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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sabem aquele momento...

Resultado de imagem para desenhos de menina envergonhada

 

...em que estamos no trabalho e nos apetece comer mais alguma coisa?

...em que não podemos sair e já devorámos tudo o que tínhamos à mão?

...em que vasculhamos todos os cantos à procura de algo que não tenhamos visto, e nada?

...em que nos conformamos, e esperamos ansiosamente que chegue a hora da saída para ir para casa e comer?

 

Pois foi o que me aconteceu ontem.

E quando chego a casa, numa altura em que já não é preciso, lembro-me que deixei um iogurte no trabalho, que tinha levado à tarde, e não cheguei a tocar nele!

Resultado: iogurte para o lixo, graças à minha esperteza (já é a segunda vez que acontece), quando o podia ter bebido, e resolvido o problema!

Linguini ou minhocas?!

 

Correndo o risco de tirar o apetite a alguém com esta comparação, não podia deixar de a fazer!

No outro dia, uns colegas do meu marido fizeram linguini com camarão para o jantar. Como sobrou, o meu marido trouxe para casa.

Nunca tinha visto este tipo de massa, e não fazia ideia se era boa ou não, mas aquilo até cheirava bem. Só que, como se costuma dizer, os olhos também comem e, neste caso, recusaram-se a comer.

É que, cada vez que olhava para a massa, só me conseguia lembrar de minhocas. Como umas que vi há uns anos atrás debaixo da areia na praia. Nem sequer consegui estar a ver o meu marido comer aquilo sem me dar vómitos.

Por isso, para mim, linguini só se for de cor normal, tipo esparguete. Senão, é para esquecer!

 

This is how I feel...

 

O início de ano lectivo é sempre, para mim, uma mistura de emoções. 

Embora não seja eu a estudante, sofro mais de stress pré e pós começo de aulas que a minha filha.

Mas, nos outros anos, quando volto a entrar na rotina, vejo que tudo corre bem, e que os meus receios eram infundados, volta a tranquilidade que dura até ao final das próximas férias de verão.

Pois este ano ainda não consegui encontrar essa tranquilidade. Os receios não me abandonaram. Não entrei na rotina, porque ainda não há uma. Em casa o ambiente está estranho, até a nossa gata anda estranha.

Com horários diferentes todos os dias, e a vir almoçar a casa, é difícil conseguir acompanhamento para ela a todas as horas, mas tenho tentado.

Sinto-me mais segura se ela for acompanhada do que sozinha. De manhã, tenho sido eu a levá-la à escola, e ao almoço, quando dá, vou buscá-la. E tenho a certeza que ela se sente melhor assim também.

Estou a fazer por ela aquilo que gostava que tivessem feito comigo quando estive na mesma situação. Não que os meus pais não quisessem o melhor para mim, mas naquela altura era normal irmos sozinhos e desenrascar-mo-nos. E não havia a insegurança e as modernices que há hoje.

Sei que estaria mais à vontade se ela almoçasse na escola, já para não falar que ela na escola come tudo e em casa arma-se em esquisita, e é uma preocupação estar sempre a pensar e fazer refeições diferentes e que lhe agradem, mas ainda não há cacifos e não faz sentido levar os livros e material para um dia inteiro, e andar com tudo a reboque durante horas.

Mas ir buscá-la e levá-la nos primeiros horários da manhã e na minha hora de almoço, implica passar menos tempo em casa, e o que passo, é a correr. E a nossa Tica já se apercebeu disso. Anda melancólica, isola-se, prefere passar os dias e as noites em cima da caixa no corredor e espera que alguém se lembre de brincar um bocadinho com ela. E, mesmo assim, não brinca tanto.

Já a minha filha, diz que estes primeiros dias correram bem. Mas tem andado sem apetite. O lanche da manhã, tem comido à tarde, o lanche da tarde passa a jantar, ou então janta só, sem ter lanchado.

E nos primeiros dias, cheguei eu a casa ansiosa para que ela me contasse as novidades, para lhe dar o meu apoio, incentivá-la e dar-lhe mimos, mas só conseguiu que me chateasse com ela. Depois, lá acalma e faz o que lhe digo, e aí corre tudo bem.

À noite, antes de me deitar, tenho ficado por uns instantes no quarto dela, até ela estar quase a adormecer. Sabe-lhe bem a ela, e a mim!

Por outro lado, sinto-me impotente e frustrada quando vejo que, na mudança para o 5º ano, lhe "tiraram" as melhores amigas. Sei que ela tem que se habituar a isso, e que agora pode fazer novas amizades com as actuais colegas mas, até lá, oiço coisas que não me agradam, como ter ficado as duas horas em que não teve matemática e compareceu apenas com uma professora de substituição, a olhar para o horário e a fazer tempo, porque as colegas da turma do 4º ano que ficaram nesta turma já tinham formado um grupo (excluindo-a), os rapazes estavam a fazer outras brincadeiras que não lhe interessavam, e os outros não podiam fazer muito barulho.

Como mãe, custa-me. Faz-me lembrar a mim própria, que passava quase o tempo todo isolada, ou só com uma amiga ou outra, quando elas se lembravam de mim, ou quando eu andava com elas para não estar sozinha. 

E como vou incentivar a minha filha a criar amizades e a não se isolar quando eu, que deveria ser o exemplo, não o fiz e ainda hoje nem sempre sou capaz de o fazer? 

Ao menos o pai dela não tem que se preocupar com nada disto, está mais longe, só está com ela pouco mais que um dia por semana, não vai a reuniões, não foi à apresentação, e acho que tanto lhe faz se a filha tem um 3 um 4 ou uma negativa. Ela fica com a parte boa, eu com o trabalho duro.

Ainda assim, apesar de todas estas emoções, preocupações e angústias, sinto-me feliz, porque estou presente em cada etapa da vida dela, e porque tento dar o meu melhor para a ajudar a ser feliz!

 

 

Obesidade Infantil

 

A obesidade infantil é, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, um dos problemas de saúde pública mais graves do século XXI, sendo prioritária a sua prevenção. O sobrepeso e a obesidade são o quinto factor principal de risco de disfunção no mundo. De uma forma geral, a obesidade infantil é mais frequente nos meios urbanos, embora também esteja presente nos meios rurais.  

A nível físico, as crianças obesas tendem a desenvolver problemas como diabetes, doenças cardíacas ou má formação do esqueleto. É raro que cause risco de vida na infância, mas a esperança de vida é drasticamente reduzida. Pode agravar patologias respiratórias e alérgicas, provocar dores nas articulações e dificultar ou impossibilitar a prática de exercício físico em contexto escolar.

A nível psicológico, estas crianças são frequentemente vítimas de bullying por parte dos colegas levando, por vezes, ao isolamento e/ ou depressão.

Quanto aos factores que podem levar à obesidade, estes podem ser biológicos, psicológicos ou comportamentais, incluindo, nestes últimos, os maus hábitos alimentares, o sedentarismo e a diminuição do número de horas de sono.

Relativamente aos hábitos alimentares, temos uma das dietas mais saudáveis e equilibradas – a chamada dieta mediterrânica. No entanto, a expansão do fast-food e do comércio de junk food, tem alterado e invertido de forma significativa, a prioridade das crianças no que respeita à escolha dos alimentos. De facto, estes alimentos industrializados conseguem ser bastante apelativos, levando as crianças a preterirem outros mais saudáveis.

É verdade que, nos últimos anos, temos assistido a iniciativas positivas como o Regime de Fruta Escolar, que visa a distribuição de frutas e produtos hortícolas, nos estabelecimentos de ensino público, aos alunos que frequentam o 1.º ciclo dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, ou as mais recentes orientações da Direcção Geral de Educação para bufetes escolares.

Mas a educação alimentar das crianças não pode ser uma tarefa exclusiva das escolas. Deve começar em casa, pelos pais e familiares próximos, e logo desde o dia em que nascem. A influência dos pais na alimentação dos filhos é determinante. Sabemos que os filhos tendem a seguir os exemplos e hábitos dos pais, que nem sempre são os melhores. Nesses casos, de nada servirá aos pais quererem que os filhos se alimentem saudavelmente, se eles próprios não o fazem. Por outro lado, os pais devem estar atentos e proporcionar refeições saudáveis aos filhos, o que nem sempre acontece devido não só à falta de tempo como, muitas vezes, à falta de informação ou certos mitos. 

A minha filha, por exemplo, nasceu com 3,020Kg distribuídos por 47 cm. Ao fim de duas semanas, como eu não tinha leite suficiente para ela, começou a beber leite artificial. Talvez por isso, sempre teve um peso ligeiramente acima do ideal, embora colmatado com o crescimento. Ao longo de 9 anos, o peso aumentou, mas a altura também. Não se pode considerar que tenha excesso de peso, muito menos será obesa. Mas tenho consciência que, se a deixasse comer à vontade, não seria bem assim. É normal que as crianças, tal como nós, gostem de comer “porcarias”. O meu papel é moderar esse consumo, e tentar que ela faça uma alimentação equilibrada, pelo menos enquanto estiver comigo. 

O sedentarismo é também uma realidade cada vez mais presente na nossa sociedade, e entre as crianças e jovens. Antigamente, as crianças brincavam na rua, saltavam, pulavam, jogavam à bola, corriam…Hoje, apesar de já haver, logo no 1º ciclo do ensino básico, actividades extracurriculares físico-desportivas (facultativas), e de algumas crianças frequentarem actividades físicas fora da escola, grande parte delas prefere substituir essas actividades por algumas horas de jogos em consolas, ou comodamente sentadas em frente à televisão ou computadores. Para tal, mais uma vez, contribui em muito a falta de tempo e disponibilidade dos pais, bem como a insegurança que estes sentem ao deixarem os filhos na rua.

A falta de sono ou as poucas horas que as crianças dormem também podem levar ao aumento da obesidade. Há estudos que provam uma estreita ligação entre o sono e o apetite sendo que, à medida que o primeiro reduz, o segundo aumenta, devido a alterações das hormonas que controlam a fome. E, quanto menos dormem, mais tempo têm para comer, e menor é a probabilidade de serem fisicamente activas, havendo um menor gasto de energia.

Por todas estas razões, se pode concluir que o combate à obesidade infantil passa, sobretudo pela prevenção. É preferível evitar a obesidade numa criança, do que tentar eliminá-la depois de instalada! E essa prevenção, passará pela intervenção por parte de todos aqueles que tenham, directa ou indirectamente, influência sobre essas crianças!