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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

As atitudes ficam para quem as pratica

Imagens vetoriais Idosos tristes, banco de Idosos tristes vetores |  Depositphotos

 

Não sei o que se passa na cabeça de algumas pessoas que, do nada, deixam de falar, passam a ignorar e ficam chateadas à toa, por coisas que nem lhes dizem directamente respeito.

Há já umas semanas que o meu tio se chateou com o meu pai, nem sei bem porquê e, desde então, não lhe fala.

Foi preciso chegarem aos 80 anos para ficarem de costas voltadas. Quando mais se deviam apoiar um ao outro.

De certeza que, o que quer que tenha sido, se pode pôr para trás das costas, a esta altura das suas vidas.

 

Um outro amigo do meu pai, de décadas, ao que parece, do nada, também deixou de lhe falar.

Segundo o meu pai, passou por ele e pela mulher no outro dia, e viraram-lhe a cara.

E nem sabe por que razão.

 

Enfim...

As atitudes ficam para quem as pratica.

Mas para uma pessoa que já se vê isolada, e limitada, ver que, sem razão aparente, lhe viram as costas, não é fácil.

Pode/ deve a inteligência artificial substituir a inteligência humana no futuro?

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Na escola da minha filha, na disciplina de filosofia, tanto no 10º como no 11º ano, os alunos tiveram que fazer um ensaio filosófico, sobre um dos temas propostos.

O ano passado, ela escolheu a eutanásia. Este ano, a inteligência artificial.

 

A questão que ela formulou foi esta: 

"Pode/ deve a inteligência artificial substituir a inteligência humana no futuro?"

 

Até que ponto a inteligência artificial pode (ou deve) substituir ou, até, suplantar, a inteligência humana no futuro?

Será esse o cenário mais desejável e o principal objetivo para o qual foi criada e está, desde então, a ser desenvolvida e aperfeiçoada, ou apenas como instrumento de apoio?

 

Sendo uma ferramenta já usada por nós em inúmeras situações, à semelhança de outras ferramentas e instrumentos à disposição do ser humano, pode ser usada para o bem, mas também para o mal, tendo vindo a suscitar diversas preocupações, nomeadamente a nível ético e moral, e como possível ameaça para a humanidade.

 

Por exemplo, numa empresa que está a recrutar funcionários, usando a inteligência artificial, analisando as últimas contratações feitas, apenas a pessoas de raça branca, ou apenas a homens, esta pode seguir esse critério, discriminando qualquer outro candidato que não corresponda a esse critério.

Da mesma forma, será de esperar que um veículo de condução autónoma, quando confrontado com o dilema de salvar o condutor do veículo, ou as pessoas que se encontram no seu caminho, optará pelo primeiro, enquanto se a decisão fosse tomada pelo condutor, provavelmente, ele optaria pela segunda opção.

Da mesma forma, a inteligência artificial pode considerar que seria uma decisão ética eliminar qualquer ser humano que desrespeite o planeta e o ambiente, tornando-se uma ameaça para a espécie humana.

 

Assim, o mais importante é garantir, sempre, a intervenção humana, complementarmente à tecnologia, nomeadamente no que à ética diz respeito, estabelecendo regulamentação, através de diferentes profissionais e abordagens, que confiram liberdade ao desenvolvimento da inteligência artificial, mas preservando e protegendo o ser humano.

Promovendo uma coexistência equilibrada e complementar entre a inteligência humana e a inteligência artificial, e nunca a substituição de uma, pela outra.

Como lidar com alguém que tem cancro?

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O cancro é uma doença bastante conhecida e, atrevo-me a dizer, muito temida e odiada por todos nós.

Ela é responsável por levar muita gente desta vida. Familiares, amigos, conhecidos...

E, se é verdade que nem sempre mata, e é possível vencê-la, uma vez, e outra, se for preciso, também é verdade que, por vezes, leva a melhor. E quando não é ela própria, é o "rastro" que ela deixa. Como se costuma dizer, muitas vezes, não se morre da doença, mas da cura.

 

Claro que, quando uma pessoa recebe um diagnóstico destes, muita coisa lhe passa pela cabeça. Acredito que deva ser uma mistura de sentimentos contraditórios. Por um lado, quer lutar e acredita que pode vencer. Por outro, só a palavra por si só é suficiente para a pessoa achar que está condenada, e nem lhe apetecer lutar, numa guerra que já está perdida, à partida.

Acredito que, da mesma forma que a pessoa vai buscar forças que nem imaginava que tinha, também se vai depressa abaixo, noutros momentos.

Além disso, suponho que tenha dois pesos em cima de si. O de ganhar coragem para a sua luta, e o de transmitir coragem a quem a rodeia. Mostrar, muitas vezes, aquilo que os outros esperam. 

 

Mas, pergunto-me, o que será que uma pessoa diagnosticada com cancro espera de quem a rodeia? De quem está ao seu lado? 

Lembro-me de ir visitar a minha tia. De lhe dizer que não podia estar a pensar de forma negativa. Que não deveria pensar que ia deixar as filhas, os netos. Porque é o que se espera que digamos. E porque queremos que assim seja. Mas, não estaremos a enganar-nos, a nós, e à pessoa?

Lembro-me de a ver chorar, resignada, por aquilo que sabia que a esperava, embora fosse suposto nós dizermos o contrário, e ela ter que mostrar que sentia o contrário, para não nos incomodar, e deixar ainda mais tristes. Mas, no fundo, ela sabia. E partiu pouco tempo depois.

Uma vizinha nossa, também a lutar contra um cancro, sempre que a via, estava com um ar abatido, de lágrimas nos olhos, ciente do seu destino. Os médicos diziam que era tratável, que tinha cura. Pois... mas a medicação excessiva para essa cura acabou por lhe tirar a vida. 

Ainda que cada uma das pessoas que falasse com ela lhe desse força, lhe quisesse tirar os pensamentos negativos da mente, e acreditar que tudo iria correr bem.

No fundo, parece que estamos a enganar a pessoa, a dar-lhe falsas esperanças. A dizer e mostrar algo em que nem nós acreditamos. Portanto, uma farsa.

 

Assim, de que forma nós, que estamos do outro lado, devemos lidar com pessoas com cancro? 

Com positivismo? Com realismo? Com fingimento? Com sinceridade?

A pessoa diagnosticada preferirá frases feitas, ainda que quem as pronuncia não acredite muito nelas? 

Preferirá verdade?

De que forma podemos ou devemos apoiá-la, sem pintar um quadro negro derrotista, mas também sem mascarar a situação, enchendo-a de uma cor que não tem?

Ainda que encaremos, pra nós, a situação de uma forma realista, devemo-la expôr? Ou ficar em silêncio?

Devemos andar ali com "paninhos quentes", e "pezinhos de lã"? Ou mostrar que a batalha é dura, poderá não ser ganha, mas estamos ali, para o que for?

 

A frase que mais se adequa à minha forma de pensar, e que me vem logo à mente, é "Always expect the best, prepared for the worst...", ou seja, esperar sempre o melhor, mas estando, ao mesmo tempo, preparado para o pior.

Quer quem está a passar pela doença, quer para quem está do outro lado.

 

Mas só quem já passou por isso, ou quem está a passar, poderá dizer aquilo que, verdadeiramente, quer e espera de quem está ao seu redor.

 

 

Sobre a proibição de venda de determinados produtos nos hipermercados

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Pergunto-me, em que é que a medida contribui, de forma positiva, para todos aqueles que foram obrigados a fechar portas?

Proibir a venda de determinados produtos, nas grandes superfíciesm impede-as de ganhar, quando outros também não ganham.

 

Mas em que é que, efectivamente, essa medida ajuda, nestes dias de confinamento, o pequeno comércio que tem que estar encerrado?

O que um perde, não é dado ao outro. O que um deixa de ganhar, não compensa o outro. Os rendimentos daqueles que estão fechados, não aumentam com esta proibição. O lucro que uns deixam de ter, não se transformam em compensação financeira para os restantes.

O que acontece, na prática, é que, quando voltar a estar tudo aberto, ainda assim, as grandes superfícies vão continuar a vender mais.

Quando for permitido comprar, ainda assim, as pessoas vão continuar a preferir as grandes superfícies.

 

Sabemos que existe uma grande concorrência desleal, que não é de agora.

Mas, se existe, é porque foi permitida. É porque foi autorizada. 

Pelos mesmos que, agora, por conta de medidas duvidosas, querem fazer boa figura e mostrar que não vão permitir tal concorrência, na situação em que nos encontramos.

Depois...

Depois já pode voltar tudo ao normal. Porque vão voltar a fechar os olhos e continuar a autorizar tudo.

E se, em vez de estar a descartar as culpas dessa concorrência desleal, apoiassem mais aqueles que obrigaram a encerrar, com base em critérios muito discutíveis, que beneficiam uns, e prejudicam outros, sem qualquer sentido?

 

Nem sempre o apoio é oferecido com a melhor das intenções

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Nem sempre as pessoas que parecem apoiar-te são aquelas que desejam o teu bem. Já aquelas que parecem querer o teu mal, podem ser aquelas que te estão verdadeiramente a ajudar...

 

Quando queremos fazer algo, ou temos alguma ideia, é mais que normal que queiramos e procuremos o apoio nas pessoas que nos estão mais próximas, ou noutras que conheçamos.

Mas, por vezes, aquelas pessoas que desejaríamos que nos apoiassem, parecem não querer o nosso bem. Parecem não ficar felizes, ou não querer que concretizemos aquilo que queremos.

Por outro lado, surgem pessoas que, supreendentemente, nos apoiam, e que nem estávamos à espera.

 

No entanto, é preciso cuidado. Porque essas pessoas que nos apoiam, podem estar a fazê-lo como quem dá um empurrãozinho, à pessoa que está prestes a estatelar-se ao comprido, para acelerar a queda.

Já quem parece não nos apoiar, pode estar apenas a segurar-nos, para impedir a queda iminente.