Os ciclos da vida
A história é feita de ciclos. Acontecimentos que se vão repetindo no tempo.
A vida parece ser, também ela, feita de ciclos.
Nem sempre isso me agrada.
Porque, na maior parte das vezes, acredito que uma determinada situação aconteceu, resolveu-se, e ficou para trás. E não se voltará a repetir.
No entanto, volta e meia, percebo que me estou a deparar com situações idênticas, em que tudo se volta a repetir.
E, ainda que não digam, directamente, respeito a mim, interferem comigo.
Ainda que não seja eu a vivê-las, acabo envolvida por quem as vive.
Ou porque desabafam e me pedem opinião.
Ou porque me pedem ajuda.
Ou apenas porque, quem as vive, está muito próximo de mim.
E nem sei bem porquê. Ou para quê!
Porque a opinião é aceite, mas tem uma curta validade, antes de cair no esquecimento.
A ajuda é aceite, mas facilmente boicotada quando dá jeito.
Ficam cartas por pôr na mesa.
E mesmo que se abra, momentaneamente, o jogo, logo se fecha, e se altera.
O que hoje é, amanhã já não o é.
Muda-se o discurso, e as acções, consoante a utilidade, e a vontade, do momento.
As certezas já adquiridas voltam a transformar-se em dúvidas.
Troca-se o certo, pelo incerto.
A estabilidade, pela insegurança.
Na maior parte das vezes, por iniciativa própria, e não porque o destino ou algo superior assim o quis.
Que é o mais difícil de perceber.
Porque parece que já se está a caminhar no bom sentido, e com vários passos de avanço e, de repente, está-se lá atrás outra vez.
Como se o caminho já feito de nada servisse. Como se a aprendizagem adquirida caísse em saco roto.
Cada um leva a vida como bem quiser.
Se querem repetir os mesmos erros, façam-no.
Se querem arriscar, vão em frente. Até pode dar certo. Até pode ser esse o caminho.
Mas, nesse sentido, limitem-se a comunicar, se assim o entenderem.
Porque se é óbvio que aquilo que nos pedem, quando não vai de encontro ao que esperam, não é levado em conta, nem vale a pena ser pedido.
É uma perda de tempo e desgaste desnecessário de quem se oferece para ajudar, em vão.