Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Desafio de Escrita do Triptofano #6

A última actuação

thumbnail_20220301_144742.jpg 

 

Aqui estou eu.

A pisar este palco uma última vez.

A deixar, para trás, a máscara que tenho vindo a usar.

 

Tantas vezes, nos últimos tempos, desejei não voltar a este palco.

Sentia cansaço. Já não me dava prazer. Já não me sentia feliz.

Sentia que já não tinha nada a mostrar. Nada a acrescentar.

Sentia que o meu papel já não fazia sentido. Que o guião, que me havia sido destinado, estava esgotado.

 

Tantas vezes, nos últimos tempos, desejei ter saído no lugar da minha parceira. Talvez ela fizesse mais falta. 

Mas, dia após dia, ia subindo novamente. Porque não estava nas minhas mãos deixar de o fazer.

Por isso, fui aguentando. Uns dias melhor. Outros, pior.

 

Só que, agora, não há volta a dar.

E agora, que sei que os meus dias neste palco estão prestes a terminar, não queria que eles acabassem.

É contraditório, eu sei.

Não é receio do que me possa esperar fora do palco.

É mais tristeza, pelo, e pelos, que deixo cá. Por saber que deixei aqui tudo de mim, e não voltarei mais.

 

Eles não sabem que eu sei. Mas sei...

Eles sabem, e eu também sei que, a qualquer momento, me despeço deles, e deste palco que foi a minha casa nos últimos anos.

Desempenhei o meu papel o melhor que pude.

Vivi a personagem, que me foi destinada, o melhor que consegui.

Agora, é hora de pisar outros palcos. De desempenhar outros papéis. De viver outras personagens.

Ou, simplesmente, parar...

 

Aqui estou eu.

A pisar este palco uma última vez.

Chegou a minha hora.

É a última vez que tenho o holofote sobre mim. Mas a luz, essa, irá guiar-me no caminho que me espera. 

 

E, assim, hoje, despeço-me de todos.

Daqueles com quem contracenei. Do público que me acompanhou.

Deste palco que é a vida...

Até um dia...

 

 

Texto escrito para o Desafio de Escrita do Triptofano

 

Também participam:

Ana D.

Cristina Aveiro

Maria Araújo

Triptofano

Maria

Ana de Deus

Bruno

 

 

 

 

 

 

 

 

Sobre a semifinal de ontem do Festival Eurovisão da Canção

Comecei a ver passar música atrás de música, e só dizia, para cada uma delas: "não vale nada", "muitos gritos", "muitos efeitos especiais".

 

Blanche

Até que chegou a minha primeira grande favorita - a Bélgica. Uma música diferente, que poderia ainda ganhar mais se a sua intérprete não estivesse tão nervosa.

 

Mais umas quantas que nada me disseram, e chegou outra favorita - a Finlândia.

 

Gostei ainda das músicas do Azerbeijão, Grécia, Polónia, Islândia e República Checa. Destas sete preferidas, passaram à final quatro, o que já não é mau. 

 

 

Portugal Eurovision entry

 

Então e o Salvador?

É português, eu sei. A letra é bonita, também sei. Mas, mais uma vez, é daquelas músicas que, vindo de outro cantor qualquer e num outro idioma qualquer, me passaria na mesma ao lado. Para um festival da canção, não a escolheria.

No entanto, tendo em conta tantas músicas que não valiam nada, e que já venceram esta competição ao longo dos anos, porque não sonhar este ano com essa vitória?

Os "astros" até parecem estar alinhados, e tudo a encaminhar-se nesse sentido. Porque não pode calhar a nós? Que o Papa, Nossa Senhora de Fátima e até o Benfica valha ao Salvador.

 

Uma coisa é certa, e há que reconhecer o mérito: o Salvador não precisou de muito para brilhar nesta semifinal, o que prova que, por vezes, menos é mais.

Ele não precisou de recorrer aos gritos, e esganiçar-se todo para mostrar do que a sua voz é capaz.

Ele não precisou de um grande palco para mostrar que a sua voz e a sua presença são suficientes para o encher, actuando naquele pequeno palco, no meio da plateia, silenciando todos os que assistiam à sua actuação, ao vivo, ou na televisão.

Ele não precisou de mascarados, de espectaculares efeitos luminosos, de artefactos, de um grande cenário, de bailarinos ou outras distracções. Bastou ele, a sua voz, a sua interpretação singular e sentida, um microfone, e um bonito e simples cenário atrás. E, só por esse momento, já valeu a pena ouvi-lo e vê-lo!

 

Mas, aqui entre nós, sabem que música é que me veio à cabeça hoje de manhã? Don't Walk Away, do Pedro Gonçalves! Que se há-de fazer :) 

 

 

 

 

Queridos espectadores, encolhemos os mentores!

 

Foi, sem dúvida, o momento alto da edição de ontem do The Voice Portugal, aquele em que os jurados viram o seu lugar ocupado por estes pequenos sósias, que surpreenderam também a Aurea enquanto cantava!

Estavam muito giros e a produção fez um óptimo trabalho, mas em termos de "boneco", penso que os que estavam mais parecidos eram a mini Marisa e, sem dúvida, o mini Anselmo, que até a falar parecia o próprio!

 

 

 

Dos concorrentes de ontem, o meu destaque vai para o Miguel, um jovem de 17 anos, que me pareceu bastante humilde e simples, até mesmo na sua forma de cantar, e que sem fazer grandes malabarismos com a voz, conseguiu cantar e encantar. 

Gostei muito de o ouvir, e mesmo percebendo-se que algum nervosismo misturado com timidez, conseguiu virar as quatro cadeiras e conquistar os jurados.

Fez-me lembrar um pouco o Pedro, da edição anterior.

 

 

 

A Salomé já não é uma estreante nestas andanças, tendo participado também no The Voice Kids. A actuação pode não ter corrido tão bem, mas ela emociona ao cantar, pelo menos fê-lo com a música que interpretou. Vamos ver se das próximas vezes as coisas correm melhor e ela se vai mantendo no programa.

 

 

E aqui está aquela que muitos já consideraram a melhor actuação de ontem à noite, e uma séria candidata à final - a Marta. Curiosamente, também já participou noutro programa - Factor X.

 

No entanto, apesar de ter gostado de várias vozes ao longo destes três programas de Provas Cegas, ainda não houve aquele momento, como aconteceu com a Deolinda na edição passada, em que dissemos logo - esta mulher vai ganhar!

 

Pontos positivos:

A coragem do Simão/ Simone, a fazer lembrar o Vítor/ Natasha da edição anterior.

A coragem do Carlos Balula, de nunca desistir dos seus sonhos e daquilo que mais gosta, mesmo quando, depois de abrir inúmeras portas a tantos talentos, as portas se fecham para si.

 

Pontos negativos:

O apelo à lágrima continua. Se querem fazer surpresas aos concorrentes,porque não o fazem extra programa? Nos bastidores? Isto é um programa de vozes, não um "Ponto de Encontro". Sei bem como é importante o apoio da família nestas ocasiões, ainda mais quando estão separados, mas é desnecessário assistirmos a esses momentos.

O Mickael Carreira, que o seu mini sósia tão bem imitou, até nesse aspecto! Alguém que ensine àquele rapaz boas maneiras? É que se é para o estilo, não o ajuda em nada. E se não é, só pode ser mesmo falta de educação. Já irrita aquela mania que ele tem de carregar no botão com os pés!

 

 

Imagens The Voice Portugal

Got Talent - Há mais alguma coisa que ele saiba dizer?

Para além de "foi agradável", "foi bonito", "esgota-se em si", "não" e outras expressões do género, que nem parecem vindas de alguém que está ali para ser jurado, e dar uma opinião mais fundamentada ou fazer críticas construtivas?

É que os outros jurados, mesmo não gostando, conseguem ter mais para dizer que um homem que já anda nisto há anos. Mas talvez seja esse o problema, de tantos anos a ser jurado, já não lhe apraz dizer mais nada, e deixa essa missão para os colegas.

 

Destaco da noite de ontem:

 

As "We Dance", pela sua jovialidade e alegria contagiante

 

O Hélio pela magnífica actuação e qualidade que apresentou

 

A Carolina, pela graciosidade e talento demonstrado

 

Parabéns também aos Kayser Ballet, e aos FunkyMonkeyZ, pelo bilhete dourado!

 

Imagens Got Talent Portugal e media.rtp.pt

Ambição sim, mas humildade também se usa!

Imagem www.darcanal.pt

 

Estava tudo a correr tão bem com a actuação deste concorrente, e ele tinha que estragar tudo.

O Romeu pareceu-me um jovem muito simples, com um timbre muito bonito e com muitas hipóteses de singrar no mundo da música. E conseguiu virar as cadeiras da Marisa, da Áurea e do Anselmo. 

Mas, depois de ouvidos os elogios e na hora de escolher o mentor, "caiu-lhe a ficha", e desapontou todos com o seu método de escolha.

Como disse a Áurea, e muito bem, o que ele deveria pensar era com qual daqueles mentores ele teria mais possibilidades de aprender, e qual deles o poderia ajudar a vencer.

Que ele queira fazer da música profissão e sonhe em fazer a primeira parte dos concertos de músicos como os mentores, é legítimo. Ambição, se comedida, nunca fez mal a ninguém.

Agora dizer que escolheria aquele que o convidasse para fazer uma primeira parte, assim do nada, já é demais.

Ainda que fosse apenas uma brincadeira (que não me parece o caso), essa atitude caiu muito mal aos jurados, e penso que a muitos espectadores também.

Humildade também se usa, e pode muitas vezes levar mais longe que a ambição desmedida.