...É aquele que é dado com amor e carinho!
Aproximamo-nos da época natalícia, e inevitavelmente, daquela altura do ano em que a maioria das pessoas começa a fazer contas ao orçamento, e uma lista infindável de prendas a oferecer a familiares, amigos e conhecidos.
Triplicam os anúncios apelativos ao consumo de determinados produtos típicos, e surgem as já tradicionais mega campanhas com descontos em hipermercados e lojas.
Quando se fala em Natal, é como se, automaticamente, se acionasse o botão - prendas!
E, embora de há uns anos para cá, tenha havido uma sensibilização crescente para trocarmos as prendas compradas numa qualquer loja, por outras feitas por nós próprios, na prática isso não acontece.
Eu, por exemplo, sempre gostei de oferecer às pessoas que fazem parte da minha vida, presentes que as fizessem felizes e que lhes fossem de alguma forma úteis. E dentro das minhas possibilidades, se pudesse satisfazer todos os desejos, era uma alegria!
Com a minha filha, além de lhe comprar roupa que ela bem precisa todos os anos (e que ela põe imediatamente para o lado na esperança de o próximo presente ser mais interessante), ainda tento comprar-lhe algumas daquelas coisas que ela pede ao Pai Natal!
Que por sinal, ao fim de meia dúzia de dias estão para lá amontoadas no caixote dos brinquedos.
No meu tempo, não era assim. Os meus pais não eram ricos, nem tinham muito dinheiro para prendas de Natal. Davam-me aquilo que podiam.
E, tirando uma boneca Barbie - o meu sonho de criança que nunca se tornou real, era feliz!
Porquê, porque tinha presentes únicos, alguns que ainda hoje guardo com muito amor.
Foi do meu pai que recebi uma casinha de bonecas feita em madeira, com as sobras da fábrica onde ele trabalhava. Foi do meu pai que recebi um pequeno baú, também em madeira, onde guardava os autocolantes dos bolicaos, as cartas da minha professora da primária, e mais umas coisitas. E lembro-me que, numa fase muito complicada das suas vidas, o meu pai me ofereceu de presente um pedacito de madeira trabalhado para pôr na minha mesa de cabeceira com a inscrição "Parabéns Marta"!
Ainda hoje lhes agradeço por todos esses presentes que, para a maioria das pessoas não têm valor, para para mim são um pequeno tesouro - foram dados com todo o amor que tinham. E não é esse o mais valioso de todos os presentes?