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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"YOU" - 4ª temporada - parte 1

Netflix 'You' new poster shows Joe Goldberg hiding among new people 

 

Esta série tem andado no "entra e sai", da minha lista de séries a ver, desde que estreou a primeira temporada.

No entanto, quando vi o trailer da quarta temporada, percebi que era desta que me dedicava a ela.

Dividida em duas partes, a primeira com 5 episódios, estreada a 9 de fevereiro, esta temporada prometia.

Porque não seria o mesmo de sempre.

Desta vez, o caçador seria a caça. O predador, a presa.

Alguém sabe quem é ele, o que ele fez no passado. 

E Joe, agora Jonathan, vai passar a desconfiar de tudo e de todos, até perceber quem é, e qual o objectivo do seu inimigo.

Logo agora, que ele queria recomeçar uma nova vida, mostrar que estava diferente, que não era mais um assassino...

 

Pontos negativos

- O grupinho de amigos no qual Joe se vê forçado a entrar é tão fútil que, à excepção de um ou outro membro, não tem qualquer interesse e nao acrescenta nada à história

- A não ser que haja uma nova surpresa na segunda parte, fiquei desiludida com a personagem escolhida para inimigo misterioso

 

Pontos positivos

- Retrata a realidade de muitos ricos, futilidade, drogas, sexo, snobismo, comportamentos execráveis de quem acha que pode tudo, só porque tem dinheiro, ou nasceu em berço de ouro

- Damos por nós a torcer pelo Joe, a querer que ele derrote o seu inimigo (que não é melhor), e a gostar daquela personagem, quase nos esquecendo que ele é um psicopata serial killer

- O destaque dado à aluna Nadia, na análise que faz aos policiais literários, e que espero que seja ainda maior, e melhor, na segunda parte

 

 

 

Estreou a 4ª temporada de The Good Doctor

e os dois primeiros episódios foram dedicados à Covid-19

the-good-doctor-season-4-poster-key-art.jpg

 

Sim, ando alguns meses atrasada!

A verdade é que a 4ª temporada da série The Good Doctor já estreou em Novembro, no AXN.

Mas só este fim de semana, e por mero acaso, enquanto me preparava para ver uma outra série (também ela descoberta com atraso), é que me apercebi que já tinha cerca de 8 episódios desta nova temporada gravados! 

 

E não poderia ter começado da melhor forma, com os dois primeiros episódios a abordar a pandemia que vivemos na vida real - a Covid-19.

Sim, já estamos fartos da pandemia. A nossa vida já está toda virada do avesso por conta dela. Já temos o suficiente, para ainda termos que levar com ela na ficção.

Mas, talvez através da ficção, algumas pessoas tomem outra consciência do que a pandemia provoca, não só a quem está deste lado, mas também através dos médicos e enfermeiros que estão do lado de lá.

 

Esta foi a primeira produção de ficção que vejo a abordar o tema. Não sei se já existem outras.

Na série, a pandemia parece ultrapassada (ou pelo menos controlada), ao fim de menos de 20 semanas.  Infelizmente, a realidade é muito diferente, e já devemos ter passado as 52 semanas, sem previsões de melhorias.

Apesar das várias medidas implementadas naquele hospital, pareceu-me que, ainda assim, andava tudo ainda relativamente descontraído, até mesmo em questões simples como o uso da máscara que, em vários momentos, tiravam para falar com os familiares dos doentes. Não me parece que a realidade seja assim.

 

Foram apenas dois episódios. Que bastaram para passar a mensagem, e deixar o apoio e apelo ao respeito por todos os profissionais de saúde, e outros que se mantêm a zelar para que os restantes possam ficar protegidos.

Vemos a facilidade com que um simples gesto, do dia a dia, pode contribuir para disseminar o vírus. O desconhecimento sobre a doença, ao início, e a facilidade com que se fazem falsos diagnósticos e triagem, podendo colocar outras pessoas em perigo.

Vemos o receio, a impotência. O stress pela distância dos que amamos, para sua protecção. O stress pela proximidade forçada a que as pessoas não estavam habituadas, e os estragos que podem fazer nas relações.

Vemos pacientes ligados a ventiladores. Quase sempre, precedidos da morte. A despedida das famílias por telemóvel.

Pessoas que, aliadas à Covid-19, têm outras doenças que complicam todo o quadro, e a recuperação.

Mas também vemos doentes que recuperam, que se salvam, que saem do hospital, sob aplausos que celebram a vitória sobre o vírus.

Vemos esperança!

 

A série questiona "How do you heal a world turned upside down?", ou seja, como curamos um mundo virado do avesso?

Fazendo a nossa parte. E deixando os outros fazerem a sua parte. Penso que ainda estamos a aprender, a cada dia, como fazê-lo. 

E, tal como um médico não desiste de tentar tudo o que for possível para curar um paciente, ainda que o resultado, no fim, seja a sua morte, também nós não podemos desistir de tentar "curar" este nosso mundo, que neste momento está de pernas para o ar, a piorar em vez de melhorar, mas que sem a nossa luta, provavelmente, nunca se restabelecerá.

 

Voltando à série, e ultrapassando a pandemia, vamos continuar a ter tudo aquilo a que mesma já nos habitou: ultrapassar o passado, lidar com o presente, manter a pensamento positivo, e fazer a vida valer a pena.

Com decisões difíceis de tomar, novos membros na equipa para ajudar, e para ser ajudados, e as mesmas "disputas" de sempre entre os mais antigos.

Com inseguranças, com aceitação, com escolhas.

 

E, para quem, como eu, ficou chateada com a morte de Neil Melendez, ele vai aparecer no início desta temporada, em modo "fantasma", para uma despedida a sério, de todos nós, e de Claire!