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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Coisas que só me acontecem a mim VI - Aventura com osgas

 

Estava eu a tentar fazer uma boa acção e é assim que sou paga!

Peguei no regador e fui enchê-lo com a mangueira, no quintal, para regar os vasos das ervas da Tica. A mangueira desencaixa, e salta água por todo o lado! Nisto, uma osga que por ali andava escondida sentiu-se incomodada, saiu do esconderijo, e apareceu à minha frente. 

Já devem estar a imaginar a cena! Mandei-lhe com a pouca água que tinha no regador, mas nada. Tentei pôr a mangueira a funcionar mas, com a pressão, saltava de novo. Peguei num balde que tinha lá cheio de água e despejei em cima dela. Lá consegui que saísse pelo buraco para o lado de fora.

No entanto, o raio da bicha é mais esperta que eu e, quando espreitei, já estava a subir o muro para voltar cá para dentro do quintal.

Tanto tempo demorei a tentar encaixar a mangueira (sem sucesso), que acabei por não regar as ervas e, quando fui ver, já a osga tinha desaparecido. Provavelmente voltou para onde estava, para me pregar mais uns sustos um dia destes.

No dia seguinte, estou no quarto com o meu marido e vou abrir a janela. Assim que a abro apanho um susto, dou um salto, um grito, passo pelo meu marido e só páro no corredor! Estava uma outra osga, mais pequena, no parapeito da janela!

Diz o meu marido: "então e deixas a janela aberta, para ela entrar?!". Lá foi ele fechar a janela e eu, armada em valente (depois de ele me ter dito que ela parecia morta), pelo lado de fora, munida com um mata moscas, para tirar de lá o bicho e comprovar o óbito!

Mandei-a para o chão, não se mexeu. Parecia mesmo morta. Menos mal. Fui empurrando até que a mandei para o terreno do vizinho.

Aguardam-se as cenas dos próximos capítulos! 

 

 

A Tica e a Inês

 

"Tica, dás-me um beijinho?"

 

 

"Está bem, toma lá!"

 

 

 

Não fujas, Inês! Só te quero fazer um penteado novo!" 

 

 

"Não me estás a pentear, está a puxar-me os cabelos!"

 

 

 

"Confia em mim, Inês! Vês como ficaste tão linda!"

 

O Colégio das Quatro Torres

 

Depois da colecção de livros "Duarte e Marta", aqui fica mais uma, descoberta ao acaso!

No fim de semana, enquanto andava nas compras, a minha filha pediu-me um livro para ir lendo e se entreter. Peguei neste e dei-lhe.

Claro que ela, depois de começar a ler, ficou entusiasmada e perguntou-me se o podia comprar. Como estamos na altura do "pão por deus", safou-se! Até achámos piada porque ela está no quarto ano, e o livro era referente ao quarto ano no Colégio das Torres.

Mas, se há o quarto ano, era de supor que haveria outros e, por isso, fui pesquisar. A colecção é de seis livros - do primeiro ao sexto ano - e conta as aventuras de várias alunas de um colégio interno só de raparigas. 

 

 

 

 

Enclausurar ou libertar?

 

Um dia li um artigo sobre a interpretação dos gestos e atitudes dos gatos, que concluía que o pensamento destes, qualquer que fosse o seu comportamento relativamente aos donos, se resumia a uma única coisa: comida!

Quero acreditar, e com base na minha própria experiência e convivência com estes animais, que esse artigo está totalmente errado. Que os gatos se preocupam com algo mais que alimento e que, tal como nós, também têm sentimentos!

Acredito que a nossa Tica adora deitar-se no meu colo quando me sento no sofá, e dormir a sua sesta de três horas enquanto eu vejo algum filme na televisão. Acredito que ela adora quando brincamos às escondidas ou a apanhada (sim, eu faço essas figuras). Acredito que ela gosta de mimos tal como nós, que precisa dos seus momentos, que se chateia, que se alegra…

Acredito que ela conversa connosco e transmite aquilo que sente.

Acredito que ela fica contente sempre que chegamos a casa, e triste quando saímos. Que muitas vezes se sente só…

Por isso mesmo, estando fechada em casa horas a fio, a maioria das quais sem qualquer companhia, até que um de nós chegue a casa, é natural que, para ela, seja bastante tentador escapar-se assim que tem uma oportunidade.

E, de repente, sinto-me como se fosse a Gotel a prender a Rapunzel na torre, para a proteger dos perigos do exterior das muralhas do castelo!

Claro que o nosso único objectivo é mesmo protege-la. Quantas vezes a deixámos ir para o quintal e a deixámos brincar? Algumas. Mas, tal como as crianças, a liberdade que lhe demos não foi suficiente. Começou a saltar o muro e ir para a estrada, a esconder-se debaixo dos carros para não a apanharmos. E então, optámos por não deixá-la ir à rua sozinha.

Sempre que podíamos, levávamo-la ao colo, ou sentávamo-nos lá fora com ela ao colo. Era uma forma de ela vir à rua, sem nos arriscarmos a que ela fugisse.

Mesmo assim, isso não lhe chegava. Na penúltima vez que se escapou sem termos tempo de a apanhar, fugiu para os barracões do vizinho e esteve lá toda a manhã. Apareceu à hora de almoço. Na última vez, fugiu à hora de almoço e até ao fim da tarde não tinha voltado. Tive que ir à procura dela e, mesmo assim, foi difícil apanhá-la. Já em casa, notou-se perfeitamente que não se sentia bem por estar ali, só olhava para as janelas.

Por sorte, foi para os barracões do vizinho que fugiu. Para estar na companhia de outros gatos. Mas, e se ela se lembrar de ir mais longe, de se aventurar para outro lado, de comer alguma erva envenenada, de se meter com outros gatos ou com os cães? E se alguém a apanhar e ficar com ela? Ou se ela, por algum motivo, não conseguir voltar para casa? Ou não quiser?

O que nos deixa num grande dilema: limitamos ainda mais o espaço disponível para ela estar em casa, para que não haja nenhuma forma de sair, como se estivesse numa prisão, para que não volte a desaparecer? Ou fazemos-lhe a vontade e arriscamo-nos a que, um dia destes, ela não volte de vez?