Os "pica miolos" e as provocações gratuitas
Não gosto!
Provavelmente, ninguém gostará.
Quem está a ver de fora, até pode achar piada.
Eventualmente, algumas picadinhas ou provocações a terão. Se forem inofensivas. Se não ofenderem ninguém.
Mas tudo o que é demais cansa.
E, quando é feito com o propósito de desestabilizar o outro, é feio. É jogo sujo.
Há pessoas que são pica miolos", e sabem que o são.
Que não percebem os limites até onde podem ir. Ou fazem questão de ultrapassá-los.
Sempre me disseram que a melhor forma de os parar, é ignorar, é mostrar indiferença, é não responder, nem dar troco.
Se bem que isso, muitas vezes, só os faz insistir ainda mais. Picar mais. Provocar mais.
Mas também podem perceber que dali não conseguem nada, e desistir.
Na prática, pode ser possível manter essa indiferença por algum tempo.
Mas, ou a pessoa se afasta desses pica miolos, ou tem um gigante poder de ouvir e calar, ou chega a um ponto em que acaba por lhe sair uma resposta torta, tal o nível de saturação e desgaste.
Esse é o ponto de partida.
Depois, ou a coisa acalma, ou escala de tal forma que nada de bom daí sairá.
E, no fim, para quê?
O que se ganhou com isso?
Todos nós lidamos com pica miolos na nossa vida.
E como o Big Brother é o jogo da vida real, também tinha que lá haver um. Ou mais.
Mas há um que se destaca, e não disfarça.
É o seu jogo. É válido. Desde que não ultrapasse os limites.
Ontem, assistimos a uma cena muito triste.
Empolada por questões que já vinham de fora. Por provocações mútuas que aconteceram lá dentro. E pela própria produção, que quer ver o circo pegar fogo, e ainda atira achas para a fogueira, para depois fingir que tenta apagar o fogo desencadeado e fora do controlo, quando o podia ter evitado se, em lugar de atirar achas, tivesse usado o extintor quando ainda tinha o controlo.
Na minha opinião, estiveram todos mal.
O Nuno pode ser um excelente jogador, estratega, pica miolos e provocador, mas tem que haver limites. E quando se parte para a provocação gratuita assente em ofensas, é só jogo sujo e feio, e deixa de entreter e ter piada. E ele que não me venha dizer que muito do que apelida aos outros, é apenas ao jogador, e não à pessoa.
O Gonçalo não sabe ignorar, que era o melhor que podia ter feito. Reage precisamente como o Nuno espera, e ainda consegue superar as expectativas, porque se passa, e age e diz o que não deve. Perde a razão.
Neste momento, o BB Desafio Final é um programa de tensão, que nem dá vontade de ver, e acho que a maioria, público e concorrentes, só querem mesmo que acabe depressa, porque não deixa saudades.
A Cristina, em directo, assim em modo de querer disfarçar, e levar o programa adiante, perante o ambiente que se fez sentir e ficou na casa, vem com aquele discurso de filosofia barata que, naquele momento, ninguém precisa e quer ouvir, com frases como "estão num jogo e cada um pode dizer e fazer o que quiser, e vocês têm que saber gerir", só então acrescentando "dentro dos limites, claro".
Mas eu pergunto-me: em nome das audiências, quais serão esses limites?
E o Big não esteve melhor neste quadro.
Ah e tal, na minha casa não vou permitir qualquer tipo de violência, e todos têm obrigação, vendo uma situação destas, de intervir e separar.
Desculpe?
Tanta preocupação com as "conversas impróprias" quando diz respeito à produção e aos segredos da mesma, mas depois deixa toda a gente falar tudo, e tudo é válido, mesmo que isso gera este tipo de situações, o circo a pegar fogo, e ainda são os colegas os responsáveis por gerir os conflitos?!
Que tal o Big intervir na hora?
Para mim, teriam sido os dois expulsos, e vinham ajustar contas fora da casa. Só que, depois, perdiam dois concorrentes, deixava de haver polémica, perdiam-se audiências, e lá o programa tinha que acabar mais cedo.
Quando a ideia até é, segundo parece, prolongar.
Dadas as grandes audiências que está a ter.
À custa do quê. E de quem...