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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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RX - Belarmino

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Belarmino ou, simplesmente, BN, é angolano e reside em Portugal há 10 anos.
Decidido a apostar exclusivamente na sua carreira a solo, prepara-se para nos presentear com um novo álbum, onde predominará um estilo pop, com as influências dos estilos e sonoridades mais atuais.

Para já, "Feiticeira" é o single de avanço do novo trabalho.

E aqui fica o RX ao artista convidado de hoje!

 

 

 

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Belarmino, de que forma te descreverias através das seguintes palavras:

 

Direito – Um mundo. Uma área do saber onde só não estou por não ser muito amigo da formalidade mas que, se calhar, um dia possa ainda vir a exercer.

 

Instrumentos – Flauta. A flauta africana, por ser o único instrumento que o meu pai me ensinou a tocar antes mesmo de ir ter aulas para tocar no grupo da igreja.

 

Voz – Um instrumento. Um instrumento que deve ser muito bem explorado e saber colocá-lo a nosso favor. A escola existe para dar mais um acrescento na forma como podemos mobilizar a voz a nosso favor, de resto, é um instrumento que já nasce pronto.

 

Ritmo – É o tic tac do nosso relógio, é o bater do nosso coração, é o som da vida ao mesmo passo que é o tempo. Sem ritmo não há vida.

 

Humildade – Prefiro não falar nela, hoje toda gente diante de objectivos por alcançar diz-se humilde e só de pensar nisso decidi não mais falar no assunto. Chego ao ponto de colocar a humildade, o direito e a justiça no mesmo prato, se tiver que justificar terá de ser com muito blá, blá.

 

Igreja – Foi o meu jardim de infância, foi lá onde aprendi o que se aprende nas cresces e jardins de infância, mas refiro-me a igreja do meu tempo, por isso, se me perguntar se gostaria que o meu filho andasse também na igreja como eu andei, diria: só com vigilância reforçada e para de lá aprender aqueles princípios que são benéficos para toda a humanidade, mas nada de lhe ensinarem a discriminar outras religiões, muito menos incutirem-lhe coisas pouco concretas e que, muitas delas, só fazem mesmo sentido no mundo do imaginário.

 

Angola – Minha alma.

 

Rimas – Quando surge esse questão viajo logo para a minha realidade de anos atrás, penso logo no Belarmino rapper. O rap foi a escola onde não tive que cumprir formalidade para me sentar na carteira, mas que obrigou-me a ler livros para soltar frases ricas na hora do freestyle com os outros MCS. Foi também através do rap que me tornei a pessoa que sou hoje, e enquanto compositor, mundo hip hop aliado ao rap, foi a escola onde dei os primeiros passos.

 

 

“Feiticeira” é o single de avanço do teu próximo álbum. Sobre o que nos fala este tema?

É o retrato não fiel de uma história real, não fiel porque acabei por alegorizar a composição. Foi uma história que aconteceu comigo, foi um namoro de dois estudantes de direito que acabou mal e, por ter me sentido a parte mais lesada, passei a tratar a outra parte por feiticeira.

A situação mexeu comigo, até chegar ao ponto de afectar também o meu amigo, e ele concordou comigo quando passei a tratar a pessoa em causa por feiticeira.

 

 

 

 

 

 

A música pode ser, também ela, uma “feiticeira”?

Olha! Se for será um bom sinal, as pessoas ficarão bem marcadas, mas tem que ser pela positiva.

 

 

Se te fosse dada a oportunidade de escolher um feitiço para ti, qual seria a tua escolha? E para outra pessoa?

De curar pessoas. Para outra pessoa, o de amar o próximo enquanto ser humano.

 

 

Ao longo do teu percurso, já enveredaste por diferentes estilos, como hip-hop, regaetton e, agora, neste novo trabalho, pop. Consideras-te um músico versátil?

Essa palavra "versátil", no mundo da música, às vezes acaba por parecer algo que não é carne nem peixe é uma incerteza absoluta, não me vou socorrer dela na medida em que tudo o que eu faço na música é o que realmente sinto que tenho que fazer no momento, ou seja, não gosto de me sentir limitado, daí estar a fugir da conotação a um estilo e ser apenas um artista pop. Óbvio que, nas minhas músicas, estarão sempre extratos do rap, e dos ritmos africanos em particular os angolanos, e o tema feiticeira é antevisão do que será o meu futuro trabalho compilado.

 

 

Depois de alguns projetos realizados em dupla tens, mais recentemente, apostado exclusivamente numa carreira a solo. O que te levou a tomar essa decisão?

Tendo o projecto BN&LG ficado suspenso, porque o LG decidiu tirar um tempo para estruturar coisas pessoais da vida dele, achei ter chegado a altura de finalmente trabalhar duro no meu projecto a solo.

 

 

Estás neste momento a preparar o próximo álbum. Podes desvendar um pouco do que por aí vem?

O que vem aí é um trabalho pop, ou seja, as pessoas vão ouvir temas que não conseguirão remeter directamente à Kizomba, ou ao rap, mas sim música com essas influências todas onde as pessoas poderão dançar ou sentir como quiserem. A ideia é dar a ouvir bom som e fazer dançar.

 

 

Podemos contar com o novo trabalho ainda este ano?

Sim, sim. Vou em breve disponibilizar um segundo single e só depois me vou concentrar nos restantes temas.

 

 

De que forma pode o público acompanhar-te, e ficar a par de todas as novidades sobre o teu trabalho?

O público em geral e pessoas interessadas em apoiar na estrutura do meu trabalho, uma vez que hoje é difícil trabalhar sozinho, podem contactar e acompanhar via facebook e instagram e ainda no perfil spotify.

Aproveito para agradecer à FAROL MÚSICA por ter, mais uma vez, me dado a oportunidade para editar os meus trabalhos, e a ti Marta Segão pela entrevista.

 

Muito obrigada!

 

 

Nota: Este RX teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também a imagem e o vídeo. 

RX - Belarmino

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Já aqui esteve como convidado, na rubrica À Conversa Com, por ocasião do lançamento do seu single Diva.
 
 

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Agora, depois do lançamento do seu EP Guetto Zouk nas plataformas digitais, na passada sexta-feira, Belarmino regressa novamente a este cantinho, para se submeter a si, e ao seu EP, ao já vosso conhecido RX!
Louco Maluco é um dos singles deste álbum, com colaboração de LG Afro. Para saberem mais, confiram tudo aqui:

 

 

 

 

Guetto Zouk -  Trata-se de uma um estilo que aos poucos vai se autonomizando mas na sua base está a fusão entre o kizomba angolano, o zouk cabo verdiano e fragmentos do R&B e Hip-Hop. Emergiu nos anos 2000 com o grupo cabo-verdiano Os Quatro.

 

LG Afro - Leonel Grinaldo, meu puto, meu tropa, alguém que aceitou o meu convite de partir para uma aventura em estilos musicais que ele sempre achou não ser capaz de fazer. Um louco maluco que promove a pura drena, uma pessoa a quem desejo tudo de bom nesta caminhada que não é fácil mas que, com persistência e trabalho rompem-se barreiras.

 

Singles - Um, editado pela Farol, e outros que não chegaram a ser editados mas que ajudaram-me a dar alguns passos, através dos quais conheci uma pessoa especial que tem impulsionado a criação de uma estrutura na minha vida artística.

 

Influências - Tenho influências familiares muito fortes, mãe, pai e irmã. Mas estilo Hip-Hop acabou por ser a maior influência, isto porque vivi não só o estilo mas a cultura em si e foram alguns dos grandes nomes do Hip-Hop e do Rap que me serviram também de influência.

 

Escrita - Uma paixão! adoro a liberdade de escrever, sinto-me bastaste feliz só por ter a liberdade de poder fazê-lo sem entraves.

  

Ritmo - Até a nossa vida é comandada por ritmos, o próprio batimento do nosso coração é um ritmo, sendo um elemento essencial da música e a música faz parte da vida de qualquer ser humano, independentemente do estado em que nos encontramos e das circunstancias, o ritmo é vida.

  

Versatilidade - Venho de um país onde as pessoas ouvem e dançam tudo, desde que mereça créditos pra tal. Manterei uma base e respeitando sempre as minhas limitações, porém, tenho também de valorizar tudo o que fez e faz parte de mim em termos de vivênciaS, daí a versatilidade. Hoje em dia, entendo eu, existem mais razões para se ser versátil afinal de contas estamos num mundo onde ouvimos a mesma música ao mesmo tempo, se não ouvimos porque gostamos ouvimos pela força da promoção aliada aos meios de difusão massiva.

 

Actuações - Estávamos a espera da divulgação do EP para começarmos a levar o trabalho ao público, já temos datas marcadas posso já adiantar a do dia 31 de julho, estarei no festival urbano de Viseu com os HMB.

 

Fãs - Acho ser uma palavra muito pesada, não sei se tenho mesmo fãs, os poucos que já apareceram a dizer que eram meus fãs eu agradeci mas lembrei que podiam simplesmente considerar-me um amigo e agradeço ainda pelo facto de gostarem do meu trabalho.

 

Desejo - Desejo sempre saúde e felicidade para mim, para os que acompanham as minhas cenas e para todo o ser humano!

 

Muito obrigada, Belarmino! 

 

Nota: Este RX teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.

 

À Conversa com Belarmino

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Também conhecido por BN, Belarmino frequenta o último ano do curso de Direito, mas a música tem vindo a acompanhá-lo.

Rapper por natureza, Belarmino desde cedo se dedicou à escrita, compondo todas as letras que canta, e mostrou a sua versatilidade, apostando numa fusão de estilos.

 

 

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O primeiro álbum será editado em breve, e o single “Diva”, num registo reggaeton, poderá ser ouvido, a partir de hoje, nas plataformas digitais.

Belarmino conta-nos um pouco mais sobre a sua aventura no mundo da música, o novo álbum que aí vem, e projetos para o futuro!

 

 

 

 

 

Para quem não o conhece, quem é o Belarmino?

 

Belarmino é um jovem artista de nacionalidade angolana mas apaixonado por Coimbra, cidade portuguesa onde frequento o último ano do curso de Direito.

 

Como é que a música entrou na sua vida?

Quando conheci a minha mãe ela já integrava um grupo coral de uma igreja evangélica. O meu pai cantava todos os dias e tocava flauta e quando era pequeno ensinava-me canções e quando eu as aprendesse premiava-me. A minha mana Graça dirigia um coral na igreja supra referida, era uma igreja com mais de 500 membros e cantar lá era coisa muito séria, eu via a minha mana a treinar a voz e estava sempre a suportar o barulho dela, quando ela parava eu tentava fazer o mesmo. O meu mano Carlos também era muito amante de música mas era viciado em ouvir e tinha muitas cassetes, parecia mesmo DJ. Aos 10 anos juntamente com outros meninos do bairro fabricámos instrumentos de latas usando câmaras de pneus de carro, tocávamos pelas ruas do bairro e os outros meninos dançavam e cantavam connosco. Com isso desenvolvi alguns skills e aos 11 anos a minha irmã inscreveu-me na banda da igreja onde aprendi a tocar tambor e também flauta africana. Aos 14 anos o meu sobrinho, que tem a mesma idade que eu, passou-me o vírus do hip-hop, tal facto se deu numas férias de fim de ano no bairro chicala na Ilha de Luanda, onde fazia free style com os amigos, batles e rimavam em alguns beats americanos. Em 2002 comecei a ter noções sobre a cultura hip-hop com um amigo do meu primo que frequentava a casa quando se estavam a preparar para o exame de admissão para o curso de direito. Deu-me cd`s, cassetes de hip-hop e fez a primeira composição de linhas para eu treinar e foi com base naquelas linhas que a partir de 2003 comecei a escrever as próprias rimas e nunca mais parei. No mesmo ano gravei com a label Irmandade Hip-hop na província do Huambo.

 

O Direito é outra das suas paixões?

O direito é o curso que eu escolhi, por desde muito cedo ser uma pessoa apaixonada por discursos e por admirar pessoas que falam de leis e supostamente defensores dos direitos das pessoas.

 

 

No futuro, vê-se mais como uma pessoa ligada ao direito, que canta por prazer, quando lhe apetece, ou pretende dar prioridade à música, em detrimento do direito?

Se vou cantar ou exercer direito? Prefiro não excogitar e dizer o seguinte, o futuro a Deus pertence, vou optar por ser feliz, farei aquilo que me vai deixar feliz.

 

O Belarmino compõe todas as letras das músicas que canta. De onde vem a sua inspiração? Do que nos falam essas músicas?

Até hoje compus todas. Não me sinto pro, mas faço com muita facilidade as minhas composições e parece que estou sempre a ouvir novas melodias na minha cabeça. Perco o sono porque de repente me surgem melodias na cabeça... Quem ouve as minhas cenas sabe que já fui de compor rimas muito sérias mas estou numa fase de me apresentar como artista a um auditório um pouco mais amplo, daí ter decidido em fazer alguma descarga conteudística nas composições e posso afirmar que agora trago conteúdo de festa e amor. O álbum vai comportar também temas de esperança e superação.

 

“Diva” será o primeiro single a ser lançado. Quem é a sua maior “Diva”?

É uma homenagem a todas as mulheres, elas merecem e eu particularmente, devo muito às mulheres. A minha maior "Diva" chama-se Isabel Catarina, minha mãe.

 

E a nível musical, quem considera a grande diva das últimas décadas?

A nível musical, foi, é e será a senhora Celine Dion.

 

O que nos pode desvendar sobre o novo álbum que aí vem? Já tem alguma data prevista para o lançamento?

Só tenho a dizer que procurei fazer um álbum com uma musicalidade alegre e imprimi responsabilidade, foi sobretudo a pensar em quem o vai consumir.

O álbum está pronto, por isso é apenas uma questão de encontrar o timing certo. Talvez em Setembro...

 

Quais são as suas expectativas em relação ao mesmo, e à sua aceitação por parte do público?

Relativamente as expectativas, devo ser humilde em dizer que este é um álbum para me apresentar. Hoje em dia o fazer chegar a música ao publico alvo depende de muitos condicionalismos e o mercado já tem gigantes, vamos é no entanto trabalhar para que o produto seja apresentado ao publico alvo e este se gostar vai também ajudar na divulgação.

 

O Belarmino é um rapper por natureza. No entanto, o novo single “Diva” é mais um estilo reggaeton. Quais são as principais diferenças entre estes dois estilos?

Olha! conheço muito pouco sobre o reggaeton, gosto dos vídeos e do ritmo mas não quero andar a nadar nesse rio, até porque tem as suas particularidades e não é cuspir umas rimas num beat de reggaeton que vou me sentir dentro da cena propriamente dita. É um estilo com fortes influências dos estilos latino-americanos e acho que é a mainstream da musicalidade de lá, mas sei também que muitos fazedores são mesmo rappers. RAP é um estilo dentro da cultura hip-hop (Rhythm And Poetry), é um discurso ritmado e rimado, mas dentro da cultura hip-hop este identifica-se com um ritmo próprio e maleável, daí vermos os rappers a poderem enquadrar-se noutros estilos musicais com certa facilidade e tal como acontece com o guetto-zouk, acontece também com o reggaeton.

 

Neste novo álbum estará patente esta versatilidade de estilos?

No álbum estará sim, patente a versatilidade.

 

Onde vamos poder ouvir o Belarmino nos próximos meses?

Durante os próximos meses vão poder ouvir Belarmino um pouco pelo país em vários eventos já agendados, nas plataformas de streaming como o Spotify e o Youtube e claro, através do iTunes e das mais variadas lojas digitais, comprando a musica! ;)

 

Muito obrigada!

 

 

Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também a imagem.