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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Enquanto espero...

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... aproveito uma aberta, e procuro um banco de jardim, onde me possa sentar, e aquecer ao sol, num dia tão frio.

Por incrível que pareça, tempo não me falta.

Pelo contrário, parece ser tempo a mais, ainda que nunca o seja.

É irónico que esteja sempre a queixar-me de que me falta tempo e, quando o tenho, não o possa aproveitar como gostaria, e só queira vê-lo passar depressa.

 

Por mim, passam pessoas. 

Estudantes, num qualquer intervalo entre aulas, ou já com o dia terminado.

Acompanhantes que, tal como eu, tentam ocupar o tempo.

Funcionários, que aproveitam a pausa para petiscar, ou fumar um cigarrinho.

Pacientes, que vão, ou vêm, de alguma consulta.

Familiares que chegam para visitas.

 

Poucos se atrevem a sentar.

Afinal, os bancos estão molhados da chuva que, pouco tempo antes, tinha caído.

O vento também não convida a ficar parado muito tempo.

Mas eu, deixo-me estar.

Ali, posso respirar. Aliviar a dor de cabeça. Abstrair.

 

Olho para o céu.

Nuvens brancas percorrem-no, em passo apressado.

Também não querem ficar ali muito tempo.

E quem quer?

 

O sol vai aproveitando os seus últimos minutos de esplendor.

A caminho, vêm as nuvens negras que, depressa, o esconderão.

Tiro, para memória futura, uma fotografia daquele pedacinho de paz, no meio da incerteza que me aguarda.

Levanto-me, e dirijo-me de volta ao caos, para me proteger da chuva que não há-de tardar a cair.

 

E espero...

Abrigada de uma intempérie. Desabrigada de outra.

Eu, e tantas outras pessoas. 

 

 

Deixemos a ficção ser isso mesmo: ficção!

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Ainda o Titanic.

Ainda a questão de se seria possível o Jack sobreviver se tivesse ficado em cima da porta com Rose.

E, como esta, tantas outras questões, críticas e análises que fazemos a tudo o que é ficção porque, ditamos nós, a realidade não seria bem assim. 

Ah e tal, isto só mesmo em filmes. Ah e tal, isto na realidade nunca aconteceria assim.

 

O que é mesmo a ficção?

Uma narrativa ou história imaginária e irreal, criadas a partir da imaginação, embora possa reflectir alguma realidade.

Normalmente, seja em livros, filmes ou séries, recorremos a ela para nos distrairmos. Para entrarmos noutras vidas, noutras histórias, noutros mundos. 

No entanto, ao mesmo tempo que nos queremos, de certa forma, abstrair da realidade, e entrar num mundo fictício, queremos que ele deixe a ficção de lado, e mostre as coisas como deveriam ser.

Não faz sentido!

 

A ficção tem o poder de criar tudo aquilo que quiser, e fá-lo de modo a gerar reacções, emoções, sentimentos.

Tanto nos dá finais felizes, como trágicos.

Tanto mata, como ressuscita.

Tanto junta, como separa.

Tanto nos dá doses de realidade, como nos atira com fantasia total.

É imaginação. E a imaginação não tem limites.

 

Se o Jack tivesse sobrevivido, o Titanic não seria o mesmo filme. Não teria o mesmo impacto.

E, como este exemplo, tantos outros.

 

No dia em que a ficção se limitar a ser, única e exclusivamente, uma mera cópia exacta da realidade, então não valerá a pena ela existir.

Por isso, deixemos a ficção ser isso mesmo: ficção!