Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Há umas semanas, tinha acabado de almoçar, em casa da minha mãe, quando fui à minha casa levar umas coisas. Na volta, vi dois homens, de pastinha na mão, a bater à porta das vizinhas.
Avisei a minha mãe, para que esta não abrisse a porta, se lá fosse alguém bater. Voltei à minha casa para levar uma encomenda.
Ainda por ali andavam e, um deles, ao ver-me dirigir a uma casa, aproveitou e veio logo falar comigo.
Com muita (demasiada) simpatia, lá disse o nome, perguntou-me como estava, e explicou que andavam ali a falar com os moradores, para saber se estavam a pagar uma taxa qualquer (não fixei) que se aplica ao gás natural e à electricidade.
Perguntou-me se eu pagava essa taxa, e disse-lhe que não fazia a mínima ideia.
Perguntou-me se eu tinha gás natural. Respondi-lhe que não.
"Ah pois, então assim só deve pagar na conta da electricidade."
Voltei a responder que não fazia ideia.
E foi aí que ele se saiu com a frase mágica "ah e tal, se tiver aí uma factura, podemos ver já isso"!
"Pois, neste momento não posso ver isso, estou com pressa, só vim deixar aqui isto e tenho que voltar ao trabalho."
"Ah e tal, mas não demora mais do que 5 minutos!"
"É como lhe disse, agora não posso. Depois vejo isso e, se for o caso, logo se vê."
E lá se foi embora, agradecendo, e dirigindo-se à próxima porta.
Em primeiro lugar, apenas disse o nome, e nem sequer referiu de que empresa era, ou sequer explicou o que era a tal taxa de que estava a falar.
Suponho que fosse da Iberdrola, ou da Endesa, que são as que costumam actuar por aqui embora, na maioria das vezes, omitam essa informação e apenas façam menção à EDP.
Em segundo lugar, já se sabe o que eles pretendem fazer com a nossa factura na mão. E não é boa coisa! Normalmente, retiram os nossos dados e, quando menos esperamos, passamos a ter um qualquer contrato com outra empresa, sem sabermos.
À porta de uma vizinha, foram os dois. Enquanto ela mostrava a factura e ia respondendo às perguntas, o outro tomava notas. Quando se apercebeu disso, e como já tinha sido enganada uma vez, mandou-os embora. Não se sabe se a tempo de evital males maiores.
À minha mãe, também foram, mas ela nem sequer abriu, escaldada que está, e de sobreaviso.
A forma de actuar é quase sempre a mesma.
Pedem a factura, com a desculpa de que querem ajudar as pessoas a poupar, a pagar menos, com a oferta de descontos ou outra do género, e preenchem formulários de adesão com os dados da pessoa.
Por norma, costumam dizer que fica tudo igual, mas passam a pagar menos no final do mês. Não explicam que a pessoa deixa de ter contrato com determinada empresa, e passa a ter com outra.
No fim, pedem à pessoa para assinar o formulário para ter direito à ofertas/ promoções ou, por vezes, com a desculpa de que é só para os superiores saberem que a pessoa tomou conhecimento e que eles fizeram o seu trabalho.
Dias depois, a pessoa, através de carta ou outro contacto, fica a saber que o seu contrato mudou para outra empresa, quando nunca fora isso o pretendido.
E são problemas e chatices a dobrar, a partir daí, para reparar os erros e voltar a repôr tudo como estava antes.
Por isso, nunca é demais relembrar (até mesmo para os mais novos e melhor informados):
- se vos baterem à porta e virem pessoas a pares, ou uma sozinha com uma pasta na mão, e desconfiarem, optem por não abrir a porta, sobretudo se estiverem sozinhos
- se por acaso abrirem, e estiverem acompanhados, peçam ajuda a alguém que esteja convosco, em caso de dúvidas; se estiverem sozinhos, apenas oiçam, fiquem com o contacto e digam que ligarão mais tarde
- nunca, mas mesmo nunca (a não ser que estejam bem informados e cientes do que querem), dêem qualquer factura para a mão dessas pessoas, ou forneçam informações vossas, que possam vir a ser usadas indevidamente
- nunca, mas mesmo nunca (a não ser que estejam bem informados e cientes do que querem), assinem qualquer documento que vos peçam para assinar
Algo alheia a estas modernices da actualidade, foi com total surpresa que ouvi falar, no sábado, na "Team Strada" e de Hugo Strada.
Não fazia a mínima ideia de quem eram, ou do que faziam, até a minha filha me explicar, e falar da polémica em que estavam envolvidos.
Fiquei curiosa, e estivemos as duas a ver as notícias sobre o caso, e as acusações contra este senhor, que já colocaram em acção a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção de Crianças e Jovens.
Ao que parece, Hugo Strada, um Youtuber português, de 36 anos, que se diz gestor de artistas e influencers, e mentor do grupo de Youtubers "Team Strada", recrutou/ contratou jovens, menores de idade, para formarem a "Team Strada", e participarem no canal do Youtube, agora encerrado por violação das regras da comunidade e também pelo facto do caso estar já a ser investigado pelo Ministério Público (embora se pense que, entretanto, criaram um novo), bem como torná-los famosos youtubers.
O projeto destacou-se, no YouTube, através de vídeos publicados quase diariamente no canal “Team Strada”, no qual eram mostradas partidas, desafios e atividades radicais realizadas pelo grupo.
A "Team Strada", desde o seu lançamento, tem sido presença em diversos programas de televisão, festas e eventos públicos, incluindo colaborações com algumas marcas, como a JD Sports e McDonald's, e artistas, como Mastiksoul, David Carreira e outros. Estas participações constituíam a grande fonte de receita da "Team Strada".
Prometendo oferecer-lhes 80% dos lucros que obtivessem, segundo afirmam os jovens que, agora, denunciam o seu mentor, nunca lhes foi pago um único cêntimo, acusando-o também de prometer coisas que nunca se chegaram a concretizar.
(Minuto 4.21)
Mas a grande polémica começou no passado dia 19 de julho, quando o grupo foi ao programa Curto Circuito, da SIC Radical. Com o objetivo de promover uma escola para influenciadores digitais, durante a emissão, Douglas Dias jovem de 17 anos mais conhecido por "Dumbástico", aluno da "Team Strada", apareceu no programa e beijou na boca o seu mentor.
Num outro vídeo, surgem imagens de Hugo Strada, em interação com os jovens que fazem parte do projeto, alguns deles menores de idade, incluindo um momento em que o mentor entra numa casa de banho onde se encontra uma jovem do grupo.
Em algumas imagens, divulgadas pela comunicação social, é possível ver-se Hugo Strada com comportamentos impróprios para com estes jovens.
Após a polémica, vários youtuberes, que já tinham saído do projecto, como João Sousa, Luana Santos e Melanie Vicente, utilizaram também as redes sociais para denunciar o ex-agente e partilhar a sua história.
Ao que parece, há, inclusive, ameaças aos jovens caso denunciassem o seu mentor ou o acusassem de alguma coisa. É o que se ouve num audio, gravado por um dos jovens, em que ele diz que pega no carro, e passa por cima da pessoa/ pessoas que mancharem o seu nome.
Terão sido estas ameaças que levaram os jovens a recear o que Hugo lhes pudesse fazer, a optar por permanecerem calados, e a ocultar o que se passava.
De acordo com as noticias, Hugo Strada está, assim, a ser acusado pelos menores de burla, ameaças e assédio sexual.
Hugo afirma que as imagens dos vídeos foram manipuladas. Até poderia ser... Mas não acredito!
Mas o beijo dado em pleno programa não terá, por certo, sido manipulado e, por mais que o jovem em questão e Hugo tentem desvalorizar, afirmando que é uma espécie de relação de pai/ filho, não há como negar que algo está mal, e que poderá, eventualmente, haver muito mais por detrás.
No meio de toda esta polémica, à qual eu estava totalmente alheia, até este fim de semana, houve algo que me chocou.
Num relato de um dos jovens, quando a jornalista lhe pergunta se os pais deles sabiam o que se estava a passar, e como reagiram ou estavam a encarar esta situação, foi esta a resposta: "Alguns sabiam, outros não, e outros provavelmente sabiam, mas não se importavam, porque queriam que os filhos fossem bem sucedidos!".
Bem sucedidos?
O que é ter um filho "bem sucedido"?
Um filho que ganhe dinheiro à custa de abusos físicos e psicológicos?
Um filho que se submeta a tudo isso, ainda que não receba nada, mas que tem muitas visualizações, seguidores e aparece ao lado de artistas conhecidos?
Um filho a quem lhes seja incutido que vale tudo em nome de 5 minutos de fama?
Isso não é um filho bem sucedido! Isso será um filho, mais cedo ou mais tarde, fracassado e destruído. E que, um dia, se revoltarão contra os pais que não só não os souberam defender, como ainda os encorajaram a ser vítimas de um abusador.
Mais preocupante do que quantas mais "Team Strada" haverá por aí, é quantos pais como estes, haverá a serem coniventes com os abusos.
Por isso, pais, não "vendam" os vossos filhos. Não "prostituam" os vossos filhos.
Nada vale mais do que a sua integridade.
E para aqueles que até não sabem, acham que é tudo muito inocente e profissional, dêem abertura aos vossos filhos para que confiem e possam contar o que se passa, desconfiem, sejam cautelosos, meçam os riscos e perigos e, acima de tudo, expliquem e passem aos vossos filhos que eles não precisam de ser famosos youtuberes ou influencers, de fazer cenas maradas e radicais, e ser conhecido, para fazer deles jovens e futuros adultos bem sucedidos, e melhores pessoas do que aqueles que vivem longe da ribalta e das redes sociais.
Na nossa caixa de correio encontro hoje um aviso para levantar nos CTT uma carta, cujo remetente era a Via Livre, destinada ao meu marido. Nunca tinha ouvido falar da mesma, e não fazia a mínima ideia do que poderia ser.
O meu marido foi pesquisar na net, e percebeu que tinha a ver com cobranças ilegais de portagens, nas quais a maioria dos visados nunca tinha passado!
De qualquer forma, disse-lhe que o melhor era ele ir levantar a carta e ver do que se tratava.
E, lá está, era o que ele suspeitava! Uma carta para cobrança de portagem, ocorrida em setembro de 2016, com entrada em Faro!
Ora, escusado será dizer que nunca estivemos em Faro, logo esta cobrança é indevida.
Na dita carta, era-nos dado um prazo para pagamento, sob pena de a cobrança se converter num processo judicial. Era também mencionado que, caso não recebessemos a carta, seria enviada uma nova, desta vez, simples, e que o prazo se contaria a partir da recepção dessa, considerando-se entregue.
Pedia também, na eventualidade de não ser o meu marido o condutor da viatura nessa altura, que identificássemos o mesmo. Ora, não tendo emprestado o carro a ninguém, e já estando em nosso poder nessa altura, só poderia ser o meu marido o condutor.
O que fazer, então?
Não pagar, e reclamar?
Gastar para não pagar, ou pagar para não gastar?
O valor era de pouco mais de 3 euros.
Enviar uma carta registada com aviso de recepção ficaria por esse valor. Compensaria?
O meu marido decidiu pagar, para não ter mais problemas, e porque o valor era pequeno. Mas se o valor fosse maior, já pensava duas vezes.
Ainda assim, estamos a ponderar se não valerá a pena responder e pedir a devolução.
Mais alguém por aí foi atingido?
Ao que parece, e pelo que vimos na net, já é uma prática recorrente, e são várias as vítimas que se queixam destas cartinhas, e de burlas que as mesmas envolvem, a maior parte delas com referência à A22.
Quando feitos pedidos de esclarecimento, recusam-se a dar informação que, segundo dizem, não são obrigados a dar.
Outras vezes, as respostas tardam a chegar, ou nem sequer vêm.
A pergunta de hoje do sapo é: "Concorda que as refeições com carne de cavalo apreendidas pela ASAE sejam entregues a instituições de solidariedade?"
Ao que parece, toda esta polémica em torno das refeições com carne de cavalo, assenta sob um único aspecto: não constar nas ditas embalagens/ rótulos, a menção de que continham carne de cavalo.
Na verdade, parece não haver qualquer perigo para a saúde, até porque a carne de cavalo é saudável,não constituindo, como tal, uma questão de segurança alimentar.
Assim sendo, concordo com a retirada de todos os produtos do mercado para substituição da informação neles contida e, apurando-se a responsabilidade da burla, com a aplicação das respectivas coimas.
A questão que se coloca, após essa operação, é o destino a dar a tais produtos.
Se concordo que sejam entregues a instituições de solidariedade? Se em vez disso as deitarem fora, então acho bem doarem a quem precisa. Há tanta gente a passar fome e não é justo desperdiçar comida. Mas, como diz Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas, "pode surgir a ideia de que para as instituições que servem os pobres qualquer coisa pode servir". Ou seja, comida embalada retirada do mercado que não serve para o consumidor comum, já serve para os pobres que dependem das instituições. De certa forma, é como se estivessem a reduzir ainda mais a condição dessas pessoas.
Então e as empresas que pagaram os produtos, não deveriam ter direito a eles, depois de "legalizados"? Não deveriam poder vendê-los a qualquer consumidor? Afinal, embora possam haver algumas empresas envolvidas na fraude, outras há que foram, provavelmente, também elas, enganadas.
Seria mais nobre as próprias empresas tomarem essa decisão ou, por exemplo, ajudar as instituições com o dinheiro proveniente da venda desses produtos.
Mas, sim, em última análise, que sejam entregues às instituições, que podem sempre analisar essa acção sob uma outra perspectiva: os seus beneficiários serão privilegiados por estarem a comer refeições com carne de cavalo, muito mais saudável que a de bovino!