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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Ainda fazem sentido as reuniões presenciais de pais?

Primeira Reunião de Mães e Pais do Colégio Ideia - Colégio Ideia

 

Antes da pandemia, as reuniões de pais eram algo habitual, fosse no início do ano lectivo, fosse no início de cada período seguinte e, em alguns casos, a reunião final de ano.

O objectivo era transmitir informações importantes, entregar as fichas de avaliação dos alunos, e outros assuntos que poderiam ser do interesse de pais e alunos.

E, claro, como não poderia deixar de ser, a eleição dos representantes dos encarregados de educação.

 

Depois, veio a pandemia, e as reuniões foram suspensas.

Houve directores de turma que realizaram as ditas reuniões através de plataformas online.

No meu caso, elas deixaram de existir.

Foi um alívio. 

Não precisei de perder tempo, e os anos correram normalmente, pelo que ficou óbvio que as mesmas não são essenciais.

Os directores de turma podem sempre enviar os recados ou informações, por outros meios.

Os pais podem sempre marcar atendimento com os directores de turma, se quiserem saber ou tratar de alguma coisa.

As pautas com as notas dos alunos já saem no INOVAR, pelo que nem é necessário irmos lá só por isso.

 

Andava eu feliz da vida, quando a minha filha me mostra a convocatória para uma reunião na escola.

Já deveria ter calculado. 

Em ano lectivo que se pretender normal, o regresso das reuniões presenciais de pais não poderia faltar.

E lá fui eu, preparada para o filme do costume.

Só que o filme foi outro. Bem mais surpreendente! 

 

Chegada à escola, a funcionária da portaria não tinha qualquer indicação de reunião naquela sala, mas lá me mandou seguir viagem.

Ao entrar no bloco, outra funcionária avisou-me que a reunião tinha passado para outra sala e encaminhou-me para lá.

Fui a primeira a chegar. Ups...

Não conhecia a professora mas, devo confessar, estou fã!

A minha filha teve sorte com a professora de Português e directora de turma.

Enquanto estávamos sozinhas, fomos falando de livros. Dos que iriam dar em aula, e daqueles sobre os quais fariam trabalhos.

 

À hora marcada, ainda só eu tinha chegado. Esperámos uns minutos. Apareceu uma mãe. 

Entregou-nos a folha de presenças para assinar, e uns folhetos informativos sobre a Associação de Pais da escola.

Chegou uma outra mãe, com o marido.

Passavam cerca de 15 minutos da hora marcada.

A DT deu início à reunião, na esperança que, entretanto, mais alguém aparecesse.

Mas não. 

Apareceram apenas 3!

3 encarregados de educação, numa turma de 26 alunos!

 

Estamos a falar de uma turma de 12º ano. Em que alguns dos alunos já são maiores de idade.

E os que não são, já são crescidinhos.

Talvez por isso, os pais considerem que não se justifica marcar presença, numa reunião em que, salvo uma ou outra informação, já conhecem o guião de cor.

Depois, há a falta de tempo. De disponibilidade. De vontade. O não se perceber porque não se opta por outros meios, para transmitir a mensagem, que sejam mais práticos e cómodos.

Será que ainda fazem sentido as reuniões presenciais de pais, nos tempos que correm? Sobretudo no ensino secundário?

 

A minha vontade também era zero. Mas fui. Sempre acompanhei o percurso da minha filha, e este é o último ano. Daqui a pouco tem 18 anos, e jé está por sua conta.

Por isso, com pouca vontade, fui.

Mas, tal como a professora, nunca pensei que aparecessem tão poucos pais.

Acho que a directora de turma ficou surpreendida, e desapontada. Deve ter sido o ano, e talvez a turma, em que menos pais compareceram.

 

Devo confessar que, por conta dessa escassez de pais, foi uma "santa reunião", como há muito não assistia!

O pior, foi o momento da eleição dos representantes dos encarregados de educação.

Tendo em conta que éramos 3, e nenhuma de nós tinha vontade de o ser, teríamos que ir a votos o que, provavelmente, daria um "empate técnico", já que íamos votar nas duas mães restantes.

Para piorar mais o cenário, uma das mães informou que, como é professora, não se sentiria à vontade nesse papel.

Sobravam duas mães: eu, e outra.

Portanto, eu, que sempre fugi desse cargo como o diabo da cruz, vejo-me agora, neste último ano, eleita por falta de opções e alternativas, juntamente com a outra mãe.

Até disse na brincadeira que, se soubesse, também não tinha ido!

 

A outra mãe ainda tentou deixar o cargo em aberto, para o caso de algum outro encarregado de educação ter interesse, mas se nem à reunião compareceram, como poderiam ter interesse em representar os outros pais?

 

Enfim...

A directora de turma nem sabia bem o que escrever na acta da reunião sobre esse ponto.

No fim, agradeceu a nossa presença e disponibilidade, desejando um bom ano aos nossos filhos. 

E nós, mães e agora representantes dos pais, desejando que tudo corra bem, para que não sejamos necessárias!

Escolhas

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Escolhas…

As escolhas fazem parte da vida.

 

Muitas vezes, é-nos dado esse poder. E que bom é ter a liberdade de fazê-las.

Ainda que nem sempre, de forma consciente, pensada, estudada, acertada.

Ainda que, por vezes, de forma impulsiva, apressada, inesperada.

São as nossas escolhas, o rumo que traçamos para seguir.

Somos os únicos responsáveis por elas.

Escolher implica opções, alternativas, hipóteses, oportunidades. 

Significa que, querendo, podemos sempre tentar mudar de direcção. Fazer novas escolhas.

 

Outras vezes, alguém as toma por nós.

Seja porque nos deixamos levar. Seja porque deixamos que o façam. Seja porque não queremos, ou não podemos, escolher.

Por vezes, essa hipótese de escolha surge como um "presente envenenado", que não queremos aceitar, mas que outros não se importam de receber.

Ainda assim, a qualquer momento, podemos pegar na rédea que entregámos a outras mãos, e passar a comandá-la nós mesmos.

 

E outras vezes, não há qualquer hipótese de escolha...

Quando as obras provocam o caos até para quem anda a pé

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Aqui na zona onde moro estão a construir um novo hospital.

Essa construção fica ao lado da estrada que dá acesso a todas as escolas. 

Nos últimos tempos, por conta das obras, destruíram um dos passeios dessa estrada. No outro, mesmo encostado ao local da obra, andam escavadoras, e parte do passeio também destruído, o que nos obriga a ir pela estrada.

Por outro lado, todas essas máquinas acabam por condicionar o trânsito que, numa situação normal, já não é fácil.

Todos os dias têm que passar ali vários estudantes, sem qualquer segurança ou condições, sujeitos a ser apanhados por algumas das escavadoras ou, fugindo delas, pelos veículos que por ali circulem.

 

 

Como se não bastasse, destruíram também o estacionamento, ao final da estrada, e estão a fazer escavações de um lado e outro, provocando constrangimentos.

Além dessa obra, estão também a fazer outra, numa outra rua.

 

 

Por conta de tudo isto, tinham primeiro cortado um acesso. Há dois dias, deparámo-nos com uma das ruas cortadas ao trânsito. 

Então, o que acontece é que na rua paralela, está o trânsito proibido para quem sobe, sendo que era por esse acesso, ou por essa rua, que circulavam. Como todos estão agora interditos, e não há qualquer informação sobre desvios ou alternativas, os condutores não fazem a mínima ideia do que fazer, ou por onde seguir.

Ontem, vi um a ir em sentido contrário, sujeito a vir outro de frente. Hoje, deparei-me com um congestionamento de veículos num espaço de 50 metros, que não resultaram em choque por mero acaso.

 

 

A continuar assim, boa coisa não irá resultar. Só espero que, no meio de toda esta confusão, ninguém saia ferido, nem prejudicado, por culpa de quem não pensa, e não tem o mínino de bom senso para levar a cabo este tipo de trabalhos ao acaso.

 

Os Extraordinários

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No passado domingo, e porque as alternativas não me agradavam, decidi experimentar ver "Os Extraordinários".

Não vi de início, apanhei o miúdo mais novo já no final da sua prova. Mas vi os restantes concorrentes.

Um primeiro, a adivinhar marcas e modelos de carros de alta cilindrada, só de ouvir os seus motores. Acertou em todos!

Um segundo concorrente, que para mim foi mesmo extraordinário, adivinhava a localização de peças de diversos puzzles. Acertou em todas!

E eu pus-me a pensar: "ok, eles são todos extraordinários naquilo que se propuseram fazer mas, se acertam tudo, que graça tem?".

 

Chegou a vez do último concorrente, que iria adivinhar marcas de vinhos, só de os cheirar/ provar. Desta vez, o concorrente falhou uma vez, o que tornou mais credível o programa. Começava a achar que aquilo se estava a tornar aborrecido e, até, programadopara ninguém ficar mal!

 

Ainda assim, também não o considerei nada de extraordinário, ao contrário dos concorrentes. Não é um programa que me faça perder o meu tempo a vê-lo.

 

 

 

A primeira reunião deste ano lectivo

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Conclusões retiradas desta primeira reunião de ano lectivo:

 

1 - A escola, para variar, está sobrelotada - temos 46 turmas de 30 alunos cada, quando a escola só está preparada para 40 turmas. Não sei se a culpa é da falta de utilização das alternativas - Colégio Miramar e Santo André, ou se o número de estudantes residentes em Mafra aumentou assim tanto.

 

2 - Em consequência desse sobrelotamento, os horários estão piores (ainda que o desta turma até seja dos piores), as horas de saída são mais tardias, e têm intervalos grandes entre disciplinas.

 

3 - Temos más instalações para as necessidades dos alunos, e as auxiliares não ajudam em nada - não existem espaços onde eles possam estar a brincar, a não ser no exterior que, nos dias de chuva não serve, e ninguém pode andar pelos corredores, o que significa que ninguém tem acesso, nos intervalos, aos cacifos nem às casas-de-banho. As auxiliares só deixam os alunos irem aos cacifos quando toca, o que pode levar os alunos a atrasos. As casas de banho disponíveis, ao pé do bar, são poucas para tantos alunos.

 

4 - Os professores pedem desculpa por mandar trabalhos de casa, porque até nem são muito apologistas dos TPC's, mas alegam que tem que ser. Há pais que se queixam da quantidade de trabalhos que os filhos levam para casa, depois de um dia preenchido de aulas, outros que acham bem que os professores mandem trabalhos, e há ainda os que aplaudem e que acham que eles têm mais que tempo para os fazer.

 

5 - A turma, ainda que diferente da dos anos anteriores, continua a ser conversadora. Os professores queixam-se que eles chegam à sala de aula agitados, e que demoram cerca de 20 minutos para que eles entrem,se sentem e se calem. E que alguns alunos gostam de opinar sobre tudo, e não têm paciência para esperar que os professores terminem de falar.

 

6 - Há a questão de agora é verão, está calor, e é complicado para os alunos estarem tantas horas naquelas salas a levar com o sol, e que depois, no inverno, para além de estarem fechados nas salas de aula são obrigados a estar fechados na escola, sem poder gastar energias, pelo que é normal que isso se reflita nas aulas, e no pouco interesse e concentração ao fim de algumas horas. 

 

7 - Alguns pais mostraram-se preocupados com a possibilidade de marcação de mais que um teste por dia, ou testes todos os dias da semana.

 

8 - Falou-se da má qualidade da comida no refeitório, que pode não ser uma questão de qualidade, mas uma questão de não estarem habituados a comida saudável, e menos condimentada, apesar de todos sabermos que comida pré-fabricada em doses industriais não é a mesma coisa que o almoço que a mãe ou a avó faz.

 

9- Gostei da directora de turma - correcta, acessível, determinada, sem manias, simpática e, muito importante, consegue fazer-se ouvir por cima das vozes dos pais!

 

 

O momento alto da reunião foi proporcionado por um pai que não se fez de rogado, e disse a todos os outros que não vale a pena estar a discutir coisas que não têm solução, que já todos conhecemos e não são novidade, e que não vale a pena estar a arranjar desculpas para os filhos, porque já todos nós fomos alunos também, e já passámos por isso, logo, só têm é que aguentar! E que têm que aprender a comportar-se, e que a educação já vem de casa. A isto se juntou o meu marido! Eu até sugeri formarem um movimento!

Isto faz-me lembrar aquelas pessoas que dizem "ah e tal, no meu tempo comíamos sopas de cavalo cansado ao pequeno-almoço, e não morremos por isso" e outras expressões do género.

Sim, eu já fui aluna, e tive que aguentar o que me estava destinado, sem reclamar. Mas não quer dizer que fosse bom. Não quer dizer que não possa mudar.

Só porque as coisas aconteceram de uma determinada forma connosco, não significa que fosse a mais correcta. E que não desejemos algo diferente e melhor para os nossos filhos. E eu, à semelhança de outros pais, queríamos melhor para eles. 

 

O momento unânime da reunião foi a da eleição do representante dos encarregados de educação: bastou o primeiro pai apresentar-se dizendo que era o presidente da associação de pais e mais um rol extenso de funções na escola, que logo todos decidiram em quem votar!

 

O momento dispensável da reunião - aquele em que os encarregados de educação do costume decidem "mandar postas de pescada" sem ninguém lhes pedir, e teimar em exibir os dotes dos seus filhos que, claro, são melhores que os dos outros.