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Já me foram úteis.
Foi através deles que consegui alguém que me viesse substituir umas tomadas.
Foi através deles que consegui alguém que me viesse substituir os vidros partidos.
Por isso, ontem fiz um novo, desta vez, para fisioterapeuta ou osteopata, para o meu pai.
Percebi que há pessoas que nos facilitam o trabalho, outras que tentam ser prestativas, e ainda outras que estão noutra frequência, e só atrapalham.
Para este pedido em concreto, houve recomendações de pessoas com o respectivo contacto, ou página de facebook, que ajudaram muito.
Houve recomendações de nomes, sem mais nada. Ou em forma de identificação, mas a cujo perfil não dá para aceder, porque a pessoa não faz parte do grupo. Valeu, mas não deu...
E, depois, pasmem-se:
uma recomendação de cabeleireiro (não sabia que se dedicavam também à medicina)
uma recomendação de empresa ferroviária (estarão a sugerir alguma coisa?!)
uma recomendação de negócio local (que nem dava para saber que negócio era)
uma recomendação de um centro de cuidados pré natais (eu frisei que era um idoso de 79 anos, não uma grávida!)
Ainda assim, já fiquei com alguns contactos e uma consulta marcada.
Vamos ver.
Nem sempre as pessoas que parecem apoiar-te são aquelas que desejam o teu bem. Já aquelas que parecem querer o teu mal, podem ser aquelas que te estão verdadeiramente a ajudar...
Quando queremos fazer algo, ou temos alguma ideia, é mais que normal que queiramos e procuremos o apoio nas pessoas que nos estão mais próximas, ou noutras que conheçamos.
Mas, por vezes, aquelas pessoas que desejaríamos que nos apoiassem, parecem não querer o nosso bem. Parecem não ficar felizes, ou não querer que concretizemos aquilo que queremos.
Por outro lado, surgem pessoas que, supreendentemente, nos apoiam, e que nem estávamos à espera.
No entanto, é preciso cuidado. Porque essas pessoas que nos apoiam, podem estar a fazê-lo como quem dá um empurrãozinho, à pessoa que está prestes a estatelar-se ao comprido, para acelerar a queda.
Já quem parece não nos apoiar, pode estar apenas a segurar-nos, para impedir a queda iminente.
Sábado à tarde, vou a casa da minha mãe e ela diz-me "Olha, morreu mais um actor. O Pedro Lima."
Fiquei atónita. Parece que, de repente, os actores se lembraram de partir novos. Ainda há pouco tempo tinha sido o Filipe Duarte.
Fui para casa a pensar nisso e, mal cheguei, fui pesquisar mais, momento em que percebi que não tinha sido por doença, ou acidente. Pedro Lima tinha-se suicidado.
Ao que parece, a mulher já estaria a desconfiar que algo de grave se poderia passar o que, a juntar às mensagens que terá enviado nessa madrugada a alguns amigos, terá levado à rápida (mas não a ponto de impedir o pior) descoberta do corpo do actor, confirmando-se a morte.
É-nos difícil compreender como uma pessoa como o Pedro Lima que, aparentemente, tinha "tudo" - trabalho, dinheiro, uma família bonita, amigos verdadeiros, sucesso e por aí fora - se tenha suicidado.
Que motivos teria?
Não havia nada, à nossa vista, que nos pudesse levar a pensar que ele não estivesse bem. Não havia escândalos, falta de trabalho, problemas financeiros ou familiares, nada.
O que o levaria a tal acto de desespero, quando há tanta gente em pior situação, que não o faz.
Mas os problemas, fossem eles quais fossem, estavam lá. Ainda que não se vissem a olho nu.
Diz-se que Pedro Lima sofria de depressão. Como assim?
Se estava sempre animado, bem disposto, de bom humor, de sorriso aberto?
Estas pessoas são, por norma, as que representam mais risco. Porque escondem aquilo que sentem. Porque guardam para si. Porque não querem incomodar os outros, levá-los para os problemas que têm. Porque sofrem em silêncio, e em solidão.
Já não seria a primeira vez que lidava com a depressão quando, para todos nós, era parecia sempre um homem feliz e realizado.
E, agora, lá estava ela outra vez. Ainda que Pedro Lima desse a mão a todos, pareceu recusar-se a pedir a quem quer que fosse, que lhe desse a mão. Provavelmente, não queria incomodar. Provavelmente, achava que era algo que só a ele dizia respeito, e só ele poderia resolver.
Mas a depressão estava lá, enraizada, profunda, a dominá-lo, a puxá-lo como um polvo embora, para quem o visse, parecesse um homem liberto.
Diz-se que Pedro Lima tinha problemas de autoestima.
E nós pensamos: "Problemas de autoestima? O Pedro Lima?"
Parece impossível.
Mas esta morte que tanto nos chocou, só vem provar que, por vezes, o "tudo" que achamos que as pessoas têm, não é nada do que elas precisam.
Que, por mais que os outros nos elogiem ou nos atribuam qualidades, se nós mesmos não as virmos, é como se não existissem.
Choca-nos, mas só ele saberia o que sentia, e como queria livrar-se desse sentimento. Daquilo que o ensombrava. Que o aprisionava.
Talvez pudesse ser ajudado. Talvez não...
Por Pedro Lima, resta desejar que tenha encontrado a paz que lhe faltava, e que esteja melhor do que neste mundo, de onde partiu.
Mas, por tantas outras pessoas, é bom que percebamos que nem tudo é o que parece. Que um sorriso pode esconder uma tristeza profunda. Que a boa disposição pode ser a camuflagem para a dor insuportável.
É uma chamada de atenção, para aquilo que, muitas veses, está para além do que se vê, ou do que nos é dado a ver.
Felizmente, nunca precisei de fazer gastos descomunais, nem nunca tive grandes despesas extra orçamento, que me levassem a contrair dívidas, que depois não pudesse pagar.
Mas, confesso, já tenho feito vários créditos ao longo da vida.
E, para esses, tenho uma regra que tento nunca quebrar: apenas comprar aquilo que sei que poderei mesmo pagar! Por norma, aquilo que sei que, caso aconteça alguma coisa, terei dinheiro para pagar.
Por exemplo, a minha filha queria comprar um telemóvel novo, que custava quase 200 euros. Acedi a deixá-la comprar, porque sei que, nas suas poupanças, tem esse valor. No entanto, para não lhe custar tanto, optámos pela modalidade de 30 euros por mês, sem juros.
Ou seja, os meus créditos, salvo uma ou duas situações em que não dispunha do montante no momento para pagar a pronto, são de valores que até tenho disponíveis, mas que opto por repartir por vários meses e, assim custar menos, ou permitir uma maior margem de manobra.
Claro que não posso dizer que "desta água não beberei", porque não sei o dia de amanhã mas, neste momento, há várias coisas que eu precisava de comprar mas, como não tenho dinheiro, e não sei se consigo cumprir um eventual crédito, nem sequer arrisco.
E é esta fobia a dívidas que me atinge, que me impede de fazer aquilo que, muitas vezes, esperariam de mim. Chamem-lhe cobardia, se quiserem. Coração de pedra. Ou outra coisa qualquer. Dificilmente vou mudar esta postura. Mas há momentos em que custa!
No outro dia, publiquei no facebook uma foto de um gato que aparentava estar doente e ferido, muito apático e a não augurar um bom futuro.
Ora, a lógica seria pegar nele, e levá-lo ao veterinário. Mas não tinha dinheiro para isso, e ficar a dever não é comigo.
Isto, por vezes, não entra na cabeça das pessoas, que logo comentaram que eu devia ter levado o gato à clínica, que depois o dinheiro se via como arranjar.
Por acaso, a publicação era apenas a manifestação do meu estado de espírito ao ver o gato, e não o poder ajudar. Não era um apelo à angariação de dinheiro. Mas houve quem tivesse a lata de pedir para apresentar a conta do veterinário, porque ninguém ia dar dinheiro só por ver uma foto!
Fico feliz por ver que há tanta gente amiga dos animais, e disposta a ajudar monetariamente um animal que não conhecem. Mas, e se eu até tivesse feito isso, e o valor angariado não chegasse para pagar a conta? Ficava a dever à clínica? Porque falar é fácil mas, se isso acontecesse, era o meu nome que ficava marcado. Era a mim que viriam, com processos, exigir o pagamento da dívida.
Gabo a coragem das associações e de todos aqueles que colocam os animais acima de tudo, e que ficam com contas astronómicas em standby nas clínicas e hospitais, dependentes da boa vontade dos outros, e das próprias clínicas/ hospitais para ir, por um lado, atenuando a conta enquanto, por outro lado, vão aumentando com mais um animal.
Fazem-no pelos animais, a pensar no bem estar e saúde deles e, por vezes, gostava de ter essa coragem, com os gatos que vou encontrando na vida. Mas a fobia a dívidas impede-me de o fazer, porque sei que não teria condições para tal. Por muito que me custe...
Se uma clínica ou hospital tem o dever de tratar um animal sem dono, estando a sua saúde e bem estar ameaçados? Talvez...
A "obrigação" tanto seria de quem se depara com estes animais, como de quem decidiu dedicar a sua vida a tratá-los. Mas ninguém trabalha de graça e, se até se poderia abrir uma excepção, uma vez, essa excepção viraria regra se a cena se começasse a repetir constantemente. Ainda mais sendo particulares a levar esses animais até eles.
Por isso, enquanto a minha fobia não passar, não haverá saltos maiores que as minhas pernas!