Porque não perguntam aos estudantes se acham que têm férias a mais?
A propósito deste texto da Pipoca - http://apipocamaisdoce.sapo.pt/2019/08/ferias-em-calhando-tres-meses-sao-demais.html - porque não se pergunta aos estudantes se acham que têm férias a mais, já que são eles os principais visados com a questão?
Na minha opinião, o problema não é a quantidade de férias que os estudantes têm, mas sim a falta de iniciativas que lhes são oferecidas, a falta de apoio aos pais para estar com eles nesta altura, e a própria era em que estamos, em que os jovens se aborrecem por tudo e por nada, e acabam por dar primazia às tecnologias, do que a qualquer outro entretimento.
Mas, se as férias de verão são demais?
Não me parece.
Para mim, pessoalmente, as férias da minha filha são uma espécie de férias para mim também. Estou, tal como ela, ansiosa para que cheguem, e triste, quando se aproximam do fim, porque já sei que nos espera um longo ano de estudos.
Se eles sofrem um desgaste assim tão grande durante o ano lectivo?
Sim, sofrem!
A nós também nos custava, quando estávamos no lugar deles, mas acreditem que agora ainda é pior.
E eles precisam de tempo para desanuviar de todo o stress, para não fazer nada, para se divertirem, para dormir, para estar com os amigos, para aproveitar o verão.
As férias que vão tendo ao longo do ano ajudam, mas não chegam.
E, por muito aborrecidos que possam estar em casa, de férias, não estariam ainda mais, se tivessem que estar fechados numa sala de aula em pleno verão?
É, realmente, nos filhos que os pais pensam, quando se queixam de férias a mais? Ou é no facto de não poderem, também os pais, estar de férias para acompanhar os filhos? No facto de não terem com quem os deixar? De não terem dinheiro para os colocar em actividades de férias?
Porque isso são questões completamente diferentes.
Pela minha experiência, de ano para ano as férias parecem passar mais depressa e, este ano, com a fase final a teminar no final de junho, só sobrou mesmo o julho e o agosto, que está quase a chegar ao fim (já!). E depois aquela meia dúzia de dias e setembro passa num instante, e lá estará ela de volta às aulas.
Não soube a muito, pelo contrário, soube a muito pouco.
E acredito que, à maioria dos estudantes, também!