aniversário! Em que ficava, à medida que o dia se aproximava, cada vez mais ansiosa.

Em que esse dia era sinónimo de estrear roupa nova, jantar com o namorado e amigos, e noite de farra, ou almoço com a família.

Em que ficava feliz por se lembrarem do meu aniversário, ou triste por não o recordarem.

Já lá vai o tempo em que, pelo menos, o Bolo de Aniversário não podia faltar! Em que ficava feliz por fazer anos.

De há uns anos para cá, não sinto mais isso. É apenas um dia igual a todos os outros, em que fico um ano mais velha, em que não tenho ânimo nem entusiasmo para celebrações.

De há uns anos para cá, se há um bolo, é porque o meu marido o compra para me fazer a surpresa (que da primeira vez foi surpresa mas das seguintes nem tanto), se há entusiasmo e contagem decrescente para o dia, é da parte do meu marido (como se fosse ele o aniversariante) e se alguém se lembra que é um bom dia para almoçar ou jantar fora, é o meu marido!

E sei que é com a melhor intenção, mas o aniversário é meu, e tenho o direito de decidir sobre o que quero ou não fazer nesse dia, se me apetece ou não celebrá-lo e de que forma, ou se, simplesmente, quero passar por ele como se nada fosse.  Também sei que, se não for pelo meu marido, esse dia vai mesmo passar em branco, como outro domingo qualquer caseiro, a tratar das lides domésticas e afins. E, provavelmente, daqui por uns anos vou pensar em como o tempo passou e como poderia ter feito as coisas de outra forma.

Não sei o que aconteceu, mas algo mudou, algo se perdeu ao longo do tempo para os meus sentimentos em relação a este dia mudarem tanto. E, realmente, gostava de recuperar o entusiasmo de antigamente, mas isso tem que ser por mim, e não porque alguém já decidiu ou planeou tudo por mim, ano após ano.

Dezembro é mesmo um mês complicado para mim. Além do meu aniversário, vem o Natal. Outra época que, há uns anos atrás, prometia muito e que, agora, pouco me diz. E, logo em seguida, a passagem de ano! Sempre gostei dessa noite e comemorava, até a minha filha ter nascido. Depois disso, acabou-se. É mais uma noite igual às outras, que tenho passado só com a minha filha, ou sozinha (há cinco anos que o meu marido trabalha nessa noite), muitas vezes já a dormir à meia noite, ou na cama a ver televisão.

Este ano, o meu marido vai estar de folga! Para ele é um acontecimento – a primeira passagem de ano em 5 anos que vai poder celebrar! Estamos sozinhos! E eu, mais uma vez, sem vontade nenhuma de sair de casa, enfiar-me num carro seja para onde for para andar numa estrada cheia de bêbados, apanhar um frio de rachar ou chuva a ver espectáculos de rua, ou enfiar-me num local fechado e barulhento até às tantas da madrugada.

Tenho 35 anos (em breve 36), não sou uma velha, mas sinto-me como se fosse. Em vez de passar pela vida, estou a deixar que ela passe por mim. Mas, sinceramente, não sei onde procurar a motivação perdida para todas estas celebrações…

Espírito natalício, mas pouco...

 

Se já entrei no espírito natalício?

Em parte, sim. Mas naquela parte que menos tem a ver com o Natal!

Já andei a fazer contas ao subsídio, a estipular montantes e a comprar algumas prendas. Só isso.

Já pensei em montar a árvore de Natal, andei a ver onde a podia pôr, mas estou sem espaço. E sem dinheiro para investir numa mais pequena ou em outro tipo de enfeites. E sem tempo para me dedicar a trabalhos manuais.

Além disso, este ano o Natal vai ser bom para tirar uma semana de férias, descansar e pouco mais. O meu marido vai estar a trabalhar na véspera e no dia de Natal, os meus pais não ligam a esta época e a minha filha vai passar o dia com o pai.

Mas ainda estamos em Novembro. Até ao Natal, pode ser que o entusiasmo e o espírito desabrochem!