Digam-me que não estamos assim tão mal de cultura!
Muitas vezes me diz, a minha filha, para eu e o meu marido nos inscrevermos neste programa.
Respondo-lhe sempre que não. Porque não basta ir. Por muito que eu goste de brincar, e até saiba umas coisitas, e por muito que gostasse de ganhar aqueles prémios, é preciso muito mais para concorrer.
E entre ir até lá fingir que sei muito quando, na verdade, não sei, ou ter que andar a estudar à pressão nem se sabe bem o quê, para não fazer má figura, correndo o risco de a fazer na mesma, prefiro ficar em casa.
Mas há perguntas que são tão básicas, do senso comum, que fazem parte da nossa vida e da nossa cultura, que fico parva com as respostas que por ali surgem a alguns concorrentes.
Eu sei que lá é tudo muito diferente. Há nervos, não se tem noção se a Cristina estará a ajudar, ou a confundir, e parece que todas as nossas certezas se desvanecem, e começamos a duvidar de tudo.
Ainda assim, digam-me que os portugueses não estão assim tão mal de cultura, e que estes concorrentes são uma minoria, um "erro de casting"!
A esta pergunta, o parceiro estava hesitante entre quarto crescente e quarto minguante mas, não querendo arriscar, trocou com a companheira, que também não sabia a resposta!
Nós damos isto na escola. As luas estão presentes em agendas, calendários, notícias na internet. Como é possível haver quem não saiba o ciclo da lua?
Sem saber a resposta certa, ela arriscou a Lua Nova, porque diz ter a ideia de que esta vinha logo a seguir à lua cheia, e então, depois, os quartos.
Foram a andar para casa!
Outro dia, outros concorrentes, e nova pergunta básica!
Isto também vem nas agendas e calendários. E também se dá na escola!
O concorrente não sabia. Mas os seus palpites estavam muito frios. Trocou com o colega que, de imediato, respondeu "5 de outubro". E eu só levava as mãos à cabeça.
A Cristina, para o ajudar, falou da Implantação, para ver se se fazia luz. Deve ter resultado, porque ele lá se decidiu pela resposta certa.
No entanto, logo a seguir, espalharam-se de vez!
Esta pergunta é, das 3, a que menos fácil era, porque estamos a falar de algo específico - símbolos químicos, muitas vezes parecidos e confundíveis. Ainda assim, esta era fácil. Já perdi a conta às vezes que este símbolo me apareceu em palavras cruzadas.
O concorrente, com toda aquela conversa da Cristina, conseguiu passar por todas as respostas, menos pela que estava certa: começou por escolher o ouro, cujo símbolo é Au (este eu sabia), passou para o azoto e, no fim, bloqueou selénio. Era sódio!
Foram para casa à terceira pergunta.