Obras de recuperação sem sentido
A repartição de finanças de Mafra está a funcionar, desde que ando por aqui em serviço (15 anos) no mesmo edifício.
Muitas instalações de serviços públicos mudaram para outras mais modernas, mas estas permaneceram inalteradas.
Alguns vidros rachados, mosaicos soltos, mobiliário obsoleto, inexistência de acessos adequados a todos os utentes, enfim.
Este ano, mais precisamente para o final do ano, espera-se que a repartição de finanças passe a funcionar no antigo edifício dos bombeiros abandonando, assim, as actuais instalações.
Ora, nesse caso, que sentido faz lembrarem-se agora de efectuar obras de beneficiação no actual edifício, ainda em funcionamento, quando daqui a uns meses o mesmo vai ser desocupado? Não poderiam fazer, nessa altura, a recuperação do edifício?
Agora, temos um edifício de 3 pisos, em que cada um se destinava a diferentes fins, com apenas um piso disponível, concentrando-se nele todos os serviços. Ou seja, temos um pequeno caos!
Num pequeno espaço à entrada, vão-se acumulando contribuintes que, muitas vezes, em vez de ocupar as cadeiras ainda disponíveis, preferem ficar no meio do caminho, a estorvar quem quer ou precisa de passar, quem pretende tirar senha, ou quem não gosta, simplesmente, de ter pessoas quase em cima do seu nariz.
Temos pessoas que insistem em ficar a meio caminho entre a sala de espera e o espaço de atendimento, dificultando quem está de saída e quem está a tentar entrar por ter sido chamado. Os funcionários chegam a chamar 3 ou 4 vezes por um número, que anda a tentar passar, furar daqui e desviar dali, até chegar ao balcão, depois de uma longa jornada!
Temos menos funcionários por cada serviço, o que implica mais tempo de espera, mais inquietação, mais desespero, mais reclamações.
Temos um funcionário que, devido a limitações físicas e psicológicas, foi colocado a informar os contribuintes que não podem subir para os outros andares, que têm que aguardar na sala de espera, qual a senha que devem tirar. E que, apesar de estar a fazer um serviço útil, não terá sido a melhor escolha.
Ainda ontem estava uma senhora a fazer uma pergunta e, às tantas, já o funcionário estava a ser mal educado e a gritar com ela e com outra, a responder mal. Já não é a primeira vez que isso acontece.
E, depois, temos funcionários cansados, que mal conseguem ouvir e fazer-se ouvir, tal é o ruído que se faz sentir, e que estão sem a mínima paciência e disposição para o atendimento ao público.
Ainda ontem saiu de lá um senhor a queixar-se que era inadmissível, que tratam as pessoas como se fossem animais.
Havia mesmo necessidade de fazer estas obras nesta altura? Não! Mas, enfim, umas obras estão meses e meses sem ninguém lhes tocar ou avançar. Outros, querem mostrar serviço desnecessário!