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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Isto não é sobre escrita...

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Pode parecer mais fácil pegar em algo que já está escrito, e fazer apenas ajustes, do que criar algo novo.

 

No entanto, o problema de querermos corrigir algo que já está escrito é que, de tanto escrevermos por cima, anotarmos, riscarmos, acrescentarmos ou mudarmos as palavras, frases ou excertos, chegamos a um ponto em que perdemos o fio à meada.

Em que olhamos para aquele emaranhado, e não percebemos nada do que está escrito.

Porque é demasiado confuso. Ou parece não fazer sentido nenhum.

 

Por outro lado, pegando numa folha em branco, para criar uma nova história, podemos escrever aquilo que queremos, do início ao fim, da forma como queremos.

Só que também, perante ela, muitas vezes, nos perdemos.

Porque não fazemos a mínima ideia do que escrever. De como começar. 

Que história contar.

Bloqueamos.

Limitamo-nos a olhar, e deixamo-la ali, sem saber o que fazer com ela. 

 

Há dias que nos inspiram!

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Há dias que nos inspiram.

Inspiram a mudar. 

A fazer.

A tomar a iniciativa.

A querer mais, e melhor.

Há dias em que nos sentimos cheios de energia, e vontade, e entusiasmo.

Há dias em que achamos que podemos tudo!

 

E, depois, há outros, que nos bloqueiam, deitando tudo isso pelo cano abaixo.

 

Há dias em que me decido a fazer uma limpeza geral à casa.

Em mudar as cortinas.

Em substituir o que está estragado.

Em tirar aquilo que não faz falta.

Em dar um destino a tanta roupa e brinquedos que lá tenho desde que a minha filha era pequena.

Em ver se dou um rumo ao meu futuro livro, encalhado há mais de 3 anos por falta de ideias (ou por ideias a mais que não sei bem como conjugar).

A fazer uma mudança.

Porque mudança gera mudança.

E, quem sabe, não leva a outras mudanças.

 

Depois, porque nada disto chegou a ser posto em prática no momento, vêm dias em que perco esse entusiasmo, trocando-o pelo comodismo, pela preguiça, pelo apego.

Olho para as coisas que ía despachar, e percebo que não as quero despachar, voltando a pô-las no mesmo sítio.

Olho para a despesa que vou ter, e penso que pode esperar, ficar para depois, quando der mais jeito financeiramente.

Começo a recear a mudança, e a acreditar que é melhor ficar tudo como está. Porque até não está mal.

Falta a paciência, e a imaginação.

Falta garra, e energia.

E, em vez de "pegar o touro pelos cornos" e pôr mãos à obra, acabo sentada num sofá, a fazer tudo menos aquilo que pretendia, adiando indefinidamente as acções.

Esperando por outros dias, que me voltem a inspirar, e me levem para lá dos pensamentos e ideias, que nunca se chegam a concretizar.

 

Bloqueio linguístico!

 

Sabem aqueles momentos em que, mesmo sabendo desenrascar-se, simplesmente bloqueiam?

Pois é isso que me costuma acontecer! E foi isso que aconteceu ainda há pouco, quando um casal de turistas veio ter comigo para me pedir uma informação.

E era tão simples :)

O casal vinha com um mapa na mão, e a senhora apontou para o mapa, indicando o local que procurava. Ficava uns metros mais abaixo de onde eu estava. Só tinha que lhes dizer que era só descer a rua. Só isso!

Mas, e lembrar-me como se dizia isso em inglês?! 

Depois do bloqueio inicial, lá me resolvi a dizer-lhes "just right there" e apontei para o fim da rua.

E só então, quando continuei o meu caminho, a expressão me veio à mente "you have to go down the street".

Que burra! Então não sabia dizer logo isso às pessoas?

 

Detesto que os turistas me venham pedir informações, e fujo deles como o diabo da cruz, porque meto na cabeça que não vou perceber nada do que dizem, e muito menos saber responder-lhes!

 

 

 

PS.: para me safar às respostas costumo utilizar a típica expressão "sorry, I don't speak english", embora uma vez, em Lisboa, me tenha aventurado com "I have no ideia, I'm not from here",o que até era verdade!