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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Frase típica de um potencial agressor "Ah e tal, eu não ia mesmo agredir!"

Mulher agride amiga por ter ficado com seu ex-marido | Cambira Notícias

 

Quantas vezes, no meio de uma discussão, uma das partes envolvidas exalta-se mais, e "parte para cima" da outra, com uma atitude agressiva, como se, de facto, fosse agredir fisicamente a outra?

Se houver mais pessoas presentes, e nessas situações, a primeira coisa que fazem é colocar-se ao meio, entre uma e outra, para que as coisas não escalem, e os ânimos acalmem.

 

Depois, quando questionadas essas pessoas, quantas vezes não dizem: "Ah e tal, não acredito que fulano fosse mesmo agredir...".

Tretas!

Quando alguém se mete, se coloca no meio, agarra a pessoa que está mais exaltada, tenta separar as partes ou qualquer outra atitude do género, é porque, realmente, acreditou que as coisas poderiam descambar e, além de ofensas verbais, ocorrer agressões físicas entre elas.

 

Da mesma forma, depois de passada a tempestade, quando questionadas as partes envolvidas, é típico do potencial agressor afirmar: "Ah e tal, eu não ia mesmo agredir!"

Outra mentira descarada!

É óbvio que, não fossem outros colocar-se no meio, provavelmente, a agressão aconteceria mesmo.

Porque, nesses momentos, as pessoas estão a reagir a quente. Não pensam. Não estão a medir os seus actos.

Qualquer um de nós, até a pessoa mais pacífica, pode agredir numa situação dessas.

 

E acredito que, quando algumas pessoas dizem que ficam pior quando alguém se coloca no meio para separar, ou para as agarrar, o que querem mesmo dizer é que ficam fulas porque as estão a impedir de fazer aquilo que estavam prontas a fazer.

 

 

A minha vizinhança é uma animação

História de hoje: Uma vizinhança do barulho | Jornal do Sindico

 

Sábado à tarde, estávamos em casa, e ouvimos os gritos.

Era a vizinha, em guerra com o filho.

Nada de novo.

Todas as semanas há espetáculo no bairro. Por vezes, mais do que uma sessão por dia.

Em algumas delas, a GNR e os Bombeiros juntam-se à festa.

Numa ocasião, vimos mesmo um cabo de vassoura no ar.

 

A mãe tem a fama de beber uns copitos, arranjar confusão com toda a gente e ser ordinária.

O filho, tem uma doença qualquer, mas também a fama de ser drogado.

Dizem que o filho bate na mãe. 

Não sei se é verdade. Não sei se não será recíproco...

 

Mas, dizia eu, a vizinha estava aos gritos com o filho.

A mãe: "És um drogado! Queres dinheiro? Vai pedir à tua mãe! Vai pedir à tua mãe!"

O filho, para a mãe: "Fala baixo! Porque é que estás para aí a gritar?"

E a mãe, continuando a gritar: "E tu, porque é que estás a falar baixo?"

 

Realmente, que despautério!

Quem é que discute a falar normalmente?

Parece anedota!

Mas isto tem tudo para correr mal.

 

Volta e meia, os vizinhos chamam a GNR. 

Mas tudo segue igual. 

Não se vê grande intervenção.

Qualquer dia, já ninguém faz nada. Já ninguém liga.

 

E, qualquer dia, alguma desgraça acontece.

Não foi por falta de aviso...

 

Não vale tudo por jogo... ou será que vale?

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Em qualquer jogo, como na vida, existem regras.

E, ainda que essas não sejam infringidas, há que saber estar.

 

Um jogo é um jogo e, como tal, sendo o objectivo ganhá-lo, cada um usa a estratégia que melhor lhe servir, para chegar à vitória.

Essa estratégia poderá ser individual, a pares, ou em grupo, ainda que só um acabe por sair vencedor.

Também na vida, usamos as ferramentas que estão ao nosso alcance, e ajudamos, ou somos ajudados, a conquistar os nossos objectivos.

Em ambos se elaboram planos, se tentam alcançar metas.

Em ambos  - jogo e vida real - temos, por vezes, meio mundo contra nós. Temos obstáculos. Temos barreiras.

Em ambos nos sentimos mais fortes, em determinados momentos, e vamos abaixo, noutros.

Mas em nenhum deles deveria haver agressões, seja elas físicas ou verbais, desrespeito, atitudes infantis e vingativas. 

Em nenhum deles deveria haver uma vitória, "espezinhado" os outros.

 

Quando se trata de reality shows, nomeadamente, o Big Brother, há sempre várias hipóteses: ou a pessoa está em personagem, ou encara o jogo como aquilo que é, um jogo, e vai delineando a sua estratégia que poderá passar por alternar entre si próprio e personagem, ou não, ou a pessoa assume, como muitos concorrentes fazem, que são eles próprios, e que mostram aquilo que são.

A julgar por esta actual edição, e se aquelas pessoas estão a mostrar aquilo que são, estão a mostrar que vale tudo por jogo.

Que o jogo está acima das "amizades", das relações, dos sentimentos.

Que o jogo está acima da imagem que possam passar cá para fora, e que as prejudica mais do que ajuda.

Que vale insultar, massacrar, humilhar, armar-se, viver em clima de constante guerra, desrespeitar, por dinheiro

E que vale, ao mesmo tempo, por vingança, acabar com o prémio pelo qual estão a lutar, deixando de fazer sentido continuar lá a fazer o que quer que seja.

 

Quando as pessoas começam a ficar perdidas, sem rumo, sem argumentos, sem nada que justifique as suas acções, então, se calhar, é melhor para para pensar no que está a fazer.

Ainda é ela própria? Ainda está em personagem?

Onde acaba uma, e começa a outra?

 

O que não se percebe, também, é aqueles concorrentes que se afirmam genuínos e, depois, a cada gesto irreflectido que fazem, que depois traz consequências, mostrarem-se arrependidos, e afirmar que não são aquela pessoa, que não são assim. Então, em que ficamos? São, ou não são? Ou é conforme convém?

Gosto de jogo limpo. Jogo sujo, nem tanto. 

 

E depois, há aqueles que apelam para que as pessoas que os criticam tenham alguma consciência do que dizem, e do que acusam, porque por vezes fazem críticas de mau gosto e acusações graves.

Pois eu diria para os mesmos, e para quem os defende, que essa consciência deve começar por quem tem as acções.

E que parece não medir, pesar, perceber o impacto e as repercussões que as mesmas podem ter, para si, e para quem os rodeia.

Será que compensa queimarmo-nos, por jogo e dinheiro?

 

Numa escola (muito) perto de nós

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Fiquei estupefacta com a notícia.

Embora seja cada vez mais o "prato do dia" nas escolas, o choque é ainda maior quando acontece numa escola tão perto de nós. Na escola onde a minha filha passou os últimos 5 anos. 

Sem incidentes desta dimensão.

 

Fiquei hoje a saber que a directora da antiga escola da minha filha foi agredida, violentamente, por um aluno de 15 anos, e teve que ser socorrida e levada para o hospital.

 

E a pergunta que fica no ar é:

Com que vontade, gosto, prazer, satisfação, alegria, vai um professor para uma escola, ensinar os seus alunos, depois de situações como esta?

Eu diria que cada vez menos...

 

Por enquanto, ainda vamos vendo quem tenha a coragem, para ignorar uma situação isolada, ainda que grave, em prol daquilo que tem gosto em fazer, pelos restantes que nada tiveram a ver com a situação.

Mas, a continuar assim, até quando?

Até quando irão haver professores nas nossas escolas, se nada mudar?

 

 

 

Militares nas escolas - boa medida ou nem por isso?

 

Se um dia destes os vossos filhos se depararem com um militar na escola, não fiquem surpreendidos. É que resolveram ir buscar aqueles militares (das Forças Armadas) que se encontram na reserva, para fazer vigilância dentro das escolas, principalmente, nos recreios e junto à vedação escolar.

A sua função será, essencialmente, "impedir agressões entre os elementos da comunidade escolar", explicou o Ministério da Educação e Ciência (MEC). Estes militares irão assim complementar o trabalho desenvolvido por agentes da PSP e GNR no âmbito do Programa Escola Segura.

Para além disso, vão zelar pelo cumprimento das regras na escola, pela conservação e gestão dos equipamentos da mesma por parte dos alunos, e fiscalizar o estado de conservação das infraestruturas e equipamentos da escola, detectando danos ou falhas no seu funcionamento.

A colocação destes militares vigilantes irá depender das necessidades de cada estabelecimento de ensino, tendo em conta a sua localização, população, dimensão e problemáticas associadas.

As escolas garantem assim, de acordo com o MEC, a defesa dos direitos das crianças e jovens que as frequentam, e onde os militares prestarão serviço, e protecção contra qualquer forma de abuso, detectando ilegalidades e infracções às regras de cada escola.

Mas nem todos estão de acordo com esta medida. Muitos, consideram-na absurda porque estes militares não têm qualquer formação para lidar com os estudantes, e podem não saber actuar da forma mais conveniente em determinadas situações. De facto, foram treinados para lidar e combater o inimigo, podendo reagir com atitudes resultantes desse treino, que em nada beneficiam o ambiente e a resolução dos problemas entre alunos, e entre alunos, professores e funcionários, nas escolas.

Mas, por outro lado, talvez seja uma mão mais forte que faz falta em algumas dessas escolas, um pulso firme, alguém que imponha respeito. 

Na escola da minha filha costumam estar no portão da entrada, uma vezes, um funcionário (que já tinha estado antes na escola primária e que já todos conhecemos) e, outras vezes, funcionárias. A diferença entre a forma como são controladas as entradas e saídas, comportamento dos alunos naquela área e o respeito e cumprimento das regras são visíveis.

As funcionárias (mulheres na casa dos 30/ 40 anos) deixam fazer tudo e parecem ter medo dos jovens mais velhos. Estão ali mais a cumprir o horário, a desejar que tudo corra tranquilamente e a receber o seu salário ao fim do mês.

O dito funcionário (único homem na escola nessa função), não deixa passar nada. É extremamente simpático e atencioso, mas não deixa que lhe pisem os calos. Nem tolera mau comportamento e faltas de respeito. Se alguém não leva cartão, repreende. Se são os mesmos de sempre, que ele já conhece, chateia-se a sério e avisa-os que da próxima vez não entram nem saem.

Há escolas em que os auxiliares fingem que não vêem o que se passa, para não sobrar para o lado deles. Porque não querem correr riscos. 

Isto é só um exemplo de como, nem sempre, um auxiliar de acção educativa consegue controlar os problemas existentes nas escolas.

Agora, se com os militares, vai haver uma forma errada de lidar com os estudantes, se vai haver abusos e violência da parte deles como forma de evitar ou pôr fim a abusos e violência entre a comunidade escolar, não sei.