Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Tudo o que vem nos livros é verdade?

Reprodução/Fox

 

 

Testemunhas de Jeová - parte 2

 

Na continuação do post anterior, queriam as testemunhas de Jeová que eu lesse a Bíblia, porque lá se encontravam todas as respostas às questões que poderíamos ter.

E eu perguntei-lhe como poderia saber se o que lá estava escrito era real ou não. 

Quem escreveu a Bíblia, foram humanos. De certeza que Deus não lhes estava a ditar o que haveriam de escrever. 

E assim, saiu-me esta!

 

 

A testemunha - O que vem na Bíblia é a verdade, são factos inspirados no criador que, na realidade, aconteceram.

Eu - Os Simpsons também já previram tantas coisas que aconteceram. Se calhar também se sentiram inspirados!

 

A mais nova riu-se, e até mencionou a previsão do Trump.

Já as outras, deviam estar com vontade de me esganar!

A quem (ou ao que) nos agarramos nos momentos de dificuldades?

p000009671.jpg

 

 

 

Testemunhas de Jeová - parte I

 

No sábado passado, estava eu calmamente a sair de casa para ir estender roupa, quando sou abordada por três mulheres, que queriam conversar comigo sobre Deus e a Bíblia. Por certo, já saberão de quem se trata!

Por norma, despacho-as logo, até porque nada daquilo que me digam me fará mudar de opinião, mas desta vez, deixei-as falar.

 

Uma delas era mais nova, talvez até mais nova que eu e, apesar da sua crença, percebia-se que era uma pessoa com quem se poderia ter conversas interessantes. Ainda nos rimos com umas piadas, falámos de animais, era uma pessoa descontraída. As outras, mais velhas, não deviam estar satisfeitas com o rumo da conversa!

 

E, talvez por isso, a querer puxar a brasa à sua sardinha, uma delas perguntou-me:

"Então, quando a D. Marta tem algum problema, ou está a passar por dificuldades, em quem é que se apoia, como faz para ultrapassar?"

Respondi-lhe que, nesses momentos, luto como posso para ultrapassar, apoiando-me na família, que é quem está ao meu lado!

 

 

Aliás, os momentos mais complicados, problemáticos, difíceis, pelos quais passamos são, por norma, aqueles em que temos maior tendência a nos agarrar a algo, a aceitar apoio, independentemente de onde venha,  a procurar respostas, a depositar fé naquilo que nos der esperança de que tudo vai melhorar.

Mas são, também, os momentos em que estamos mais vulneráveis, susceptíveis e, como tal, aqueles em que tendemos a acreditar em tudo o que nos coloquem à frente dos olhos, a ser enganados.

Além de que, muitas vezes, as pessoas só se viram para a religião, para a fé, para pedir ajuda a Deus, quando estão mal. Depois, quando estão bem, não querem mais saber.

 

 

Como já aqui referi algumas vezes, aceito que as pessoas tenham que se agarrar a algo, se isso lhes der esperança, se as ajudar a seguir e frente, a minorizar o sofrimento e a dor, mas não me queiram "impingir" algo em que não acredito.

 

Noé - o filme

Resultado de imagem para noé filme

 

Na altura em que estreou no cinema, fiquei muito tentada a ver.

Depois, quando deu na televisão a primeira vez, apanhei um bocadinho, e não me inspirou, até porque era enorme. Este domingo, acabei por vê-lo.

 

Desde pequena que fiquei a conhecer diversas histórias que vêm na Bíblia, e esta é logo uma das primeiras, que não deixa ninguém indiferente: a famosa Arca de Noé, onde foram preservados um casal de animais de cada uma das espécies, enquanto Deus inundava a Terra com um enorme dilúvio. Depois de parar de chover, enviaram um pássaro para determinar quando poderiam voltar a sair da arca. Se não estou em erro, o pássaro foi e voltou duas vezes, sem nada. À terceira, voltou com um ramo no bico. E por último, não voltou. Foi quando perceberam que poderiam sair da arca, e voltar a terra firme. Há ainda a parte do arco-íris que surge no céu, e que simboliza a aliança de Deus com o Homem.

 

Li várias vezes estas histórias, nas Bíblias para crianças que me ofereceram em pequena. Na altura, gostava de lê-las. Hoje, ao recordar-me delas, apercebo-me que, a serem verdadeiras, mostravam um povo que levava a sua fé e crença em Deus a extremos e, até, a um certo fanatismo.

 

Sempre me ensinaram que Deus é amor, e que é justo. Sempre duvidei da sua existência. Não consigo perceber onde é que esse Deus encaixa num mundo em que tantos inocentes sofrem as maiores atrocidades, enquanto os "maus" permanecem impunes. 

 

Neste filme, um dos descendentes de Caim, que representa o mal, afirma: "Deus criou o Homem à sua imagem. Ele não é diferente de nós. Nós somos o reflexo dele."

Não teria ele uma certa razão? Como poderia um Deus bondoso matar? Ou mandar matar? Sim porque, por exemplo, na história de Abraão, depois de supostamente lhe ter dado o seu filho Isaque mandou, em seguida, matá-lo como sacrifício para pôr à prova a sua fé em Deus. Que Deus é este que condena à morte quem tem o mal dentro se si, quando ele próprio incita a cometer actos como este?

 

Por outro lado, Noé dizia à sua mulher, tentando justificar a sua decisão de nem eles próprios entrarem na arca e se salvarem "Todos temos o mal dentro de nós. Não poderemos ser salvos."

Mais uma verdade! 

Por muito bons que sejamos, há sempre algo que nos pode corromper. Haverá sempre algo capaz de nos levar a cometer actos de maldade, nem que seja para defender-nos e aos nossos.

 

No caso concreto do filme, no que era Noé diferente daqueles que estavam agora a ser condenados pela justiça divina?

Noé não hesitou em deixar morrer uma jovem, que nada tinha a ver com estas guerras, para se salvar a si e ao filho. Noé não hesitou em declarar a sentença de morte para toda a família, incluindo as próprias netas, que quase matou com as suas próprias mãos, por achar que era o que Deus queria. Onde é que está aqui a bondade, o amor?

E o que conseguiu com isso? Conseguiu que todos se revoltassem contra si. Conseguiu que um dos seus filhos se passasse para o lado dos "vilões", contra o próprio pai, por não perceber que moral tinha o pai para condenar os outros, quando se estava a tornar igual.

 

Ainda a respeito do filme, estava à espera de melhor. É muito tempo de filme, para uma história tão pequena. Há partes que não batem certo com aquilo que se conta, e que levantam algumas incongruências e questões:

- Na história do filme, Noé e o pai parecem viver sozinhos. Quando o pai morre, sendo Noé ainda criança, como é que ele sobreviveu sozinho todos aqueles anos, até à idade adulta?

- No filme, o que a história dá a entender é que havia apenas a família de Noé, do lado do "Bem", e todos os restantes do lado do "Mal". Seria mesmo assim?

- No filme, não há um limite para a entrada dos animais. No entanto, se formos pesquisar, há diversas versões de imposição de quantidade de animais de cada espécie. A ser assim, porque teriam de morrer todos os outros?

- A própria construção da arca suscita dúvidas. Conseguiria uma arca como aquela, construída unicamente de madeira, como pareceu, manter-se intacta com todos aqueles animais dentro?

- Como era possível haver lume dentro da arca, sem a incendiar?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Bíblia

 

A curiosidade era muita, e foi satisfeita!

Primeiro, porque, apesar de não ser seguidora de nenhuma religião nem grande crente, gosto, de uma forma geral, de filmes e séries sobre o tema.

Segundo, porque parecia ser uma grande produção, a julgar pelo sucesso alcançado noutros países, e pelos comentários e críticas que tem recebido.

E, por último, porque tinha um actor português como protagonista.

Foram duas maratonas, nas tardes de sábado e domingo, e posso dizer que não foi maçador, entediante ou cansativo…Até a minha filha, que só tem 9 anos, não arredou pé do sofá até a série chegar ao fim.

Com uma bíblia para crianças ao lado (a minha primeira que o meu pai me ofereceu quando eu era pequenina), ela ia acompanhando as cenas da série, ao mesmo tempo que as ia comparando com as histórias que vêm no livro.

Devo confessar que algumas cenas são de tal violência que seria preferível as crianças não assistirem.

Como é óbvio, houve muitos acontecimentos que não foram narrados, sob pena de a série ter o dobro da duração, mas parece-me que o essencial está lá.

Quanto ao desempenho de Diogo Morgado como Jesus, penso que foi uma escolha acertada. Já muitos interpretaram a mesma personagem, em várias outras produções, mas nesta, só mesmo ele poderia interpretar este papel, que lhe assentou na perfeição.