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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Logan

(1 Foto, 1 Texto #46)

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Ora vinha à janela, armado em sentinela, com aquele porte de quem não brinca em serviço, e leva muito a sério o seu trabalho, ora voltava para dentro, quando via que estava tudo tranquilo.

Ora voltava a aparecer, porque os miúdos o chamavam do lado de fora ou espreitavam para desafiá-lo, ora se tornava a esconder.

Ora vinha dar um ar da sua graça, e retribuir as mensagens e piropos, dos seus admiradores e fãs que por ali andavam, ora parecia mostrar-se indiferente a festas ou mimos, até porque não se considera propriamente uma estrela.

 

Não sabia da sua existência, até que, sentada numa esplanada, assisti a tudo isto na janela ao lado.

Chama-se Logan, pelo que percebi, e é capaz de ser um dos, senão o, cão mais conhecido da Ericeira.

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto 

O Adoldo

(e como pequenos gestos podem tornar o nosso dia mais leve)

IMG_20210211_085330.jpg

 

Faço aquele caminho diariamente.

Várias vezes por dia.

E já se torna tão habitual que, muitas vezes, já nem paro para observar.

Quando a colónia lá andava, não havia dia em que não espreitasse, para ver se via os bichanos.

Depois, a colónia desfez-se.

Há pouco tempo, apareceu por lá um solitário, tigrado, cinzento. Fez-me voltar ao hábito. Mas deixei de o ver. E o hábito perdeu-se.

Ainda mais nestes dias de chuva, em que uma pessoa quer é chegar depressa ao destino.

 

Hoje, um desses dias de chuva, de chapéu aberto e a caminho do trabalho, estive mesmo para seguir em frente.

Não sou muito de acreditar em sextos sentidos, chamamentos e afins, mas algo me fez mudar de ideias, e ir até lá, só naquela...

Para meu espanto, na caixa onde cheguei a ver o tal gato tigrado, estava um cão.

Lindo, aparentemente meigo. Não ladrou, não se assustou, nem se mexeu. Ficou a ver-me falar com ele, e tirar as fotografias. 

Não fazia ideia se estava perdido, abandonado, se era de alguém da zona. Mas nunca o tinha visto antes.

 

Publiquei a foto no facebook, e partilhei num grupo de animais desaparecidos aqui de Mafra. Just in case...

Acho que, quando publicamos algo do género, pensamos sempre que não dará em nada.

Várias pessoas partilharam a publicação.

E chegou até ao dono.

Ao que parece, o cão tinha fugido no fim de semana, voltado para casa mais tarde, e entretanto voltou a fugir.

Não é daqui perto. A casa dele ainda fica a uns 3 km.

Por volta das 10h, já não estava naquele sítio.

Mas deve ter ficado por perto porque, pouco depois, quando o dono foi até lá procurá-lo, ele apareceu.

 

Foi assim que o Adolfo - é esse o nome do fugitivo - voltou para a sua casa, em segurança.

E o meu dia se tornou mais leve, por ter dado um pequeno contributo para este desfecho.

 

 

Um acaso, sensibilidade, o poder do facebook e uma história com final feliz

(ou assim esperamos)

Resultado de imagem para ajudar animais"

 

Seria uma tarde como outra qualquer.

Eu a trabalhar, e a minha filha nas aulas.

 

 

Quis o destino, o acaso, ou o que quer que tenha sido, que a minha filha não tivesse tido a aula. E que tivesse ido com as colegas até àquele local.

Viram um cão por ali, e acharam-lhe graça. O cão ia a andar, quando um carro lhe bateu.

Ouviram o estrondo e, logo em seguida, o cão a ganir.

Ficou deitado no passeio, sem se mexer.

 

 

A pessoa que o atropelou não fugiu. Ficou por lá. Embora mais preocupada em não se molhar por causa da chuva, e a desculpar-se que não era de cá, que tinha sido um acidente e que, como tal, não se podia responsabilizar. "Ah e tal, eu vi-o mas achei que ele ia conseguir passar antes de eu chegar." Estava também preocupada com a possibilidade de a mandarem fazer o teste do balão..

Não sei se foi a senhora que ligou para a GNR mas, enquanto esta não chegava, ainda aproveitou para ir ao café.

 

 

A minha filha ligou-me logo, a perguntar se podíamos ligar a alguém, que fosse recolher o cão e ajudá-lo. Conhecendo as autoridades e entidades, por experiências anteriores, duvidei que fizessem algo. Por isso, pedi-lhe para ela tirar foto, e partilharmos no facebook.

Ela assim fez. E enviou-me.

Fez-me lembrar um cão que tinha visto num anúncio, nessa manhã, a pedir ajuda para o encontrar, porque tinha fugido de casa, aqui na vila.

 

 

Publiquei a foto e a informação num grupo de ajuda animal daqui da zona. Com a pressa de que alguém pudesse reconhecer, nem referi que o cão estava vivo.

Na verdade, também não sabia tudo ao pormenor, porque a urgência da situação passou por cima desses detalhes.

Foi uma sorte, poucos minutos depois, alguém me dizer que o cão tinha dono, chamava-se Buddy, e andavam à procura dele.

Facultaram-me o contacto, e o link do tal anúncio. No anúncio não falava em chip, apenas numa coleira verde que a minha filha me confirmou que o cão tinha.

 

 

Liguei de imediato para o dono.

Em seguida, liga-me a minha filha, a dizer que já lá estava a GNR. Com receio que levassem o cão, antes do dono chegar, a minha filha acabou por passar o telemóvel à agente, a quem dei o nome e contacto do dono. 

Soube mais tarde que a agente ligou para o dono.

 

 

O dono deve ter chegado pouco tempo depois, e o cão foi levado para o Hospital Veterinário, onde ficou internado. Ontem, estava estável, segundo me informou, mais tarde, o dono.

Agora, resta aguardar que tudo corra bem e o Buddy recupere do acidente. Para já, pode-se dizer que o dono recuperou o seu cão.

 

 

Não se sabe se como se teria desenrolado tudo isto, noutras circunstâncias.

Teria alguém partilhado o acidente? Teria sido possível encontrar o dono? Teria alguém levado o cão ao veterinário? O que faria a GNR com o cão?

Talvez até tivesse tido igualmente um final feliz. Ou talvez não...

O que sei é que um acaso, alguma sensibilidade, e o poder incontestável de uma partilha no facebook, a par com aqueles que também por lá andam, uniram-se em prol do Buddy.

 

 

Independentemente de tudo, valeu pela atitude.

Dizem que os filhos, por norma, tendem a seguir o exemplo dos pais, para o bem e para o mal.
E foi isso mesmo que se viu, neste caso, para o bem de um animal.
Há coisas que não se aprendem na escola, e esta, é uma delas. E tem muito mais valor uma acção como esta, que uma qualquer nota menos boa num teste.

Hope - uma história de esperança!

Foto: SOS animal Hope é um cão muito especial. Conheça a sua história: http://bit.ly/19qPXw2

 

Assisti, no passado sábado, ao último episódio do programa SOS Animal, em que recordaram alguns dos animais que tentaram salvar, e casos que foram passando ao longo dos vários episódios.

Por um lado (e apenas por isto), fico "aliviada" que o programa tenha acabado. É que, de sábado para sábado, as emoções foram aumentando e não havia um único programa em que não acabasse em lágrimas, indignada pelo que aqueles animais já tinham sofrido, impotente pelo que ainda sofriam e por não se poder fazer nada a não ser dar amor e carinho (e já não é pouco), comovida pelas vidas que não puderam ser salvas, e feliz pelos amiguinhos que ganharam uma nova família e um novo lar! De facto, um turbilhão de emoções que me deixavam mentalmente esgotada. E eu estou apenas sentadinha no meu sofá, a ver o programa. Não quero imaginar como se sentem todos aqueles que lidam directamente com estas realidades...

Sendo eu totalmente apaixonada por gatos, não deixei de me emocionar com todo o tipo de animais - patos, vacas, corujas, burros e até os cães, o que me surpreendeu. Por incrível que pareça, não foi ao saber que aqueles quatro gatinhos bebés não conseguiram sobreviver que chorei. Foi, sim, pela história do Hope, que só neste último episódio fiquei a conhecer.

Um pequeno cãozinho abandonado ao pé de um caixote do lixo, com uma mensagem a pedir para o salvar porque o dono não pode cuidar dele.

Um cãozinho que parecia um autêntico bebé, muito meiguinho, muito sossegado, muito assustado... Um cãozinho que não se conseguia pôr em pé, correr e saltar... Nem sequer conseguia mexer as patitas.

Chegaram à conclusão que não era uma doença degenerativa, portanto, ou nasceu assim, ou sofreu um grande trauma que o paralisou. A fisioterapia, não deu grandes frutos.

Mas houve esperança para o Hope! Uma família adoptou-o, sem se importar com o facto de o Hope não ser um cão perfeito. Porque para quem, realmente, ama os animais, todos eles são perfeitos à sua maneira, todos eles têm qualidades, todos eles merecem a mesma atenção, disponibilidade, amor e, acima de tudo, ser felizes!

Parabéns Hope! Parabéns SOS Animal!