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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

1 Foto, 1 Texto #20

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Tenho tanto de serena, como de agitada.

Tanto de tranquila, como de turbulenta.

Tanto de pacífica, como de guerreira.

Tanto de ponderada, como de impulsiva.

Tanto de simples, como de complexa.

Tanto de apática, como de determinada.

Tanto de vulnerável, como de forte.

Não sou só uma. Ou só outra.

Sou ambas.

Ao mesmo tempo.

Ou em tempos diferentes.

 

 

 

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1 Foto, 1 Texto #19

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Chegou Dezembro ...

O último mês do ano. 

Agora, é o tudo ou nada.

 

O que ainda dá para fazer.

O que fica por concretizar.

O que se vai adiar.

 

Dezembro é mês de festas.

É tempo de celebrar.

De brindar.

 

É o mês da loucura.

Das extravagâncias.

E dos exageros.

 

Dezembro veste-se de vermelho, verde e branco.

Enche-se de luz e música.

Vem carregado de simbolismo. 

 

Traz consigo o Inverno.

A lareira e o aconchego.

Uma manta, um livro, e um chá.

 

Dezembro traz, também, o final de mais um ano.

Uma lista de novas resoluções para fazer.

Mais um recomeço para planear.

 

Dezembro é mês de paz.

De solidariedade, e união.

De compreensão, e perdão.

 

Dezembro é o mês da família.

Da chegada. E da afastada.

Da de perto. E da de longe.

 

É o mês das crianças.

Mas também dos adultos.

É dos miúdos e dos graúdos.

 

Dezembro é um mês grande.

Mas torna-se muito pequenino.

Porque passa num instante.

 

É daqueles meses que todos esperamos.

Que todos queremos que chegue.

E que deixa saudades quando parte.

 

Bem-vindo, Dezembro!

 

 

 

 

 

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1 Foto, 1 Texto #18

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Gostava de andar por aí, livre.

Mostrar-me como, realmente, sou.

Mas não posso.

 

Nem sempre é fácil andar com uma carapaça, mas ela é tudo que tenho, para me proteger.

A minha "concha" ajuda a que ninguém repare em mim. 

Como uma camuflagem, para que ninguém se aperceba da minha presença.

 

Não que toda a gente o faça, mas há sempre quem se aproxime, curioso.

Quem se queira aproveitar da minha forma de ser.

Quem só queira ver, de mim, o que quer ver. Sem me querer, mesmo, conhecer.

 

Há quem pense que gosto de me exibir.

De andar por aí e deixar a minha marca.

Mas enganam-se. 

 

Posso até adaptar-me às condições, e às situações.

Posso habituar-me à companhia de outros seres.

Consigo partilhar os mesmos espaços. 

 

Mas eu gosto mesmo é de estar na minha vidinha.

Sem chamar a atenção.

Em paz e sossego.

 

Longe da crueldade.

De quem só me quer para satisfazer os seus caprichos.

Ou para me usar numa qualquer experiência que só me magoará. 

 

 

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1 Foto, 1 Texto #17

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- Que lugar é este?

- É um refúgio, onde podes vir sempre que precisares.

- E porque precisaria eu de um refúgio?

- Todos nós, em algum momento da nossa vida, precisamos de um!

 

- Porque temos que fugir?

- Não necessariamente. Podemos apenas procurá-lo para nos afastarmos daquilo (e daqueles) que nos rodeia, e estar a sós, connosco, sem pensar em mais nada, por breves instantes.

- Então, é para me esconder? Enquanto o mundo conta até dez, eu venho e escondo-me aqui?

 

- Por exemplo. Mas é mais do que isso.

  Aqui está a calma, a paz, o silêncio, que nos abstraem da confusão e ruído diário.

  Aqui consegues sentir o ar mais puro. As árvores dão-te o oxigénio e o fôlego que necessitas.

  És só tu, e a natureza. Mais ninguém.

 

- E não é perigoso? 

- O perigo está em qualquer lado. Não é mais nem menos perigoso do que outro lugar qualquer.

 

- Posso chamar-lhe floresta encantada?

- Porque não?! Afinal, tudo aqui tem o seu encanto: as flores, os pássaros, os ramos, o rio.

  Até o sol, a brilhar por entre as árvores, a dizer que a luz estará sempre presente, para te iluminar.

  Que te dará sempre energia, quando a tua se estiver a esgotar.

  Que nunca te deixará perder a esperança, mesmo num dia mais cinzento.

 

- E não posso falar com ninguém sobre ele?

- Não deves. Se não, deixa de ser o teu refúgio. A não ser que o queiras partilhar com alguém especial para ti.

- Como tu estás a fazer?

- Sim, como eu estou a fazer, agora, contigo.

 

- Gostei do "nosso" refúgio. 

- Ainda bem!

- E vou mantê-lo secreto.

- Para que o resto do mundo fique lá fora.

- Sim. E nós, cá dentro! 

 

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1 Foto, 1 Texto #16

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Na natureza, como na vida, nada, nem ninguém, é poupado.

Seja novo, seja velho.

Tenha acabado de nascer, com uma vida pela frente, ou esteja perto de morrer.

Seja jovem, ou maduro.

 

Quando tem que ser, quando é mais forte, quando é algo contra o qual não se consegue lutar, calha a todos.

Umas vezes, faz poucas vítimas.

Outras, destrói dezenas de vidas, mostrando-se arrasadora.

A natureza. E a vida.

 

Naquela tarde, depois da intempérie, encontraram-nas caídas.

Não resistiram. Não aguentaram.

Ali, jazia, quem sabe, mãe e filha. Avó e neta. Ou talvez nem se conheçam mas, ainda assim juntas.

Inocentes. Vítimas atiradas, sem qualquer piedade, ao chão.

 

E, agora, o que será delas?

Talvez pontapeadas por quem ali passar.

Pisadas. Esmagadas. Enxotadas.

Ou talvez alguém se compadeça, e lhes dê um final mais digno.

 

 

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