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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Dança com as Estrelas: a gala mais emotiva!

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Não costumo ver o Dança com as Estrelas mas, este sábado, a minha filha estava a ver e apanhei a parte inicial, da desistência de um concorrente.

Entretanto, ontem, acabei por ver o programa completo.

E foi, certamente, a gala mais emotiva até ao momento.

 

Primeiro, pela desistência do Bernardo, convidado como todos, que tem levado, semana após semana, com críticas à sua permanência em competição quando é, claramente, o concorrente que menos sabe dançar, tirando o lugar a quem merecia mais.

Foi uma atitude bonita de se ver.

Teve consciência de que, a continuar, pelo apoio que tem dos fãs, estaria a ocupar um lugar no qual não se sentiria confortável, e que seria injusto, perante os seus colegas, com mais talento para a dança.

E também porque aquilo é só um programa de televisão. A via dele não dependia da permanência, ou da vitória.

Nunca foi isso.

Quer-me parecer que ele foi convidado e que, de certa forma, não querendo dizer "não", se viu a embarcar naquele desafio no qual afirmou, desde o primeiro dia, que era um "pé de chumbo".

 

Sejamos honestos: qualquer programa, cuja votação esteja a cargo do público, arrisca-se a decisões injustas. Nem sempre o público vai pelo talento. Mas, verdade seja dita, também nem sempre o júri, entendido no que está a ser avaliado, é imparcial.

Num programa ou competição em que os concorrentes estão a apostar as suas fichas, a tentar a sua sorte, a querer uma oportunidade ou a lutar por um prémio, e reconhecimento, que lhes pode mudar a vida, compreende-se a injustiça de ficar pelo caminho, quando se é melhor do quem quem fica.

Sempre assim foi. E continuará, infelizmente, a acontecer.

 

Mas, no Dança com as Estrelas, ninguém está ali a competir nesse sentido.

A ideia que fica é que aqueles concorrentes estão a divertir-se, a superar-se, e a entreter o público.

Só isso.

Claro que gostam de passar à gala seguinte. Claro que gostam de ganhar.

Mas não é o mais importante.

A prova disso foi mais uma atitude, desta vez, do Miguel Cristovinho, no final quando, ao se ver apurado e, com isso, vendo a amiga terminar o percurso, pôs o seu lugar à disposição desta (o que não foi aceite pela produção).

No Dança com as Estrelas, há camaradagem, amizade, união. E competição, sim, mas saudável.

Porque, no fundo, nenhum deles está dependente do programa, ou da vitória para nada. Nenhum deles vai fazer carreira na dança.

 

Estes foram dois dos momentos mais marcantes da gala.

Mas não só.

Os concorrentes deram a conhecer-se um pouco mais, e dançaram músicas que lhes dizem muito, e que contam um pouco da sua história.

Foi bonito ver o Nelson Évora começar a actuação com a bandeira portuguesa e a medalha que coloca, na imagem, ao pescoço do pai.

Foi bonito ver a garra da bailarina, par do Bernardo, na última dança com o concorrente.

Foi bonito ver a Luisinha a dançar enquanto a avó tocava piano.

 

Ainda bem que, pelo meio, houve momentos mais descontraídos, com a Sílvia Rizzo, a Ana Guiomar e a Matilde Breyner a contagiar com energia e boa disposição.

 

 

Imagem: tviplayer

 

 

"Um Dia", na Netflix

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Esta minissérie estreou no dia 8 de Fevereiro na Netflix, e já está a dar que falar.

Depois do livro, e da adaptação a filme, chega agora a série, que acompanha Emma e Dexter ao longo de quase 20 anos, através de um dia específico, de cada ano - 15 de julho.

O dia não terá sido escolhido ao acaso: 15 de julho é um dia decisivo no Reino Unido. É o Dia de São Swithin e será o momento em que o tempo para os próximos 40 dias será conhecido. Se chover, vai chover por 40 dias, se fizer sol, vai fazer sol nos próximos 40 dias. A lenda conta ainda que o dia 15 de julho estreita laços, traz novidades e tudo que acontece ao longo desse dia, acontecerá pelo resto das vidas dos seus protagonistas.

 

Portanto, Dex e Emma conhecem-se no dia 15 de julho de 1988, dia em que comemoram a licenciatura nos respectivos cursos e, o que poderia ser um romance, ou uma aventura de uma noite, acaba por se transformar numa espécie de amizade que perdura ao longo dos anos seguintes.

 

Cada episódio, à excepção dos dois últimos, corresponde ao dia 15 de julho de cada um dos anos seguintes, e mostra como estão os protagonistas, e a sua relação, nesse ano específico.

Confesso que, apesar de nos irem sendo dadas algumas dicas sobre o que aconteceu no resto de cada um dos anos, acabamos por perder muita informação da história, e tudo acaba por ser muito fugaz e superficial, sem aprofundar muito.

 

Os episódios são relativamente curtos e, por isso, embora tenha catorze episódios, vê-se bem.

Pelo menos, a partir do 4º.

Estive muito perto de desistir de a ver, porque os primeiros episódios são muito "mornos", mas li tantos comentários a dizer que era uma série extraordinária e comovente, que acabei por continuar a vê-la.

E não, não achei assim tão boa, ou tão comovente, a ponto de derramar lágrimas sem fim, e gastar uns quantos lenços de papel.

Mas é melhor do que a minha primeira impressão. E tem duas ou três cenas mais fortes, que fizeram valer a pena.

 

Voltando à história, depois da primeira noite, em que falam de planos para o futuro e expectativas relativamente ao rumo a dar às suas vidas, agora que são licenciados, Dex e Em seguem cada um a sua vida.

E, quando se voltam a encontrar, percebem que a vida nem sempre é como idealizaram, e que os sonhos acabam por ficar arrumados na gaveta.

Há uma diferença entre eles: Emma é uma pessoa simples, trabalhadora, sonhadora, mas com os pés assentes na terra; Dexter sempre teve tudo o que quis, e acaba por não ter nada do que quer, talvez porque nem sequer saia bem o que quer. Emma quer mudar o mundo para melhor. Dexter quer ser rico. Emma não se deslumbra facilmente, e encara a vida dura, quando assim tem que ser. Dexter refugia-se nas drogas e no álcool, quando as coisas complicam.

Mas também têm alguns pontos em comum: ambos têm medo de assumir o que sentem, em lutar pelo que querem e, por isso, vão-se acomodando, cada um na sua vida, com os seus altos e baixos, e relações fugazes que, nem por isso, os fazem mais felizes.

 

É bonita de ver a amizade entre os dois, sobretudo ao início, em que cada um consegue fazer vir ao de cima o melhor do outro, e estar lá para o outro.

O problema começa quando a amizade entre eles é ameaçada, sobretudo pelo comportamento de Dexter.

Até 2007, vamos acompanhando o crescimento de ambos, os sucessos e fracassos, as relações amorosas falhadas, com alguns anos de afastamento, de reencontros e de duros golpes para os dois.

E talvez seja essa a razão para gostarmos da série: mostra pessoas reais, vidas reais, problemas reais, sem floreados.

Com tudo o que possa haver de bom. E de mau...

 

 

 

 

 

 

"À Rédea Solta", na Netflix

À Rédea Solta: Dia dos Namorados | Site oficial da Netflix 

 

Esta série estava na minha lista há imenso tempo.

Demorei vários meses a decidir-me a vê-la, não porque não me agradasse (se fosse o caso nem estava na lista), mas por ter 3 temporadas, e a minha paciência para tantos episódios já não ser a mesma.

Mas, verdade seja dita, também já não a tenho para filmes que são mais do mesmo. Sem cor. Sem ritmo. 

No fim de semana passado, pensei: "Vejo o primeiro episódio, e logo se vê".

 

E não parei!

Já vi as 3 temporadas, e só não ainda não "devorei" os especiais do Dia dos Namorados e de Natal, em parte, por falta de tempo e, também, porque depois acaba, e vou sentir falta.

Das paisagens, dos cavalos, das personagens.

 

A história começa com a chegada de Zoe, Rosie e Maggie a Bright Fields, para passar o verão.

Rosie é a filha mais nova de Maggie, totalmente citadina, e vai ter dificuldade em adaptar-se ao campo.

Já Zoe, a filha mais velha, sente que aquele lugar era tudo o que precisava. Ainda mais, depois de criar uma ligação única e especial com Raven, um cavalo selvagem de quem poucos se conseguem aproximar.

 

O que mais destaco nesta série:

 

A amizade e união - Há entre as personagens mais jovens uma grande amizade e união, mesmo quando parece que já não têm tempo umas para as outras, ou se chateiam por qualquer motivo. Mas, quando é para ajudar, reerguer, lutar, todos estão do mesmo lado.

 

A inteligência dos cavalos - Quem gosta e lida com animais, seja de que espécie forem, sabe como eles são especiais. Como falam connosco, à sua maneira. Como são inteligentes. Nesta série, sem dúvida que Raven, Bob e Ariel mostram o quão especiais podem ser. Raven, na sua forma de comunicar, de expressar o que sente. Bob, pelas suas capacidades, embora seja menosprezado. E Ariel, por ter, no seu momento mais delicado, procurado a protecção e os companheiros que queria nessa hora.

 

Aventura, mistério e suspense - Não é só uma série sobre adolescentes e cavalos. Tem, ainda, como ingredientes, muita aventura e suspense, até porque alguém anda a roubar cavalos, e o mistério que envolve a lenda do Cavalo Fantasma. Depois há uma passagem secreta para um castelo que, supostamente, estaria desabitado, e o mistério da caixa que tanto pode dar sorte, ou amaldiçoar.

 

Redenção - Existe, como em tudo na vida, os bons e os vilões. Mas, é uma série que nos deixa a pensar que, lá está, não podemos encarar as coisas só a "preto e branco". Porque os bons cometem erros, e os maus conseguem, querendo, mudar. Ninguém é perfeito, mas não tem que ser condenado pelos erros cometidos, se estiver disposto a corrigi-los.

 

Perdão - Fazer as pazes com o passado. E não só. A determinado momento, Maggie diz a Zoe "Não se pode forçar o perdão". Ele tem que vir naturalmente. Na maior parte das vezes, vem. Todos merecem uma segunda, uma terceira, e porque não, uma quarta oportunidade. E os animais perdoam facilmente, se sentirem que é verdadeiro.

 

Ultrapassar receios - Nem sempre é fácil. Por vezes, escondemo-nos. Viramos costas. Abdicamos. Mas só é preciso tempo. E vontade. O resto, acontece.

 

Romance - Desde o primeiro momento que torci para que a Zoe e o Pin ficassem juntos. A série quis trocar-me as voltas, mas mantive sempre a esperança de ver estes dois juntos. Já a Mia ficaria bem com o Marcus. No entanto, também as coisas não foram facilitadas. Mas não é só entre os adolescentes que o romance impera. Também há lugar para ele com os mais velhos, porque nunca é tarde para amar.

 

 

19 ideias de Zoe e Raven❤ | rédea solta, filmes, cavalos

 

Como disse logo no início, Zoe e Raven são os grandes protagonistas.

Ela vai fazer de tudo para não se separar do "seu" cavalo, lutando para que não só não o consigam roubar, como também para que a legítima proprietária não o leve para longe.

No fundo, com todo o enredo envolvente, onde não faltam tradições medievais e realeza à mistura, o principal é proteger os cavalos da ilha, tanto os dos estábulos, como os selvagens.

E Pin, a minha personagem favorita, o cavalariço cuja vida vai sofrer uma enorme mudança, é um dos maiores protectores destes animais.

É uma série que nos diverte, que nos faz rir, que nos emociona, que nos faz chorar, que nos revolta, que nos faz sonhar, que nos leva até à ilha, e nos faz sentir que estamos lá a participar em todos os acontecimentos.

Vale a pena ver!

 

 

"Dispara, eu já estou morto", de Julia Navarro

Dispara, Eu Já Estou Morto, Julia Navarro - Livro - Bertrand

 

Porque é que existem guerras?

Porque os povos não sabem/ não querem conversar, negociar, repartir, partilhar, entender-se entre si.

E porque há sempre governantes, líderes, loucos, que só pensam em si, e que se aproveitam dessa discórdia e incapacidade de entendimento dos povos, acabando por reclamar, para si, o poder sobre eles, e sobre o alvo do seu desentendimento: terras, riqueza, estatuto, ou o que quer que seja.

Sempre assim foi. E continuará a ser...

 

Quem sofre as consequências?

Todos! 

 

Há pouco tempo, já não sei bem como, surgiu-me este livro no radar.

Comecei a ler. 

Tinha 840 páginas, meio caminho andado para desistir, mas não o fiz.

Embora, confesso, tenha explicações, situações, descrições a mais, e que poderiam ser mais resumidas. Tem, também, muita política. Para além de que, chegando ao fim do livro, se não for lido todo de seguida, uma pessoa acaba por quase se perder no meio de tanta gente, tantos membros das famílias, e tantas gerações (daria jeito uma árvore genealógica).

 

Tudo começa quando Marian, que trabalha para uma organização que estuda, no terreno, os problemas que as populações deslocadas sofrem devido a conflitos bélicos, e catástrofes naturais, é enviada a Israel, a fim de levar a cabo algumas entrevistas, e elaborar um relatório sobre a situação, nomeadamente, a política de assentamentos.

Nesse sentido, tinha solicitado uma entrevista com Aaron Zucker, um dos mais firmes defensores da política de assentamentos. No entanto, acaba por se ver frente a frente não com Aaron, mas com o seu pai, Ezequiel.

A partir daí, toda a história que se desenrola é um relato, a duas vozes - Marian e Ezequiel - de como tudo começou, até à actualidade em que se encontram e, no fundo, em que nos encontramos hoje.

Resumidamente, os judeus (suponho que um dos povos mais indesejados e discriminados por todo o mundo) viam, na Palestina, a sua pátria e, fugindo de outros países onde eram perseguidos, num regresso às origens ou em busca de uma vida melhor, era para ali que partiam.

Só que, naquela altura, quase toda a Palestina estava sob o regime turco, e era ocupada por árabes, que viam nos judeus uma ameaça, já que chegavam cada vez mais e, pouco a pouco, iam comprando/ ocupando as terras que, no fundo, não lhes pertenciam, por não terem dinheiro suficiente para as comprar, mas nas quais trabalhavam e cultivavam.

E foi assim que começou o conflito, que dura até hoje, com ataques e contra-ataques de ambas as partes, cada uma a defender o seu direito àquelas terras, sem nunca conseguir levar a cabo a partilha das mesmas.

 

Neste livro, vamos acompanhando duas famílias - a família Zucker e a família Ziad - numa história que começa no final do século XIX.

Samuel Zucker e Ahmed Ziad, numa comunidade criada pelo primeiro (que comprou as terras onde vivia o segundo), a que chamaram Horta da Esperança, passam a trabalhar juntos e a respeitar-se, mesmo com culturas e pensamentos diferentes, onde todos - mulheres crianças, adultos, e velhos - trabalham e contribuem com as tarefas. 

Na Horta de Esperança, durante décadas, conviveram árabes e judeus tentanto, a todo o custo, preservar a amizade entre eles, que se viam quase como família, apesar dos conflitos entre os seus povos.

Todos se ajudavam, todos se apoiavam, estavam lá uns para os outros.

Até que, um dia, tiveram que se tornar adversários, por força das circunstâncias. 

 

Actualmente, Ezequiel, filho de Samuel, está de um dos lados, como israelita invasor, e Wadi Ziad, neto de Ahmed, do outro, como refugiado palestiniano, deslocado das suas terras, ocupadas pelos judeus.

Aqueles que, um dia, foram os melhores amigos, estão hoje em lados opostos de uma guerra que só trouxe sofrimento às suas famílias.

Cada um deles carrega um fardo pesado, e demasiadas cicatrizes desses conflitos.

Mas é assim a vida. 

 

O livro acaba por se tornar cansativo, mas o final compensa.

Só nas últimas páginas começamos a desconfiar, e a frase final, que corresponde ao título do livro, deixa em aberto o que acontece porque "Se disparasse, perder-se-ia; se não o fizesse, nunca se perdoaria."

 

Quem tem razão?

Ambos os lados. E nenhum.

Porque, como em tudo na vida, há sempre duas perspectivas.

Mas, diria Mohamed Ziad "Há momentos na vida em que a única forma de nos salvarmos a nós próprios é matando ou morrendo."

E cada um luta, e está disposto a morrer, por aquilo que acredita.

 

 

Sinopse:

"Um romance extraordinário sobre o conflito israelo-árabe retratando personagens inesquecíveis, cujas vidas se entrelaçam com os momentos-chave da história a partir do final do século XIX a meados do século XX, e recriando a vida em cidades emblemáticas como São Petersburgo, Paris e Jerusalém. Aqui Julia Navarro conduz o leitor através de relações duras de homens e mulheres que lutam por uma parcela de terra onde possam viver em paz."

"Surviving Summer", na Netflix

Surviving Summer | Netflix Media Center 

 

Cruzei-me com esta série da Netflix, este verão embora, para dizer a verdade, já tivesse ouvido falar antes.

Só que nunca estive para aí virada.

Em Julho, comecei a vê-la. Apetecia-me algo com praia, mar, sol.

E devorei-a!

10 episódios vistos num instante, e eu logo a pesquisar se haveria uma próxima temporada.

Ficou a dúvida.

 

Qual não é a minha surpresa quando, há umas semanas, percebi que ia estrear, este mês, a segunda temporada!

Com apenas 8 episódios, ainda foi vista mais depressa que a primeira.

E sabe a pouco.

 

"Surviving Summer" pode ser interpretado no sentido literal - sobreviver ao verão - ou numa analogia com a personagem principal - Summer Torres!

Porque a Summer é um verdadeiro furacão por onde passa, não deixa ninguém indiferente, mexe com todos, mete-se onde não é chamada, e em apuros, e pode fazer estragos, sem querer, mas que deixam marca.

No fundo, é apenas uma adolescente a tentar lidar com a indiferença e distanciamento da mãe em relação a ela, da forma que encontra para o fazer - ser rebelde e, talvez assim, chamar a atenção da mãe.

Expulsa de várias escolas, ela é enviada, de castigo, para casa de uma antiga amiga da mãe, na Austrália, para passar umas semanas.

É lá que conhece Bodhi e Poppy, duas amigas de longa data e surfistas, que competem em diversos campeonatos com vista à vitória e projecção da sua carreira, nessa modalidade.

E revê Ari, com quem conviveu quando eram crianças, antes de se mudar para Nova Iorque, e por quem se vai apaixonar.

 

Summer é a minha personagem favorita.

Ela é tudo. Ela dá tudo.

Ela não tem medo. Ela diverte-se, e ri da sua própria inabilidade. Porque o que importa é ser feliz.

Ela arrisca. Ela atira-se aos tubarões, e dá o corpo às balas, mesmo quando a culpa não é sua.

Ari, pelo contrário, é aquela personagem que nos faz quase dormir, de tão morno que é.

Às vezes dá vontade de lhe dar uns abanões, a ver se acorda. E não melhora, na segunda temporada.

 

Gosto do Marlon, um brasileiro que faz de tudo para conseguir vencer, tem umas atitudes que nos fazem detestá-lo, mas a sua personagem vai evoluindo, e ele vai aprendendo, mudando.

Desta segunda temporada, também gostei muito do Bax, um adolescente meio rebelde (não tanto como é apresentado), que formaria uma boa dupla com Summer.

Já entre Poppy e Bodhi, sem dúvida prefiro a Poppy mas, ainda assim, em vários momentos, tanto uma como a outra, me irritam bastante.

Poppy, por se pressionar, e cobrar, demasiado, por ser demasiado intensa no surf, e perder com isso, por não conseguir, simplesmente, desfrutar.

E Bodhi porque não se impõe. Porque deixa que os outros decidam por ela. Porque quer agradar a todos. Porque nunca mostra aquilo que vale, porque há sempre alguma coisa a tramá-la.

 

Na primeira temporada, Summer, cujo hobbie preferido é o skate, irá cimentar novas amizades em Shorehaven, e aprender a gostar de surf.

Nem sempre terá as melhores atitudes, por vezes não pensa nas consequências, e tem algumas dificuldades em gerir o que está a sentir. Mas, lá está, outras vezes, é precisamente ao quebrar as regras, e ser irreflectida, que ajuda os seus amigos, e consegue o que quer.

Na primeira temporada, Summer terá que tentar convencer a mãe, uma mulher que se refugia no trabalho para não lidar com a filha, a dar-lhes, às duas, uma nova oportunidade. Para resolverem as suas diferenças, e recuperarem o tempo perdido.

Por outro lado, fica em aberto uma possível relação entre Summer e Ari, apesar de passarem os meses seguintes separados.

 

Nesta segunda temporada, Summer está de volta, desta vez na companhia da mãe, para participar num campeonato de surf.

Ela treinou muito no último ano, e quer mostrar que valeu a pena o esforço. 

Tal como os amigos de Shoreheven, ela quer competir, agora a sério. Como a sua mãe, um dia, o fez.

Continua a mesma estouvada, a mesma desbocada. 

Vem fazer uma surpresa, mas quem acaba surpreendida é ela. E não pelos melhores motivos.

 

Por entre amizades beliscadas, competições, e amores nem sempre correspondidos, terão que perceber o que é realmente importante, e merece ser preservado.

Quem são, realmente, os amigos.

Se são, verdadeiramente, uma equipa unida.

Uma família unida.

E se ainda há esperança, para todos eles.

 

Mais uma vez, o final fica em aberto, havendo espaço para uma terceira temporada que, a vir, só em 2024.

Mas vale a pena ver, enquanto isso, as duas temporadas disponíveis.