Amar-te à Meia Noite, de Trish Cook
Estava à espera de uma história mais emocionante, e o livro acabou por me desapontar.
Juntemos as histórias de A Culpa É das Estrelas, Agora Fico Bem e Amor Acima de Tudo, e temos como resultado final este Amar-te à Meia Noite, que estreia esta semana nos cinemas portugueses e que, espero, seja melhor que o livro.
Katie Price é uma adolescente que acaba de concluir o secundário, e se prepara para ir para a universidade. Escreve músicas que depois toca na sua guitarra. Costuma diverte-se com a sua melhor amiga, e com o pai. Filha única, a mãe morreu quando ela era pequena. Tem uma paixão platónica pelo vizinho Charlie, com quem nunca teve a coragem de falar.
Poderia ser o dia a dia de qualquer adolescente normal, mas não é o caso. Katie tem um problema de pele - XP (Xeroderma Pigmentoso), que a impede de sair de casa durante o dia, e passar essas horas encerrada em casa, com medidas especiais de protecção para que não entre omais pequeno raio de sol.
Como uma vampira, Katie acaba por dormir de dia, e aproveitar a vida à noite.
E é numa dessas noites em que sai para tocar na estação, que Charlie a interpela, deixando-a atrapalhada e com vontade de fugir dali, com a primeira desculpa que lhe vier à cabeça.
No entanto, com uma pequena ajuda da sua amiga, Katie e Charlie vão reencontra-se e passar bons momentos juntos, fazendo-a sentir-se uma adolescente normal. Para ter a aprovação do pai e da amiga, e não a chatearem mais, ela mente, dizendo que Charlie sabe tudo sobre o seu estado de saude.
Como é óbvio, a mentira tem perna curta e, num dos momentos em que Katie pediu ao pai que confiasse nela, ela deita tudo a perder, ao perceber, tarde demais, que não conseguirá voltar para casa antes do nascer do sol. Charlie fica sem saber o que fazer ou o que pensar, limitando-se a acelerar a carrinha e assistir ao pânico de Katie, que nada lhe explica.
O resultado desta imprudência será aquele que, toda a vida, tentaram evitar.
Terá esta relação algum futuro, sendo que o futuro está, agora, reduzido a poucos meses?
Deste livro, e outros do género, há uma questão que me surge:
Vale a pena antecipar conscientemente a morte, sabendo que aproveitámos melhor meia dúzia de dias, que todos os restantes da nossa vida? Ou é preferível adiar esse momento, limitando-nos a cumprir as regras, sem viver verdadeiramente?