Quando a ganância resulta em desperdício
No recinto da antiga muralha, na zona mais velha da vila de Mafra existem, há várias décadas, algumas ameixieiras que, todos os anos, dão fruto.
Como se costuma dizer, não são de ninguém em particular e, por isso, acabam por ser de todos.
O normal seria alguém que passasse por ali apanhar algumas e comer. Não vinha mal ao mundo e, se assim não for, acabavam por ali ficar, cair e estragar-se.
Mas o que tem acontecido é precisamente o contrário: pessoas que, mal começam a surgir as primeiras ameixas, correm até lá com baldes e sacos, para encher de ameixas, até não sobrar nenhuma.
A par com isso, os chicos-espertos que, ainda com as ameixas verdes, insistem em apanhar e comer. Ou melhor, trincar e deitar fora porque, como é óbvio, não estão comestíveis.
Ainda hoje, estando elas como se podem ver, vi um homem apanhar ameixas e metê-las ao bolso, atirando com umas quantas ao chão, pelo caminho.
E é assim que a ganância resulta, muitas vezes, em desperdício.