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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Os ciclos da vida

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A história é feita de ciclos. Acontecimentos que se vão repetindo no tempo.

A vida parece ser, também ela, feita de ciclos.

 

Nem sempre isso me agrada.

Porque, na maior parte das vezes, acredito que uma determinada situação aconteceu, resolveu-se, e ficou para trás. E não se voltará a repetir.

No entanto, volta e meia, percebo que me estou a deparar com situações idênticas, em que tudo se volta a repetir.

 

E, ainda que não digam, directamente, respeito a mim, interferem comigo.

Ainda que não seja eu a vivê-las, acabo envolvida por quem as vive.

Ou porque desabafam e me pedem opinião.

Ou porque me pedem ajuda.

Ou apenas porque, quem as vive, está muito próximo de mim.

 

E nem sei bem porquê. Ou para quê!

Porque a opinião é aceite, mas tem uma curta validade, antes de cair no esquecimento.

A ajuda é aceite, mas facilmente boicotada quando dá jeito.

Ficam cartas por pôr na mesa. 

E mesmo que se abra, momentaneamente, o jogo, logo se fecha, e se altera.

 

O que hoje é, amanhã já não o é.

Muda-se o discurso, e as acções, consoante a utilidade, e a vontade, do momento.

As certezas já adquiridas voltam a transformar-se em dúvidas.

Troca-se o certo, pelo incerto.

A estabilidade, pela insegurança.

 

Na maior parte das vezes, por iniciativa própria, e não porque o destino ou algo superior assim o quis.

Que é o mais difícil de perceber.

 

Porque parece que já se está a caminhar no bom sentido, e com vários passos de avanço e, de repente, está-se lá atrás outra vez.

Como se o caminho já feito de nada servisse. Como se a aprendizagem adquirida caísse em saco roto.

 

Cada um leva a vida como bem quiser.

Se querem repetir os mesmos erros, façam-no.

Se querem arriscar, vão em frente. Até pode dar certo. Até pode ser esse o caminho.

Mas, nesse sentido, limitem-se a comunicar, se assim o entenderem.

Porque se é óbvio que aquilo que nos pedem, quando não vai de encontro ao que esperam, não é levado em conta, nem vale a pena ser pedido.

 

É uma perda de tempo e desgaste desnecessário de quem se oferece para ajudar, em vão.

 

 

 

 

"As Nadadoras", na Netflix

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Estreou no dia 23, na Netflix, o filme "As Nadadoras", baseado na história real das irmãs sírias Sara e Yusra.

É um filme sobre refugiados, os perigos que correm para fugir da guerra, para lutar por uma vida melhor, e concretizar os seus sonhos.

Sobre o quão difícil, desesperante, frustrante e nem sempre bem sucedido é o trajecto desde a partida, até onde pretendem chegar. 

Sobre a discriminação que sofrem, as burocracias que enfrentam, as burlas a que estão sujeitos, a ajuda humanitária que lhes é oferecida.

 

É um filme sobre família, sobre união, sobre compreensão, sobre querer o melhor para os seus, ainda que isso signifique a separação, e a distância.

 

É um filme sobre coragem, sobre sacrifício, sobre entreajuda, sobre objectivos, sobre o futuro. 

 

Duas irmãs em busca de uma vida melhor, mas com destinos bem diferentes.

Yusra, sempre focada na natação, na participação nos Jogos Olímpicos. Já Sara, apesar de também ser nadadora, mais perdida nos seus objectivos, e sem saber bem o quye fazer, e que caminho seguir.

 

Na altura em que fugiram de Damasco, Yusra tinha 17 anos. Sara era mais velha.

Para trás ficou o pai, a mãe, e a irmã mais nova.

Apesar de não terem seguido à risca o plano inicial, elas conseguiram chegar à Alemanha.

 

Agora, Yusra tem 24 anos, e Sara, 27.

Depois de competir no Rio 2016, Yusra esteve entre os atletas que disputaram as medalhas nas Olimpíadas de Tóquio em 2020, e participou no Campeonato Mundial da FINA de 2022 em Budapeste.

Em 2017, ela foi nomeada a mais jovem Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Yusra é, agora, cidadã alemã.

 

Sara regressou à Grécia para ajudar outros refugiados que chegavam ao país, mas foi presa em 2018, por lavagem de dinheiro, contrabando, tráfico humano e até espionagem, e passou três meses detida. Apesar de, entretanto, ter sido libertada sob fiança, Sara ainda corre o risco de ser condenada de 25 anos de prisão. 

Infelizmente, é o preço a pagar por ajudar a salvar vidas.

 

 

Mais de 20 alminhas presentes, e nem uma foi capaz de ajudar!

urgenteeeeee Ao empurrar um carro este irá se movimentar com velocidade  constante, isso quer dizer - Brainly.com.br

 

No sábado fomos passear.

O carro anda há muito tempo com umas pancadas de "pega, não pega", e por mais que vá à oficina, nunca vem totalmente bom, deixando sempre a "pulga atrás da orelha".

Estacionámos.

Fomos ver a barragem. Tirámos umas fotos. E pedimos a uma bombeira que por ali estava para nos tirar uma foto.

 

De regresso ao carro, percebemos que nos "entalaram".

Vários veículos dos bombeiros pararam por ali, impedindo grandes manobras, e a saída do estacionamento.

Estavam mais de 20 bombeiros ali a conferenciar, não sei se em alguma acção de formação, exercício, ou o que quer que fosse.

 

O carro decidiu não pegar.

Várias tentativas, e nada.

Os bombeiros limitaram-se a, volta e meia, quando o barulho que o carro fazia os distraía do que estavam a ouvir, olhar para nós.

O meu marido, lá conseguiu, mesmo sem o carro trabalhar, fazer umas manobras para virá-lo em direcção à saída.

Como era meio a descer, podia ser que entretanto pegasse.

 

Ao aproximarmo-nos da saída, percebemos que o carro não passaria entre o camião dos bombeiros e a cerca.

E foi só nessa altura que um dos bombeiros teve o discernimento de tirar o camião da passagem. Mas só, e apenas, isso.

Estavam presentes mais de 20 alminhas, e nem uma foi capaz de ajudar!

Nem uma foi capaz de se chegar ao pé de nós e perguntar: "Precisam de ajuda?" ou "Querem que empurre?"

Nada.

Limitaram-se a olhar.

 

Com bombeiros destes, estamos feitos.

Só mesmo, literalmente, para a fotografia.

 

Em contrapartida, no dia seguinte, o mesmo cenário numa farmácia, e umas mulheres puseram logo mãos à obra a ajudar o meu marido, que estava sozinho.

E é isto...

 

Dos refugiados...

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Quero, antes de mais, frisar que este não é, de todo, um post contra os refugiados.
 
 
Não sou, e espero nunca vir a ser, uma refugiada.
Nem quero imaginar o que é ter que, de um momento para o outro,  deixar a minha casa, a minha terra, o meu país, e fugir para outro lado qualquer, desconhecido, sem saber se chegarei lá com vida, ou se morro pelo caminho. E, se chegar com vida, o que me espera, num sítio onde não conheço ninguém, onde nem sequer falo a mesma língua, onde não tenho nada...
Perder, de um dia para o outro, família, amigos, pertences, o lar, o trabalho, a estabilidade, depois de anos de luta para conquistar tudo isso.
E ter que recomeçar, do zero. Ter que depender da boa vontade, caridade e solidariedade dos outros, sem nada que seja meu. 
Pois...
Só quem passa por isso sabe o que custa, o que dói, o quão frustrante, desolador e triste é.
Não desejo isso a ninguém.
 
 
Posto isto, claro que toda a ajuda é bem dada, e preciosa, para que os refugiados, que não têm culpa nenhuma da sua situação.
E é óbvio que o povo português é um grande apoio nesse aspecto, sempre pronto a ajudar, a dar aquilo que tem, e que não tem, para que os outros tenham um pouco.
Nada contra. Eu própria, se puder, o faço.
 
 
O meu post vai mais no sentido de certas injustiças que se observam nestes momentos, e direccionadas para aqueles que têm sempre mais poder nas mãos, mas parece que só o usam quando querem, quando lhes apetece, quando lhes convém, ou quando a isso, por força das circunstâncias, são obrigados.
E, quer queiramos, quer não, isso gera revolta.
 
É um pouco como aqueles pais que todos os dias dão feijão com arroz aos filhos, porque a vida está cara e não há dinheiro para mais, e mesmo que os filhos, uma vez ou outra, peçam algo diferente a resposta é sempre a mesma - não dá.
Mas, depois, seja porque esses mesmos pais se ofereceram para receber um parente, ou porque foram incumbidos ou "obrigados" a recebê-lo, e não querem fazer má figura, nem mostrar a sua verdadeira realidade, acabam por comprar uns bifes do lombo, um peixinho, até uma sobremesa, algo a que os próprios filhos nunca tiveram direito.
Ou seja, para os seus, nunca dava, nunca havia. Mas agora, para os outros, já se fazem excepções.
Com os refugiados, acontece a mesma coisa.
E, volto a dizer, a culpa não é deles.
 
 
Mas, na prática, acaba por se arranjar soluções, alternativas e facilitar muito mais aos refugiados que chegam ao nosso país, que aos próprios portugueses.
Como?
 
Sabem aqueles pais que queriam mesmo matricular os filhos naquela escola mas, por mil e um motivos, não conseguiram?
Pois, se calhar, agora, a escola dá um jeito de arranjar vagas.
Sabem aquelas famílias que são postas na rua, ou que estão em risco de perder a casa, e ir morar na rua, ou num carro, ou que vivem em condições miseráveis, sem que se arranje um sítio onde possam viver dignamente?
Pois, se calhar agora já se arranjam habitações.
Sabem aquelas pessoas que querem mesmo trabalhar, e correm todos os sítios e mais alguns, e as respostas são sempre as mesmas: não estamos a precisar, não tem competências, demasiados estudos, estudos a menos, não tem experiência, etc?
Pois, se calhar agora, criam-se, propositadamente, novos postos de trabalho.
Sabem quando têm que tratar de um documento qualquer, e fica soterrados em burocracias, perdem tempo e, muitas vezes, não resolvem nada?
Pois, se calhar agora, aos refugiados, tudo isso é facilitado.
O que só prova que, havendo vontade e predisposição para isso, é possível.
 
 
E a minha única pergunta é:
Não poderiam agir da mesma forma com os nossos? Em circunstâncias normais?
Serão os portugueses, no seu próprio país, menos do que os que para cá vêm?
Será preciso uma situação extrema, para deixarmos de ser tratados como enteados, e passarmos a ser vistos como filhos?
 
 
Reafirmo que os refugiados não têm culpa.
Como refugiada que fosse, também gostaria de um lugar onde ficar.
De poder trabalhar para não depender mais do que o necessário, da caridade alheia, e recomeçar a minha vida.
Também gostaria que a minha filha continuasse os seus estudos, ainda que num país estranho.
E, para tudo isso, seria preciso documentação.
 
 
Sei que, em determinadas circunstâncias, situações urgentes exigem medidas rápidas e excepcionais.
Mas gostaria que houvesse um esforço maior para que as menos urgentes, mas não menos importantes e necessárias, não ficassem postas de parte, como se não houvesse qualquer responsabilidade em dar-lhes a devida atenção. 
Como se não tivessem qualquer forma de as resolver, ainda que o quisessem.

Sobre os pedidos de recomendações em grupos do Facebook

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Já me foram úteis.

Foi através deles que consegui alguém que me viesse substituir umas tomadas.

Foi através deles que consegui alguém que me viesse substituir os vidros partidos.

 

Por isso, ontem fiz um novo, desta vez, para fisioterapeuta ou osteopata, para o meu pai.

Percebi que há pessoas que nos facilitam o trabalho, outras que tentam ser prestativas, e ainda outras que estão noutra frequência, e só atrapalham.

Para este pedido em concreto, houve recomendações de pessoas com o respectivo contacto, ou página de facebook, que ajudaram muito.

Houve recomendações de nomes, sem mais nada. Ou em forma de identificação, mas a cujo perfil não dá para aceder, porque a pessoa não faz parte do grupo. Valeu, mas não deu...

 

E, depois, pasmem-se:

uma recomendação de cabeleireiro (não sabia que se dedicavam também à medicina)

uma recomendação de empresa ferroviária (estarão a sugerir alguma coisa?!) 

uma recomendação de negócio local (que nem dava para saber que negócio era)

uma recomendação de um centro de cuidados pré natais (eu frisei que era um idoso de 79 anos, não uma grávida!)

 

Ainda assim, já fiquei com alguns contactos e uma consulta marcada.

Vamos ver.