Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Desafio de Escrita do Triptofano #8

A mala de uma mulher: cabe sempre tudo, e nunca se encontra nada!

thumbnail_Desafio de Escrita Triptofano.jpg 

 

Deofrásia vai com a família ao cinema.

Para poupar, coloca dentro da mala uma garrafa de água, umas bolachas e um pacote de leite, caso  tenham fome.

 

À chegada ao estacionamento, depois de tirar o ticket

Bitóles (para a mulher): Toma, mulher. É melhor ficares tu com o bilhete, que eu não tenho bolsos. Olha, e já agora, guarda-me aí a carteira e o telemóvel.

Ninufas (para a mãe): Oh mãe, posso pôr os meus fones na tua mala, para eu não perder?

 

E Deofrásia lá vai pondo tudo dentro da mala, que agora já nem fecha.

Quando acabam de ver o filme, Deofrásia já colocou na mala os bilhetes do cinema, e uns folhetos que lhe deram com a programação da semana seguinte.

 

Entretanto, o telemóvel toca

Deofrásia (tentando encontrá-lo): Raios, não vejo o telemóvel no meio disto tudo. 

E tanto tempo levou que, quando o encontrou, já não foi a tempo de atender a chamada.

 

À saída do shopping

Bitóles: Oh mulher, passa-me aí a carteira, para eu pagar o estacionamento.

Deofrásia (não vendo a carteira onde a tinha posto): Ai, Bitóles, queres ver que a carteira caiu lá no cinema? 

Bitóles: Tu não digas isso, mulher. Tu procura bem.

Deofrásia: É o que estou a fazer. Ah, está aqui. Ufa.

Bitóles: Só falta mesmo o ticket.

Deofrásia (tirando um molho de cartões da bolsa): O ticket, pois... Ora bem... churrasqueira, cabeleireiro, electrista, calendário... Ticket!

 

A caminho de casa, com o sol a bater de frente

Deofrásia (procurando na mala): Ia jurar que tinha aqui os meus óculos de sol.

Bitóles: Então, se os puseste, estão aí!

Deofrásia: Pois, só não sei onde!

Ninufas: Oh mãe, já que estás com a mão na massa, passa-me os fones.

Deofrásia (vasculhando): Mau... carregador... cabo... fones! Olha, e como é que a caixa de óculos veio parar aqui?!

 

Ao aproximar da portagem

Bitóles: Oh mulher, tens aí moedas para a portagem?

Deofrásia: Hum... deixa ver. Aqui nesta carteira não. Mas espera, tenho aqui um porta moedas. Pode ser que tenhas sorte. Afinal não, são só uns botões que guardei aqui. E aqui nesta bolsinha, será que pus algumas? Nada feito. São só umas moedas de escudo, que andava a coleccionar!

Bitóles: Santo Deus. Do que esta mulher se lembra!

 

À chegada a casa

Deofrásia: Olha, vou só ali a casa do meu pai.

Bitóles: E tens a chave?

Deofrásia: Claro. Tenho sempre aqui na mala!

 

À porta de casa do pai, já noite, com pouca luz, procurando a chave

Deofrásia: Mas que raio?! Onde está a chave? Carteira... lenços de papel... outra carteira... agenda... estojo... chaves do trabalho... Querem ver que perdi a chave?

 

Sem conseguir encontrá-la, Deofrásia corre até casa, e já desesperada, depeja todo o conteúdo da mala em cima da mesa.

Deofrásia: Ora vamos lá ver. Um saco... bolsa das pen's... travessão de cabelo... bloco de notas... Olha, a caneta que andava à procura no outro dia! E cá está ela, a maldita chave! 

Ninufas: Credo, mãe! Que confusão que aí vai! Porque é que guardas tanta coisa dentro da mala?

Deofrásia: Filha, a mala de uma mulher é como um armazém - cabe sempre tudo!

Ninufas: Pois, pois... Cá para mim está mais para poço sem fundo! Nunca se encontra nada!

 

 

Texto escrito para o Desafio de Escrita do Triptofano

 

Também participam:

Ana D.

Maria Araújo

Bii Yue

Triptofano

Maria

Bruno

 

 

 

 

 

 

Muito pedem os professores

Resultado de imagem para professor

 

É impressionante como este ano não paro de falar dos professores. Coitados, ainda vão pensar que tenho alguma coisa contra eles!

Mas, por vezes, não compreendo estas ideias que lhes surgem, ou que lhes são impostas por superiores, mas que acabam sempre por sobrar para os pais, mais precisamente, para a carteira dos pais.

A professora de Educação Tecnológica elaborou uma lista de material que os alunos deveriam levar para a aula, para um trabalho.

Inicialmente, era para ser feito em duplas e, por isso, a minha filha e o colega dividiram entre eles o que cada um levava.

Chegados à aula, a professora mudou de ideias e passou a ser um trabalho individual, ou seja, cada um tinha que levar o material todo.

O que me faz alguma confusão é que, das duas uma: ou os professores pensam que os pais são tipo uma loja ou armazém onde existe de tudo um pouco, ou pensam que todos os pais têm disponibilidade financeira para as "brincadeiras" que se lembram de fazer.

Não vejo nenhum professor dizer "estejam descansados que eu arranjo o material necessário para todos" ou então "quem não conseguir ou não puder, que diga". O que a professora disse foi, simplesmente, onde podíamos ir comprar o material!

Ah e tal, cabides de arame - vão ao AKI ou então a uma lavandaria! A pilha, a lâmpada, o casquilho, o fio eléctrico e a fita adesiva, vai a tal loja!

E, depois, ainda é preciso clipes, um tudo de caneta e uma caixa de sapatos.

Esta brincadeira saiu cara, e ainda estou para ver se a culpa foi, em parte, da minha filha, que nem sequer trouxe o caderno para casa com a lista do material e não me soube informar o que, exactamente, era preciso, ou se foi inteiramente da professora, que não terá especificado o que eles deveriam levar. 

É que quando fui à dita loja comprar o material eléctrico, a funcionária perguntou-me que tipo de lâmpada e que tipo de pilha tinha pedido a professora. Não lhe soube responder. Assim, vendeu-me um kit que diz que anda a vender para alunos de um outro colégio, colégio esse que forneceu uma lista especificada.

A minha filha só me disse que era preciso uma lâmpada média, um casquilho, e uma pilha rectangular. Já lhe tinha comprado tudo isso, mas depois tive que gastar mais dinheiro porque o que ela vai precisar, afinal, não é nada daquilo que eu tinha comprado antes!

E o pior é que não é apenas numa ou outra disciplina. Ao longo do ano, e para que os nossos filhos não tenham faltas de material ou fiquem prejudicados, é só comprar isto e aquilo. Porque é preciso. Porque o professor pediu!

E quem não tem nem material nem dinheiro, como é que faz? Seria bom pensarem nisso antes de pedirem mais alguma coisa!