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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Nem caiu em graça, nem foi engraçada

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Ontem à noite, fomos comprar um frango à currasqueira, em drive-through.

O meu marido à frente, com o meu pai.

A rapariga que nos atendeu, assim em modo acelerado e despachado, fez as perguntas da praxe, pagamento e, enquanto esperava pela encomenda, lembrou-se de perguntar ao meu pai:

- "Então, já comprou as flores e os chocolates para a sua mulher? Olhe que hoje é o Dia dos Namorados!"

 

Da forma como disse aquilo, quase a fazer propaganda, até pensei que, além do frango, também estivessem a vender esses produtos.

Diz o meu marido:

- "A mulher do senhor já faleceu."

 

Não se dando por vencida, apesar de encavacada, voltou à carga:

- "Então, compra para a namorada!"

O meu pai: 

- "A minha esposa faleceu há um ano e pouco".

 

E ela, com mais um melão, mas numa derradeira tentativa:

- "Pode comprar para si."

Ao que o meu pai respondeu:

- "Eu não gosto de flores."

E ela, já sem jeito:

- "Ah, não gosta de flores?"

E, felizmente, calou-se.

 

Por vezes, as brincadeiras acabam por ser um "tiro ao lado", sobretudo quando se brinca com pessoas que não se conhece de lado nenhum.

 

A brincar, a brincar...

Really GIFs | Tenor

 

Há brincadeiras, e brincadeiras.

Mas, seja qual brincadeira for, é preciso saber com quem, quando, onde e como se deve brincar.

 

Porque as pessoas não são todas iguais.

Porque nem todas as pessoas são obrigadas a perceber, ou a gostar, de determinadas brincadeiras.

Há brincadeiras que se tem no grupo de amigos, que podem não ser vistas da mesma fora por outros.

Há piadas que são bem aceites entre família e amigos, mas que pessoas externas poderão levar a mal.

 

Porque nem sempre é o momento, ou o local certo para as ter.

Porque nem todas são felizes.

Há brincadeiras que se fazem nos piores momentos, ou em locais onde as mesmas seriam de evitar. Porque só nos prejudica perante os outros. Porque mostra a falta de noção e tacto que podemos ter.

 

Há brincadeiras que são apelidadas como tal, apesar de exprimirem exactamente aquilo que a pessoa pensa ou quis dizer/ fazer.

Se for aceite, tudo na boa. Se for criticada "ah e tal, era só a brincar".

Mas, a brincar, a brincar...

 

E há brincadeiras que não se devem, de todo, ter. Porque não se deve brincar com coisas sérias.

 

Vem este texto a propósito de uma brincadeira, aparentemente, inofensiva, de um concorrente do Big Brother que afirmava, a brincar, claro, que já tinha tido intimidade com a sua colega/ namorada/ amiga colorida, sem que esta desse por nada, porque esperava que ela dormisse para o fazer.

Continuando a brincadeira, quando questionado acerca do consentimento, ele dizia que fingia que ela consentia, fazendo o gesto com a mão dela, ou ele próprio, simulando a mão dela.

Ora, esta conversa, entre os visados e, eventualmente, amigos e família que os conhecem, estando eles cientes daquilo que fazem, e de que era apenas uma brincadeira, seria certamente encarada como tal - uma mera brincadeira.

Mas ele estava a ter esta conversa para toda a gente ver e ouvir. 

E não foi bem recebida cá fora.

No fundo, ele estava a brincar com abusos sexuais, levados a cabo sem consentimento e conhecimento das vítimas.

Foi uma brincadeira. Pois...

De mau gosto. Sem noção. Sem graça.

Não é uma questão de já não se poder brincar com nada, que as pessoas levam logo a mal, e ficam ofendidas.

É, simplesmente, e como disse acima, saber com quem, quando, onde, com o quê, e como se deve brincar.

 

 

O concerto do Anselmo Ralph em Mafra

Estava marcado para as 21 horas, e não atrasou muito. Entrámos por volta das 19.30h, conseguimos um lugar quase na frente, com óptima visibilidade (excepto quando uma miúda já com os seus 17/19 anos se lembrou de se pôr às cavalitas no namorado ou amigo, mas foi rápido porque ela não é propriamente uma criança leve), e a noite prometia.

Estava com algumas reservas em relação a este concerto que, desde o início, não teve a melhor organização. Nem sei se será bem da organização por parte do Anselmo, ou de quem se lembrou depois de transformar um concerto num festival solidário, mas muita tinta correu, muita polémica se instalou, muitas alterações ocorreram, desde que soubemos que o Anselmo Ralph iria actuar em Mafra no dia 13 de Setembro.

Outra coisa que não achei bem foi o facto de só haver livre trânsito para quem comprou o bilhete para os dois dias. Ou seja, num espectáculo que começava às 15.30h, com várias bandas a actuar, e que terminava às 23 horas, a partir do momento em que entrássemos tínhamos que permanecer no recinto. Se saíssemos, já não poderíamos entrar novamente! Tem alguma lógica? Para mim, não! Para eles, sim! Obrigavam as pessoas a consumir ali mesmo, sem escapatória possível. Tínhamos ido mais cedo, com intenção de ir depois a casa comer qualquer coisa e voltar. Assim, voltámos para casa e acabámos por ir mais perto da hora.

A tarde também não esteve famosa. Choveu bastante aqui para estes lados, e estava com receio que o concerto não se realizasse, mas no final do dia até a chuva colaborou.

A primeira parte do concerto ficou a cargo da Maria. Não conhecia, mas tem uma boa voz, e foi um momento muito fixe, para começar a aquecer a voz e o corpo. O seu repertório ainda não é grande, mas gostei muito da música Crash, com que iniciou o espectáculo. E da sua interpretação da música We Found Love, da Rihanna. Não me importava de ter ouvido a Maria por mais uns minutos!

E chegou, então, o artista da noite! O mais esperado, o que levou centenas de pessoas ao relvado do Parque Desportivo Municipal de Mafra!

Veio acompanhado por uma banda exclusivamente composta por homens, incluindo coros - o que foi uma surpresa. Entre um desses elementos do coro, um concorrente do The Voice que fez parte da equipa do Anselmo - David Piçarra.

E com dois bailarinos (também homens), que não percebi se foram convidados para dançar ali naquela noite, ou se faziam parte da equipa do Anselmo, mas parece-me mais a primeira hipótese, uma vez que ele não sabia sequer o nome dos bailarinos! 

Quanto às músicas, confesso que apenas conhecia aquelas que mais se ouvem nas rádios, mas fiquei a conhecer mais 2 ou 3 músicas que são muito bonitas, como Aplausos para Ti, Está Difícil ou Mente para Mim.

O Anselmo esteve sempre a conversar com o público, a brincar, tanto com as crianças como com os adultos, mostrando a sua habitual simpatia e simplicidade.

O público, retribuiu o carinho com muita energia, e mostrou saber de cor a letra das músicas. Houve até uma altura em que estávamos a pular e, às tantas, comecei a sentir um buraco debaixo dos pés! Era a terra, húmida da chuva, e a relva, a ceder.

Isto sim, foi um concerto a sério! Independentemente do estilo musical de cada um, este concerto meteu o dos DAMA a um canto!

Alguns dos momentos engraçados do concerto foram quando o Anselmo perguntou às mulheres de Mafra se tinham os seus companheiros domesticados, e fez os homens imitarem alguma vozes de animais, e quando explicou às crianças o significado da música Curtição!

O final do concerto, ficou marcado por uma música de agradecimento a todos os fãs, que fazem do Anselmo o que ele é hoje, e dos seus espectáculos, momentos memoráveis.

Aqui ficam alguns desses momentos:

Concerto Maria 13-09-15.jpg

Actuação da Maria 

 

Concerto Anselmo Ralph II 13-09-15.jpg

 A contagem decrescente para a entrada do Anselmo

 

Concerto Anselmo Ralph IV 13-09-15.jpg

A entrada do Anselmo e a chuva de confetis

 

 Concerto Anselmo Ralph XII 13-09-15.jpg

O nosso Convento de Mafra, no ecrã

 

Concerto Anselmo Ralph XVI 13-09-15.jpg

Momento musical com o Anselmo e o saxofonista

 

Concerto Anselmo Ralph X 13-09-15.jpg

Anselmo e um dos bailarinos

 

Concerto Anselmo Ralph XIII 13-09-15.jpg

Uma coreografia com chapéus de chuva que, felizmente, não foram precisos

 

Concerto Anselmo Ralph VI 13-09-15.jpg

Muito obrigada Maria e Anselmo, por esta noite!

 

 

 

 

 

 

Muito pedem os professores

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É impressionante como este ano não paro de falar dos professores. Coitados, ainda vão pensar que tenho alguma coisa contra eles!

Mas, por vezes, não compreendo estas ideias que lhes surgem, ou que lhes são impostas por superiores, mas que acabam sempre por sobrar para os pais, mais precisamente, para a carteira dos pais.

A professora de Educação Tecnológica elaborou uma lista de material que os alunos deveriam levar para a aula, para um trabalho.

Inicialmente, era para ser feito em duplas e, por isso, a minha filha e o colega dividiram entre eles o que cada um levava.

Chegados à aula, a professora mudou de ideias e passou a ser um trabalho individual, ou seja, cada um tinha que levar o material todo.

O que me faz alguma confusão é que, das duas uma: ou os professores pensam que os pais são tipo uma loja ou armazém onde existe de tudo um pouco, ou pensam que todos os pais têm disponibilidade financeira para as "brincadeiras" que se lembram de fazer.

Não vejo nenhum professor dizer "estejam descansados que eu arranjo o material necessário para todos" ou então "quem não conseguir ou não puder, que diga". O que a professora disse foi, simplesmente, onde podíamos ir comprar o material!

Ah e tal, cabides de arame - vão ao AKI ou então a uma lavandaria! A pilha, a lâmpada, o casquilho, o fio eléctrico e a fita adesiva, vai a tal loja!

E, depois, ainda é preciso clipes, um tudo de caneta e uma caixa de sapatos.

Esta brincadeira saiu cara, e ainda estou para ver se a culpa foi, em parte, da minha filha, que nem sequer trouxe o caderno para casa com a lista do material e não me soube informar o que, exactamente, era preciso, ou se foi inteiramente da professora, que não terá especificado o que eles deveriam levar. 

É que quando fui à dita loja comprar o material eléctrico, a funcionária perguntou-me que tipo de lâmpada e que tipo de pilha tinha pedido a professora. Não lhe soube responder. Assim, vendeu-me um kit que diz que anda a vender para alunos de um outro colégio, colégio esse que forneceu uma lista especificada.

A minha filha só me disse que era preciso uma lâmpada média, um casquilho, e uma pilha rectangular. Já lhe tinha comprado tudo isso, mas depois tive que gastar mais dinheiro porque o que ela vai precisar, afinal, não é nada daquilo que eu tinha comprado antes!

E o pior é que não é apenas numa ou outra disciplina. Ao longo do ano, e para que os nossos filhos não tenham faltas de material ou fiquem prejudicados, é só comprar isto e aquilo. Porque é preciso. Porque o professor pediu!

E quem não tem nem material nem dinheiro, como é que faz? Seria bom pensarem nisso antes de pedirem mais alguma coisa!

 

 

O outro lado

 

“Todos, à minha volta, andam preocupados, cansados, stressados…todos, em meu redor, estão sem paciência, irritados, chateados…todos eles, alternam entre a tristeza e a alegria momentânea…todos me pedem o melhor de mim, todos querem o melhor para mim…compreendo isso…

Mas alguém sabe como eu me sinto? Já alguém se colocou no meu lugar? Já algum de vocês tentou imaginar o que vai dentro de mim?

Não sou a aluna nem a filha perfeita, mas de uma maneira geral, gosto da escola, da minha professora e dos meus colegas. Até daqueles que me chateiam, por vezes, a cabeça!

A grande maioria das vezes, custa-me levantar cedo para ir à escola. Algumas, não me apetece mesmo ir. É tão bom ter uns dias de férias para brincar e me divertir, para ver televisão ou simplesmente ficar em casa com a mãe!

Mas gosto de aprender, gosto das minhas actividades de inglês, gosto de brincar com as minhas amigas e dançar no recreio, ao som das mais variadas músicas!

Agora, assim de repente, tudo isso me foi tirado…Há mais de um mês que me vejo privada das brincadeiras, do convívio, da dança, da aprendizagem, de todas aquelas pessoas que faziam, igualmente, parte do meu dia-a-dia.

Todos os meus colegas estão lá, seguindo as suas vidas, e eu…eu, estou aqui fechada em casa, sozinha…não no verdadeiro sentido da palavra, mas é como me sinto…sinto que fiquei cá atrás, quando todos avançaram…sinto-me vazia…

Passar uns dias no hospital, embora não tenha sido mau, também não se pode considerar uma estadia de férias de verão num hotel. Andar de casa para o hospital, e do hospital para casa, não é propriamente o meu passeio favorito.

A minha mãe…eu sei que ela está a fazer um grande esforço para conciliar o trabalho dela, e ainda me ensinar, em casa, aquilo que os meus colegas estão a aprender na escola durante todo este tempo. Sei que ela não quer que eu saia prejudicada desta situação e que, por isso mesmo, é exigente comigo.

Mas eu também sou humana! Também tenho sentimentos! Também tenho o direito de me sentir triste, frustrada, desanimada, fragilizada…Também tenho o direito de gritar para todos que me deixem em paz e parem de fazer exigências…E também tenho o direito de chorar….Talvez assim me compreendam…talvez assim parem, e consigam olhar para o outro lado…o meu lado!”