Há já muito tempo que não me calhava um serão, à volta dos TPC's que a minha filha traz para casa.
De português, tinha feito algumas coisas, faltava a resposta a uma pergunta, e encontrar um recurso estilístico.
Ora, confesso que a linguagem usada por Fernão Lopes não é fácil de perceber, o que torna ainda mais difícil compreender a mensagem que ele quer transmitir.
Ainda assim, expliquei por palavras minhas, aquilo que eu pensava ser o pedido.
Para além disso, nunca me dei bem com recursos expressivos. Aquilo, em linguagem normal, parecia-me uma personificação mas como, naquele tempo, as palavras tinham outros sentidos, fiquei na dúvida.
Pesquisei em alguns sites, e consegui confirmar as respostas. Estavam bem.
O pior, foi quando passámos a um exercício de Macs (matemática aplicada às ciências sociais), utilizando o Método do Ajuste na Partilha.
Eu não percebo nada daquilo. Se alguma vez dei, esqueci-me totalmente.
Tinha 95% de hipóteses de não correr bem.
Ela tentou explicar-me e, ao mesmo tempo, guiar-se por um exemplo do livro. Fez os cálculos de acordo com a explicação dela, e por esse exemplo, mas não batia certo o resultado.
Eu, guiei-me pela explicação e exemplo, e fiquei encalhada no mesmo ponto.
Os valores das soluções não batiam certo com os que nos davam.
Vi, revi, voltei a fazer, e nada.
No entanto, no manual, tinha uma informação, no "passo a passo" dos cálculos, que não batia certo com a explicação que ela me estava a dar.
Fui ver um exercício que ela tinha no caderno. Também era diferente, mais parecido com a informação do livro.
Tentei fazer os cálculos, usando essa técnica e informação. Deu-me o resultado das soluções.
A primeira parte, estava feita.
Mas, para ficar completo, tinha que conferir, através de equações, se para as duas pessoas dava o mesmo valor, significando que o exercício tinha sido bem feito.
Só que, mais uma vez, não batia certo.
Já era tarde. Tinha tudo para fazer. Estava prestes a desistir.
Voltava a tentar.
Dizia que já não tinha mais cabeça, mas lá experimentava mais uma vez.
Desisti.
Pensei em voltar a olhar para aquele exercício hoje, para ver se conseguia, com calma e tempo, perceber onde estava o erro.
O meu marido diz que o facto de continuar, de certa forma, a estudar, através da ajuda que dou à minha filha, me estimula o cérebro.
Mas isto também é demais!
Fui para a cama a pensar no raio do exercício, sonhei com ele, e ainda esta manhã, voltei a olhar para as contas.
Decidi experimentar novamente, trocando um valor que, hoje, percebi, poderia estar no sítio errado.
E, voilá! Consegui resolver o exercício!
Agora, só falta tentar explicar à minha filha porque é que não podíamos estar a seguir o exemplo do livro, porque a situação era diferente, e tentar que ela perceba como é que se faz num e noutro caso, porque ela é teimosa que nem uma mula (como a mãe, por sinal), e nem sempre aceita à primeira, que aquilo que lhe estou a dizer está certo.