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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Dai-me paciência, 2023!

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Eu bem queria ser uma pessoa mais paciente, mas há coisas que me complicam com o sistema nervoso.

Instalam-se máquinas nos bancos, para retirar as pessoas (e funcionários) das caixas. 

Mas, depois, as máquinas não funcionam. Ou estão fora de serviço, ou não estão disponíveis para determinadas operações e, então, lá tem uma pessoa que ir às caixas.

Caixas essas onde está um único funcionário que, como se não bastasse ser insuficiente para as pessoas que estão à espera, ainda é interrompido por uma colega, que não podia esperar que ele tivesse atendido os clientes para lhe pedir o que queria.

E assim se perde tempo que, para quem trabalha, embora acredite que a maior parte dos clientes sejam reformados, é escasso e está contado ao segundo.

 

Mas, ainda antes de ir para a caixa, uma fila à espera para usar a única máquina disponível. 

Estava uma senhora a utilizar, um homem à espera, e eu a seguir.

Entretanto, um senhor que foi atendido na caixa, veio para aquela zona e, quando a dita senhora desocupou a máquina, queria passar à frente de todos por, dizia ele, estar lá primeiro.

Ao que o homem que estava à minha frente lhes respondeu "Estava? Só se estava nas caixas porque aqui não estava."

Infelizmente para o homem que estava à minha frente, e para mim, a máquina não dava para depósitos.

Lá tivemos que tirar senha, e esperar.

 

Já fora dos bancos, mais precisamente, nas ruas e na hora de atravessar as passadeiras, digam o que disserem mas cada vez mais me convenço que os peões são um estorvo e um mal a erradicar para os condutores.

É que nem me venham com a conversa de que os peões atravessam sem olhar, e à parva, que os há. Mas, ultimamente, de cada vez que paro numa passadeira, e espero pacientemente que os condutores me vejam, depreendam que estou ali à espera para atravessar, e parem, só ao segundo ou terceiro carro é que tenho sorte.

É impressionante a capacidade que os condutores têm de ignorar o óbvio, de fingir que não nos veem, de olhar precisamente para o lado oposto. E a pressa que sempre têm, que não lhes permite cumprir o código da estrada.

A não ser, claro, quando está algum polícia por perto, ou um outro condutor, em sentido contrário, faz questão de parar e, então, lá param também, a muito custo, para não parecer mal.

 

E não é que estrabuche, que reclame muito, que arme um escândalo por conta destas situações.

Quem me vir, continua a pensar que sou uma pessoa paciente.

Mas, por dentro, paciência é coisa que cada vez tenho menos.

E não me parece que o novo ano me tenha contemplado com alguma extra.

 

Quem tudo quer, tudo perde, já dizia o ditado!

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Há alguns meses que vou a um café/ restaurante comprar duas sopas e uma caixa de arroz pequena, uma vez por semana,

Com a antiga gerência, pagava €. 2,20 pelas duas sopas, e €. 1,50 pelo arroz.

Entretanto, estiveram uns dias fechados, no final de Abril, para abrir em Maio com nova gerência.

Nessa altura, fui lá perguntar se continuavam a ter a sopa e o arroz, e da primeira vez, com a nova gerência, paguei €. 3,00 (€. 2,00 as sopas, €. 1,00 o arroz). Pensei "que maravilha, poupo 70 cêntimos todas as semanas"!

 

A minha alegria durou pouco. Na segunda ou terceira semana, passaram a cobrar €. 3,20 (subiu a sopa, manteve-se o arroz). Tudo bem, ainda sai mais barato que antes.

Manteve-se este valor durante várias semanas até que, um dia, uma das donas me pediu €. 3,50, justificando que era €. 2,20 das duas sopas, €. 1,00 do arroz, e €. 0,30 cêntimos da caixa. Paguei.

 

Depois disso, tem vindo a atender-me outra das donas, e voltei a pagar os €. 3,20 que costumavam cobrar. Fiz questão de pagar sempre com uma nota, para ver o troco que me davam.

 

Ontem foi dia de lá ir. Atendeu-me a dona que costuma cobrar mais caro. Já estava preparada para os €. 3,50. Mas, qual não foi o meu espanto, quando me disse que era €. 4,10!

 

"Desculpe? Então, mas ainda na semana passada cá estive, e paguei €. 3,20!" 

"Estamos a cobrar o valor da caixa."

"Mesmo assim, já cheguei a pagar a caixa e cobrou €. 3,50." 

"É que a senhora está a levar 3 caixas." (pelos vistos a caixa grande da sopa conta como duas, fazendo assim €. 0,90 cêntimos só das caixas)

"Então é melhor ver com a sua colega, porque você cobra uma coisa, ela cobra outra, e fico sem saber afinal quanto é que é."

 

Aproveitando que a colega tinha chegado ao balcão, expus a situação, ao que a outra começou por responder que no início não cobrou porque eu já era cliente da anterior gerência, e que levava dinheiro certo e não teve para estar a pedir. Depois, quando disse que ainda na semana passada tinha cobrado o mesmo valor, disse que se deve ter esquecido!

 

"Pois, então tem-se esquecido sempre, porque nunca me cobrou nada pelas caixas."

 

Resultado: desta vez cobrou só uma caixa, mas para a próxima tenho que ser eu a levá-las de casa, ou pago as 3. Entretanto, vão de férias durante o mês de Agosto. Palpita-me que não devo lá voltar a pôr os pés.

De certeza que a anterior gerência também pagava as caixas ao fornecedor, e não ficava a perder, na hora de cobrar aos clientes o que lá ia dentro. Há muitas formas de reaver esse valor.

Claro que estão no seu direito, de cobrar pelas caixas. Mas sendo assim, também estou no meu direito de não me sujeitar a isso e não voltar lá mais. E, assim, por conta de 0,90 cêntimos, perdem esse e o restante, ao perder o cliente regular.

 

É assim a vida! Quem tudo quer, tudo perde!

 

 

 

 

Que resposta se dá a isto?!

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Na pastelaria do Intermarché de Mafra:

- "Queria uma pata de veado, uma fatia de salame e um pão de leite para levar, se faz favor." - peço eu.

 

O rapaz que estava na caixa indica à colega o pedido, e eu passo para o outro lado, para não estorvar os próximos clientes, enquanto aguardo. Por isso mesmo, não vi onde a funcionária colocou tudo o que pedi.

Em seguida, dá-me para a mão uma caixa e um saquinho de papel. Falta aqui qualquer coisa, penso eu. No saco de papel vejo o pão de leite. Abro a caixa, para ver se juntaram o salame com a pata de veado. Não estava.

Chamo a funcionária novamente e digo-lhe:

- "Desculpe, falta o salame.".

- "Falta?! Mas olhe que eu pus aí. Veja lá aí junto com o pão de leite?".

- "Junto com o pão de leite?!" - pergunto eu, admirada.

 

Chamem-me esquisitinha, picuinhas ou o que mais quiserem, mas se há coisa que não gosto, e não gostam cá em casa, é de misturas. Em ocasiões anteriores, costumavam juntar a pata de veado e o salame na mesma embalagem, e tinha depois a minha filha a reclamar que o salame tinha coco e creme. Passei a pedir sempre para me separarem. Mas até teria a sua lógica, sendo os dois bolos. Agora misturarem-me salame, cheio de açúcar, com um pão de leite, não percebo.

 

- "Não me pode pôr o salame à parte?" - pergunto eu. "É que salame com pão de leite não combina mesmo nada."

 

Resposta da funcionária, contrariada e de mau humor, enquanto me fazia a vontade e colocava o salame à parte:

"É que nós não podemos andar a gastar muitos sacos!"

 

Fiquei atónita!

Poderia até chamar a gerência, e confirmar se, de facto, eles tinham ordens para não gastar muitos sacos, colocando tudo o que pudessem junto, ou se era pura má vontade dos funcionários, mas não estive para me chatear, já que ela até me fez a vontade.

Quando quero, também sei implicar!

 

Chamem-me teimosa, embirrante, ou o que quiserem, mas não vou mudar de opinião.

Sempre que vamos às compras, e calha haver nesse hipermercado caixas de self service o meu marido, para se despachar mais depressa, vai para lá.

Já eu, mesmo que demore mais um bocadinho, vou para as caixas normais. Porquê? 

Porque se as funcionárias estão lá na caixa, é para atender os clientes. São pagas para isso. Por que raio tenho eu que ter o trabalho? Além disso, sempre que há um problema, lá tem que ir a funcionária ajudar, e o cliente que esperar.

E não é que tenha nada contra as funcionárias. Tenho é contra as máquinas!

 

Este fim-de-semana, fomos ao McDonalds e dirigi-me, como sempre, ao balcão. Já não é a primeira vez que lá vamos, e nos perguntam se não queremos fazer o pedido na máquina, que é muito fácil e mais rápido. Ficam muito admiradas quando digo que prefiro pedir ao balcão!

Desta vez, nem percebi muito bem a lógica da funcionária. Chegou a nossa vez e perguntou se não queríamos fazer o pedido na máquina.

 

Se quiserem eu vou lá com vocês.

 

Mas não posso fazê-lo aqui?

Pode, mas ali é mais rápido.

Pois, mas eu prefiro fazer aqui.

É que esta caixa é para pagamento dos pedidos feitos na máquina. 

Então, mas está alguém à nossa frente para atender?

Não, teria era que passar para esta caixa (a do lado).

Então, se estamos na nossa vez, queremos pedir aqui.

 

E lá passou ela para a caixa do lado, registou o nosso pedido, e 2 ou 3 minutos estávamos a ir para a mesa, aviados. Afinal, também foi rápido!

Não percebi o que ela queria. Ainda se fosse porque havia pessoas à frente e teríamos que esperar,mas não era o caso.

Também não era o caso de ela ir atendendo outras pessoas e adiantar serviço, porque se ia connosco ajudar a fazer o pedido na máquina, estaria ocupada e a perder tempo na mesma.

Será que ganham uma comissão por cada pessoa que encaminham para a máquina, ou o problema era só ter que passar para a caixa ao lado, ou não lhe apetecer muito trabalhar? 

Seja o que for, não há-de ser mais teimosa que eu. É que, quando quero, também sei implicar, e levar a minha avante!

 

 

 

Pessoas em situação de carência não são menos que as outras

 

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Aqui em Mafra temos uma associação ou projecto de apoio social, que recebe donativos de vestuário, têxteis para o lar, acessórios e calçado, artigos para bebé, electrodomésticos, mobiliário, brinquedos e material didáctico, material informático (em estado de reutilização), produtos de higiene e limpeza, e bens alimentares, que se destinam aos residentes do concelho de Mafra, em situação de carência ou vulnerabilidade social.

O horário de funcionamento, não é muito flexível, nem alargado pelo que, normalmente, quando as pessoas vão ou vêm do trabalho, ou aos fins de semana e feriados, está fechada.

De qualquer forma, isso não é impedimento para ser solidário porque, mesmo estando a porta fechada, a entrada tem uns degraus e um espaço até à porta, onde podemos deixar lá as doações.

Assim fiz, no passado fim de semana, como é costume, mas fiquei indignada com o que vi: estavam meia dúzia de peças de roupa, simplesmente, espalhadas no degrau junto à porta. Como se fosse lixo.

Será que, à custa dos sacos serem pagos, a pessoa não quis desperdiçar um para colocar as roupas dentro? Será que não havia uma caixa onde pudesse ter posto a roupa? 

E, provavelmente, as pessoas que fazem isso são aquelas que mais exigem quando se trata da sua própria roupa. Mas, como é para os pobres, para os necessitados, para os coitadinhos que, como nada têm, qualquer coisa lhes serve, já não há problema em despejar a roupa no chão.

Pois as pessoas que, infelizmente, precisam e se vêm nessa situação não são menos que as outras. Podem não ter dinheiro, mas ainda têm dignidade. E o mínimo que merecem é respeito. Não são animais a quem qualquer trapo serve. 

Se querem doar, doem! Mas de igual para igual! Não de má vontade e com desprezo por quem não escolheu estar nessa situação, e tendo sempre em mente que um dia, quem sabe, podemos ser nós no mesmo lugar. E tenham o bom senso de, pelo menos, colocar os bens doados num saco, numa caixa, ou qualquer outra solução que os proteja, para que continuem a chegar em bom estado às mãos daqueles que irão utilizar!